[Resenha] Filhos do Éden: Anjos da Morte
Desde eras longínquas, os malakins, anjos virtuosos e sábios, observam e estudam o progresso do homem. Mas eis que chega o século XX, e com ele a acelerada degradação do planeta. Os novos meios de transporte, os barcos a vapor e as estradas de ferro levaram a civilização aos cantos mais distantes do globo, afastando os mortais da natureza divina, alargando as fronteiras entre o nosso mundo e as sete camadas do céu.Isolados no paraíso, os malakins solicitaram então a ajuda dos “exilados”, anjos pacíficos que há anos atuavam na terra. Sua tarefa, a partir de agora, seria participar das guerras humanas, de todas as guerras, para anotar as façanhas militares, o comportamento das tropas, e depois relatá-las aos seus superiores celestes. Disfarçado de soldados comuns, esse grupo esteve presente desde as trincheiras do Somme às praias da Normandia, das selvas da Indochina ao declínio da União Soviética. Embora muitos não desejassem matar, foi isso o que lhes foi ordenado, e o que infelizmente acabaram fazendo.Carregado de batalhas épicas, magia negra e personagens fantásticos, 'Filhos do Éden: Anjos da Morte' é também um inquietante relato sobre o nosso tempo, uma crítica à corrupção dos governos, aos massacres e extremismos, um alerta para o que nos tornamos e para o que ainda podemos nos tornar.
O que eu achei?
Anjos da morte: anjos “exilados” na terra, ordenados pelos malakins – anjos estudiosos e sábios, que observam o progresso humano – a batalharem e reportarem tudo sobre absolutamente todas as guerras terrenas, sob a imagem de soldados comuns.
No segundo livro da trilogia, a história é dividida em duas partes: a história de Denyel, um querubim exilado no século XX (os acontecimentos de antes do primeiro livro da série), e o presente, onde seguimos mais uma vez Urakin, Kaira e um novo personagem que os auxilia nesta nova aventura.
Dessa vez, a história segue um ritmo mais pesado, com uma atmosfera mais sombria, diferente do primeiro livro, onde o enredo era mais aventureiro e fantasioso. Neste, o autor revirou a vida de Denyel, desenrolando seu passado, explorando seus passos, atitudes, sua persona. Temos a construção psicológica do personagem e sua desconstrução moral, seguindo o conceito de “causa e efeito” e/ou “ação e reação”. Denyel é ordenado a tomar atitudes que acredita não serem justas ou necessárias – mas que não tem outra escolha a não ser obedecer-, e luta contra si mesmo, sua mente em constante indagação sobre a real necessidade de tudo aquilo.
Em nós, seres humanos, é fato que nossas escolhas afetam quem somos. Mas será que isso seria possível acontecer em anjo? Seriam ele falíveis a esse ponto?
Seguindo os passos de Kaira, temos os eventos pós-”Herdeiros de Atlântida”, onde Kaira, Urakin e um novo personagem que os ajuda (e que eu não vou dizer quem nem o que ele é porque essas questões dão um peso maior a história) saem em busca do corpo de Denyel, perdido após a luta do livro anterior e que acreditam ainda estar vivo, preso em outra dimensão. Contudo, o caminho que eles decidem tomar os levarão a descobrirem muito mais do que jamais imaginaram.
As batalhas foram reduzidas, e se tornaram menos sangrentas neste livro quando comparadas ao anterior. Por ser um livro mais histórico, focando mais na evolução dos personagens, os conflitos acabam sendo mais morais, pessoais e psicológicos do que físicos. As lutas e combates acontecem, sim, mas quando necessário.
Mais uma vez, as personagens se apresentam minuciosamente construídas, sem destoar nem um pouco do livro anterior. O enredo desta vez está mais intenso, a escrita mais madura; a história desta vez tira um pouco o foco do celestial e da magia e parte para pontos mais obscuros: intrigas, jogo de poder, espionagem, questionamentos morais e manipulações. Questões tão comuns a nós humanos são levados a seres celestiais, teoricamente puros e invioláveis, nos mostrando que todos somos responsáveis pelas nossas atitudes e o quanto uma escolha pode nos afetar.
Anjos Da Morte sem dúvida elevou o nível da história, levando a um patamar muito mais elevado, com um enredo extremamente complexo e intrigante, cheio de descobertas, reviravoltas e críticas sociais e políticas, tudo permeado por momentos e fatos históricos reais, o que faz desse livro mais vívido e realista.
Quem somos nós nas mãos daqueles que nos comandam? Será que as consequências das ordens que seguimos são fardos de quem ordenou ou serão unicamente nossas, os executores? Num mundo repleto de corruptos e extremistas no comando, o que fazemos para mudar isso? E o quão pior isso pode ficar?
Essas são perguntas que esse livro me fez pensar...
Oi Irlan
ResponderExcluirNão li ainda a série e nem sabia sobre o que se tratava. Achei muito legal essa pegada de anjos e as batalhas. Não li nada parecido. Que bom que no segundo livro as batalhas já não são mais tão sangrentas (coisa que não gosto muito)
Beijos
Oi Aichha!
ExcluirEu comprei o primeiro livro (Herdeiros de Atlãntida) por impulso e demorei anos pra pegar e ler. Depois que comecei, não consegui mais parar. O 'Anjos da Morte', então, é de tirar o fôlego. Eu nunca li nem assiti filmes nem nada parecido com as histórias que Spohr criou nessa trilogia. Sem dúvidas, um dos maiores nomes da nossa literatura atualmente!
Muito bom mesmo quando nos surpreendemos com o aquele livro que fica parado um tempo na estante!
ExcluirRealmente um enredo bem criativo que me chamou a atenção.
Beijos
Irlan!
ResponderExcluirGosto demais de livros com anjos!
As batalhas são bem construídas, assim como as personagens, embora tenha dito que esse exemplar tenha menos batalhas e seja um tanto mais sombrio que o anterior.
Ainda assim, gostaria de ler.
Boa Páscoa!
“A sabedoria começa na reflexão.” (Sócrates)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!
Olá , gosto de fantasia e muitas aventuras. E gostaria de ler essa trilogia.
ResponderExcluirAssim como também gosto de histórias com anjos.
E apesar do segundo livro ser mais sombrio,fiquei curiosa. ;)