[Crítica Musical] Red Pill Blues
Maroon 5 sempre foi uma banda muito
forte no meio do pop rock, com bastante energia nas músicas mais
rock, baladas encantadoras e algumas faixas mais pop – mas sempre,
sempre hits atrás de hits. De uns anos para cá, a
banda foi tomando um caminho bastante diferente do que costumava
seguir, e confesso que fiquei um pouco desanimado em ver uma banda
tão boa se deixar levar por um som de baixo impacto como o de seu
mais recente álbum, “Red Pill Blues”, sexto álbum
da carreira da banda, lançado dia 03 de novembro de 2017.
O álbum segue em direção a
modernidade, tentando se adaptar ao atual cenário mainstream,
com elementos mais soft rock e eletrônico, o que não seria
problema alguma caso a banda já não tivesse utilizado dessa mesma
base sonora em trabalhos antigos. O álbum carece da energia da
banda, da autenticidade, e se mostra um pouco preguiçoso. Em outras
palavras, um mais do mesmo de leve. Algumas faixas se salvam, mas
ainda assim o álbum parece mais feito para curtir o momento sem
deixar marcas.
O álbum possui, sim, faixas
interessantes e cativantes até certo ponto, como “Bet My
Heart”, que se torna quase um
vício com sua melodia e batidas. A sensual “Lips On You”
também merece destaque, com um
mid-tempo bastante
gostoso de ouvir. E são essas, as faixas mais melodiosas, as melhores de se
ouvir, e realmente são muito boas se dada atenção individual. Mas
o problema – acredito eu – talvez esteja na obra como um todo. As
participações especiais também estão presentes nesse álbum mais
do que em qualquer outro trabalho da banda, com artistas como SZA,
Kendrick Lamar, Julia Michaels, entre outros, o que dão um ar a mais
nas produções – e mostra o quanto a banda vem de olho num novo
caminho de produção musical.
“Red Pill Blues”
surge como um compilado de faixas prontas para serem singles, mas não
apresentam risco nem novidades interessantes. Algumas
faixas exploram o groove
e o R&B muito bem, outras seguem com elementos que lembram
vagamente o urban music, mas
ainda assim são pinceladas que, no geral, dão ao trabalho uma
imagem linear e segura demais, acomodada demais.
O
trabalho em si não é ruim, os vocais estão muito bons, as
produções são ótimas, e algumas faixas realmente se destacam. Mas
o que mais me incomoda é a sensação que fica de “é só isso?” ao fim do álbum - que se encerra de forma muito interessante.
Como já disse, não é um trabalho ruim, mas também não é excelente.
Como já disse, não é um trabalho ruim, mas também não é excelente.
TRACKLIST:
01.
Best 4 U
02.
What Lovers Do (feat. SZA)
03.
Wait
04.
Lips On You
05.
Bet My Heart
06.
Help Me Out (Julia Michels)
07.
Who Am I
08.
Whiskey (feat. A$AP Rocky)
09.
Girls Like You
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