[News] ¨Histórias que o nosso cinema (não) contava¨ tem sessão com debate no feriado
Para quem vai aproveitar o feriado no Rio de Janeiro, o filme
“HISTÓRIAS QUE O NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA”, dirigido por Fernanda Pessoa, tem
sessão especial com debate no Cine Joia no dia 08 de setembro às 18h30. O
evento, com participação do cineasta Carlos Mossy e da crítica de cinema Andrea
Ormond, é uma boa pedida para quem gosta de cinema.
O longa realiza uma releitura histórica da ditadura militar no
Brasil, com foco nos 1970, a partir apenas de imagens oriundas de 27 filmes
produzidos no período e que foram considerados “pornochanchadas”, o gênero mais
visto e mais produzido durante a década de 70.
HISTÓRIAS QUE NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA é um documentário de
montagem, ou de remploi, feito inteiramente com imagens e sons das
pornochanchadas, sem entrevistas ou off. Temas como a luta armada, a violência
do Estado, o milagre econômico, a “era de aquarius” e a modernização do país
são abordados de forma divertida e inusitada, através de uma montagem criativa
e associação inesperada de imagens.
HISTÓRIAS QUE NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA relembra e analisa um
período histórico brasileiro através da sua produção cinematográfica
hegemônica, provocando uma reflexão não somente sobre o período histórico
retratado, mas também sobre o próprio cinema enquanto construtor da história e
da memória coletiva.
Anotações Sobre o Filme por Fernanda Pessoa
“Sem ter vivido o período da ditadura militar, já que nasci um
ano após a abertura democrática, encontrei nos filmes nacionais do período um
grande material histórico, ainda pouco analisado dentro desta perspectiva.
Aprendi muito sobre o período assistindo a esses filmes e é essa visão que
pretendo mostrar ao espectador, partindo de um conhecimento empírico vindo do
próprio cinema. Do chamado “milagre econômico” à repressão e às torturas, tudo
foi retratado pelo cinema popular da época, implícita ou explicitamente.
De uma pesquisa inicial de mais de 150 filmes, foram
selecionados 27 títulos. Foi realizada uma pesquisa intensa com diversas
instituições e pessoas para conseguir encontrar o maior número de filmes
produzidos nessa época. Essa difícil busca revelou o quanto a memória do cinema
nacional não está sendo preservada. Filmes de importância histórica e estética
não estão disponíveis ao público. Por isso, um grande objetivo é trazer à luz a
filmografia da chamada pornochanchada – muitas vezes esquecida ou rejeitada.
Durante um ano e meio, viajei com o filme para festivais no
Brasil e em países tão diversos como Grécia, Índia, França e Sérvia, tendo
reações surpreendentes: na Grécia, o público se identificou muito e percebi que
somos mais parecidos do que imaginamos, na Índia o filme causou grande polêmica
e debates sobre censura e mudanças de costume, etc. Estou muito feliz que o
filme finalmente chegue ao público em geral, o que sempre foi um grande
objetivo durante a realização, já que a “pornochanchada” sempre teve um diálogo
muito grande com o público “não especializado”.”
Sobre a Diretora
Cineasta e artista visual, Fernanda Pessoa trabalha
principalmente com cinema documental e videoinstalações. Vive e trabalha em São
Paulo, e morou no Arizona, em Buenos Aires e em Paris, onde realizou seu
mestrado em Audiovisual na Sorbonne Nouvelle. Dirigiu curtas com exibições
internacionais e realizou exposições individuais e coletivas. Em 2016, realizou
no MIS-SP a videoinstalação Prazeres Proibidos, sobre a censura aos filmes de
pornochanchada durante o regime militar.Em 2017, finalizou seu primeiro longa
documental, “Histórias que nosso cinema (não) contava”, exibido em mais de 20
festivais nacionais e internacionais e ganhador de seis prêmios. Atualmente,
finaliza seu segundo longa documental, “Zona Árida” e trabalha em um projeto
selecionado para a Residência Labmis.
"Um dos acontecimentos mais significativos deste ano no
ramo das artes"
Inácio Araújo, Folha de São Paulo.
"Brilhante trabalho de montagem"
Cahiers du cinéma nov. 2017.
Trailer:
Ficha Técnica
DIREÇÃO E CONCEPÇÃO:
Fernanda Pessoa
PRODUÇÃO: Julia Borges Araña, Alice Riff e Fernanda Pessoa
SOM: Érico Theobaldo e Ignácio Sodré (Coletiva Produtora)
MONTAGEM: Luiz Cruz
SOUND DESIGN E MIXAGEM: Érico Theobaldo (Coletiva Produtora)
FINALIZAÇÃO: Quanta Post
PRODUTORA: Pessoa Produções
COPRODUTORA: Studio Riff
Lista de Festivais e Prêmios
Prêmios
Festival de Cine Lima Independiente:
Menção Honrosa na Competitiva Iberoamérica Ahora
Semana (ex-Semana dos Realizadores):
Melhor Filme pelo Júri da Crítica
Semana (ex-Semana dos Realizadores):
Prêmio IndieLisboa
Festival Pachamama Cinema de Fronteira:
Melhor Filme
Festival de Caruaru:
Melhor Roteiro
Femcine:
Menção do Juri
Festivais
20a Mostra de Tiradentes (Mostra Aurora)
19th Thessaloniki Documentary Festival (Competição
Internacional)
29e Cinélatino Rencontres de Toulouse (Competição de
documentário)
Festival du Nouveau Cinéma (Competitiva Panorama International)
DocLisboa (sessão Heart Beat)
Pirenópolis Doc (Mostra competitiva nacional)
Mostra CineBH (Diálogos Históricos)
Festival de Brasília (Mostra 50 anos em 5 (dias) - Registros de
uma história)
Festival de Cine Lima Independiente (Competitiva Iberoamérica
Ahora)
3 Margens: Festival Latino-Americano de Cinema
Festival Brésil en Mouvements
Semana dos Realizadores (Mostra competitiva)
Festival de Caruaru (Mostra Competitiva)
Panorama Internacional Coisa de Cinema (Panorama Brasil)
Festival Pachamama Cinema de Fronteira (Mostra Competitiva)
Festival Internacional de Cinema da Fronteira (Mostra
Competitiva)
22nd International Film Festival of Kerala (Focus Brazil)
Femcine 8 (Competição internacional)
Beldocs International Documentary Festival do Belgrade
Mostra Internacional de Cinema de São Luis (Mostra Competitiva)
Semana de Cinema Brasileiro da Cinemateca de Bogotá
Festivais Confirmados (2018)
Festival de Cine Radical (Bolivia)
Corriente:Encuentro Latinoamericano de Cine de No Ficción (Peru)
Women Make Waves Film Festival (Taiwan)
Produtoras
Pessoa Produções é uma produtora paulista focada em cinema,
vídeo e videoinstalações. Fundada em 2014 pela diretora e produtora Fernanda
Pessoa, produziu quatro curtas, exibidos em festivais nacionais e
internacionais, como Mostra de Tiradentes, Close, Super off – Festival
Internacional de Super 8 e Santo Domingo Outfest, além de video-clipes para
cantores e bandas, como Tatá Aeroplano e Bruna Caram. "Histórias que nosso
cinema (não) contava" é sua primeira produção de longa-metragem.
Studio Riff é uma jovem
produtora audiovisual brasileira com foco em documentário, que tem se destacado
pela qualidade de seus trabalhos. Seus conteúdos para Cinema, TV e internet tem
ganhado destaque, participando de importantes festivais nacionais e
internacionais e recebendo prêmios. Produziu o longa metragem documental “Meu
corpo é político”, que estreou no festival Visions du Reel, na Suíça, e foi
selecionado nos festivais BAFICI, Olhar Internacional de Cinema de Curitiba e
Torino LGBT Filme Fest.Trabalhos como “Orquestra Invisível Let’s Dance”, “100%
Boliviano, Mano”, “Cidade Improvisada”, “Como se fosse da família” e “Dr.
Melgaço” são algumas das produções da produtora que discutem questões sociais
contemporâneas trazendo reflexão crítica e com forte potencial de diálogo com o
público.
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