[Programação] Filmes em Destaque no Canal Brasil de 17 a 23 de setembro
Rogério Duarte – O Tropikaoslista (2015) (88’)
INÉDITO E EXCLUSIVO
Horário: Segunda, dia 17, às 22h
Direção: José Walter Lima
Classificação: 12 anos
Sinopse: Rogério Duarte é uma personalidade multifacetada da cultura brasileira. Artista gráfico, compositor, professor universitário, produtor cultural, escritor e filósofo, entre outras atribuições, possui uma rica história de vida e opiniões fortes, adquiridas ao longo dos tempos, sobre temas como política, arte e religião. José Walter Lima convida o próprio intelectual para narrar um pouco de sua história e contar sobre os muitos e gloriosos feitos alcançados em tantos anos de trajetória. Um dos principais responsáveis pelo surgimento da Tropicália, o protagonista concede depoimentos especiais para sua cinebiografia enquanto o roteiro recorda cliques de arquivo e imagens de trabalhos notáveis.
A face cinematográfica de Rogério Duarte abre o roteiro ao falar de seu trabalho ao lado de Glauber Rocha e elucidar os detalhes da criação dos icônicos cartazes de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e A Idade da Terra (1980) – o filme menciona ainda seu desenho em Cara a Cara (1968), de Julio Bressane. A habilidade como designer também é realçada em discos marcantes da música brasileira, produzindo capas para álbuns de Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil – os dois últimos comprovam a genialidade do protagonista também como compositor ao interpretarem canções de sua autoria. Da sétima arte, o personagem central do documentário lembra a perseguição pela ditadura militar, que lhe rendeu algum tempo no cárcere e torturas frequentes por parte dos oficiais do regime devido à sua militância como comunista.
Quem é Primavera das Neves (2017) (76’)
Horário: Terça, dia 18, às 14:50
Direção: Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado
Classificação: Livre
Sinopse: O filme encontra sua motivação em uma protagonista pouco conhecida do grande público mesmo depois de assinar páginas iniciais de livros famosos ao redor do mundo. Para descobrir mais sobre o universo dessa personagem misteriosa, os cineastas partem da única pista possível, o comentário de Eulalie Ligneul, amiga de longa data da tradutora. A partir do encontro com a colega de turma da personagem principal, os diretores começam a desvendar um pouco da história de Primavera. Ao resgatar álbuns de fotos e cartas trocadas na infância e adolescência, a entrevistada relembra os detalhes da personalidade de Primavera Ácrata Saiz das Neves, um nome inteiramente formado por poesia.
O alvo da pesquisa do filme torna-se, aos poucos, uma personagem conhecida dos autores e do público. Após passeios pelos corredores do Liceu Franco-Brasileiro, onde Eulalie e Primavera estudaram juntas, o filme encontra em Anna Bella Geiger mais uma companheira da protagonista na infância. A artista plástica lembra as tardes passadas ao lado da amiga, com quem tinha discussões sobre o estilo musical de compositores clássicos como Beethoven e Wagner, e as muitas leituras recomendadas pela tradutora, possuidora de uma cultura vasta desde cedo. O depoimento das amigas também auxilia os cineastas a encontrarem um ex-marido da retratada, que traz detalhes ainda mais pessoais da vida conjugal com a intelectual.
Boi Neon (2016) (100’)
Horário: Quarta, dia 19, às 22h
Direção: Gabriel Mascaro
Classificação: 16 anos
Sinopse: Iremar (Juliano Cazarré) trabalha nos bastidores das chamadas vaquejadas, esporte cruel e tradicional do árido sertão nordestino no qual os peões devem emparelhar com um boi e derrubá-lo antes de atingir uma certa marca de cal riscada no saibro das arenas. Seu ofício consiste em preparar o bicho para entrar no curro, espalhando areia em seus rabos para auxiliar a puxada dos boiadeiros e facilitar o deleite de plateia em ver a fera caída. O sonho de sua vida, no entanto, corre bastante longe da realidade dessa versão diminuída de um rodeio, e ele passa os dias a pensar e desenhar os modelos de uma grife de moda feminina. O matuto fantasia sobre labutar no fabrico de roupas do Polo de Confecções do Agreste, especializado em trajes de banho – apesar da realidade local ser formada por barro e poeira, mais de 100 quilômetros distante da costa.
A desconstrução e o reposicionamento de estereótipos são traços fundamentais desta história. Iremar aspira trabalhar com moda e desenha modelos femininos em revistas pornográficas, cobrindo as mulheres nuas, em meio a um ambiente amplamente dominados por homens – e, por consequência, extremamente machista. Ele viaja pelo sertão na boleia do caminhão de Galega (Maeve Jinkings) e Cacá (Alyne Santana), filha da motorista. São da mulher as obrigações de dirigir e cuidar da mecânica do veículo, funções comumente atribuídas aos homens. Não é feito, em qualquer momento, algum questionamento sobre a orientação sexual dos personagens, fato que reforça a discussão sobre padrões de gênero. A provocação vai além quando o vaqueiro encontra Geise (Samya De Lavor), uma gestante que vigia uma fábrica de roupas. Em vez da exaltação à sacralidade da gravidez, o diretor a insere como uma figura de libido aflorada.
Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil (2016) (90’)
Horário: Quinta, dia 20, às 19:30
Direção: Belisario Franca
Classificação: 10 anos
Sinopse: O historiador Sidney Aguilar Filho falava sobre a 2ª Guerra Mundial em sala de aula quando foi interrompido por uma aluna. A menina afirmou ter visto a suástica, símbolo do regime de Adolf Hitler, cravada em tijolos de uma propriedade da família em Campina do Monte Alegre, no interior de São Paulo. O comentário da moça chamou atenção do estudioso, e ele decidiu investigar a fundo a denúncia. As descobertas foram chocantes. O professor deflagrou a triste memória, ocultada por praticamente um século, de uma espécie de campo de concentração nazista comandado por brasileiros que recrutaram crianças órfãs negras para trabalhos forçados. Publicada em 2011, a tese do pesquisador é o norte do guião do documentário de Belisario Franca, vencedor dos prêmios de melhor roteiro e montagem no Cine Ceará em 2016.
Os Caubóis do Apocalipse (2018) (85’)
Direção: Diego da Costa
Sinopse: O cineasta Diego da Costa sonhava, antes de descobrir o talento atrás das câmeras, em fazer parte de uma banda de rock. Sua inclinação para a música, não à toa, pautou seu primeiro trabalho nas telonas – a coprodução do Canal Brasil A Plebe é Rude (2016), documentário sobre o grupo punk nascido em Brasília na década de 1980. Em seu mais recente trabalho, o diretor volta aos tempos em que ambicionava tornar-se uma estrela dos palcos com uma ficção sobre o sonho de um adolescente em montar novamente o conjunto formado com os amigos em busca do sucesso. A comédia de ares juvenis é estrelada por Brás Antunes – filho do cantor, compositor e ex-titã Arnaldo Antunes –, Cacá Ottoni e Rafael Imbroisi.
Tom (Brás Antunes) é um jovem apaixonado por música e tem o violão e o contrabaixo como seus maiores companheiros. Ainda na infância, o menino montou com Nanda (Cacá Ottoni) e Dedão (Rafael Imbroisi), seus melhores amigos à época, a banda Caubóis do Apocalipse. Com memórias felizes desse período da vida, o rapaz sonha em montar novamente o conjunto com o objetivo de estourar na Internet. Seu mundo, entretanto, não é mais o mesmo. A amizade com os antigos companheiros não faz mais sentido como no passado e as músicas lembradas com carinho não são exatamente obras-primas memoráveis. Mesmo assim, o menino convida os colegas para um fim de semana em um sítio na esperança de reativar a ambição do estrelato. O que era para ser sinônimo de diversão vira uma grande confusão depois de uma sucessão de desentendimentos entre eles.
Houve Uma Vez Dois Verões (2002) (75’)
Horário: Sábado, dia 22, às 22h
Direção: Jorge Furtado
Classificação: 14 anos
Sinopse: Chico (André Arteche) é um jovem ingênuo que acredita que um dia encontrará o grande amor de sua vida. Roza (Ana Maria Mainieri) é uma jovem que só pensa em conseguir dinheiro suficiente para realizar sua sonhada viagem para a Austrália. Eles se encontram por acaso e, juntos, vivem uma intensa paixão. Porém várias reviravoltas do destino ainda irão influir no relacionamento deles.
Juan e a Bailarina (2013) (95’)
INÉDITO E EXCLUSIVO
Horário: Domingo, dia 23, às 22h
Classificação: 12 anos
Sinopse: Um antigo asilo de Buenos Aires, capital argentina, é a casa de dezenas de idosos sem um lar próprio. Lá mora Juan (Arturo Goetz), um homem sem muitas esperanças para o restante de sua existência, com rotina comumente confinada às paredes de seu pequeno quarto. O aposentado espera conformado pelo fim da vida até a chegada de Alicia (Marilu Marini), uma mulher afastada do neto pela nora e largada na porta da casa de repouso contra a própria vontade. A presença da ex-bailarina alimenta uma paixão instantânea em um personagem já sem muito gosto pelo cotidiano, mas a nova inquilina apresenta dificuldades para se integrar aos costumes do lugar, cujo único contato com o mundo exterior é feito a partir de um velho aparelho de televisão e um ainda mais antigo rádio a pilha.
O dia a dia de colossal marasmo é interrompido por uma notícia bombástica anunciada na voz ruidosa de um narrador na rádio: a Igreja Católica havia produzido um clone de Jesus Cristo com o objetivo de trazer novamente o messias do cristianismo ao mundo terreno. A réplica humana, no entanto, contraiu uma grave enfermidade e precisa de ajuda, atraindo o desejo dos moradores do asilo de ajudá-lo em prol da salvação. Tudo isso fica ainda mais complicado com a saída da enfermeira responsável pelo local, em férias, substituída pelo filho apelidado de “bruxa” pelos moradores. Em um cenário de possível drama, o roteiro encontra pitadas de bom humor para mostrar a rotina de uma casa de repouso como um lugar repleto de idiossincrasias e longe do estereótipo de depressão e doenças incuráveis.
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