[Resenha] Os manuscritos perdidos de Charlotte Brontë

Sinopse:
Viajando por quase duzentos anos entre o Velho e o Novo Mundo, os manuscritos passaram por diversas mãos e sobreviveram até a um naufrágio. Mais do que os primeiros rascunhos do que viria a se tornar a obra de Charlotte, o material revela detalhes da vida de uma das famílias mais talentosas da literatura mundial. Tudo teve início em 1810, quando Maria Branwell, que se tornaria mãe das famosas irmãs Brontë, obteve um livro, em sua terra natal. Dois anos depois, ela se mudou e o exemplar estava entre seus bens que naufragaram em um navio. O livro foi recuperado intacto e tornou-se precioso para toda a Família Brontë, sendo não apenas uma fonte de leitura, mas também de anotação pelas irmãs Charlotte, Emily, Anne, seu irmão Branwell e seu pai,Patrick.

                       O quê eu achei?
Sempre me interessei por literatura inglesa, já conhecia os clássicos das irmãs Brontë como Jane Eyre,O morro dos ventos uivantes,Agnes Grey e A senhora de Wildfell Hall.Vi esse livro pela primeira vez na livraria e tanto o título quanto a capa me chamaram a atenção.Sabia que precisava pedi-lo.

Quando ele chegou, dei uma folheada e conferi todas as imagens-a encadernação é linda,capa dura,vem com uma jacket, um fitilho amarelo e ilustrações maravilhosas.

Tudo começou quando a matriarca da família,Maria Bramwell,obteve um livro em sua terra natal.Dois anos mais tarde, ela se mudou e os manuscritos foram um dos itens perdidos durante a travessia de navio.Surpreendentemente, o artefato foi recuperado intacto e devolvido à família, onde se tornaria não apenas fonte de leitura mas também um caderno de anotações de todos os 6 irmãos:Charlotte,Emily,Anne,Elizabeth e Maria (essas duas últimas foram as primeiras a morrer)o irmão Bramwell e o pai Patrick.Eventualmente todos os filhos faleceram de diversas causas e o pai foi o último a morrer.Após sua morte em 1861,o livro foi vendido em um leilão e foi passando de mão em mão de vários donos, colecionadores em sua maioria onde acabou indo para nos Estados Unidos, onde ficaria em uma coleção particular até 2015, quando foi comprado pela Brontë Society (sociedade que preza pela divulgação e conservação). 

Existe um museu na cidade de Haworth,no condado de Yorkshire,chamado The Brontë Parsonage Museum onde os visitantes podem ver objetos que pertenceram às escritoras,roupas,etc.No momento está fechado devido à pandemia do coronavírus mas é uma ótima opção de passeio-embora eu não tenha tido chance de ir ainda,irei na próxima visita ao Reino Unido mas sei que é um programa imperdível para quem curte literatura e História.

Como disse Lorde Charles Wellesley:``Este momento de reflexão encurta a distância entre o personagem e a autora,uma vez que Charlotte está por trás do pseudônimo,esperando atravessar o espelho para os mundos abertos aos homens de letras.Que sorte eu ter me envolvido neste momento histórico;ler o texto juvenil resgatado de Charlotte Brontë,ainda que de fragmentos de cristal, nos faz lembrar que recuperar pedaços é uma chance de abrir uma janela para o passado.

Ah e não posso deixar de dizer que o livro começa com uma carta de apresentação da Dame Judi Dench que é a presidente da Brontë Society!Uma leitura imperdível!