[Crítica] Leonie, atriz e espiã

 

Sinopse:

O sonho de Leonie Brandt (1901-1978) era ser atriz. Depois de realizá-lo, ela assumiu o papel de sua vida: tornou-se espiã do serviço holandês de inteligência na Alemanha nazista. Depois da guerra, holandeses proeminentes passaram a temê-la, por causa do que ela sabia de suas ações durante a ocupação. O filme usa cenas de filmes antigos para recompor a cronologia aproximada de sua vida fabulosa. Envoltos em uma névoa de mistério, o “real” e o “fictício” de sua vida nem sempre são claros.



      O quê eu achei?

Confesso que nunca tinha ouvido falar da holandesa Leonie Brandt (1901-1978)mas como sempre me interessei por histórias de espiões-ou melhor dizendo, agentes do serviço secreto,como é dito no início-resolvi assistir.

Nascida em Bissen,cidade alemã perto da fronteira com a Holanda,Gertrud-Franziska Pütz, cresceu sonhando em seguir carreira de atriz; quando tinha vinte e poucos anos, se alistou no serviço de inteligência holandesa e começou a espionar os alemães na ascensão do fascismo, no começo da década de 30.

Os alemães, inclusive os oficiais da Gestapo, a temiam e consideravam-na perigosa por ela estar a par de seus planos. E não apenas os nazistas temiam-na: os homens da alta sociedade holandesa também porque ela sabia de suas inclinações políticas e de seus segredos.

A vida de Leonie é cercada de mistério e a própria diretora Annette Apon reconhece que ela era atriz como Fien de La Mar e espiã como Mata Hari,no entanto, ela era mais bela e inteligente do que ambas.

Antes da Segunda Guerra, ela era ativa na Holanda, bem como na Alemanha dominada pelos nazistas. Como agente dupla, ela fez contato com o Sicherheitsdienst, o serviço de inteligência das SS (Polícia do Estado) alemãs. Ela foi pega pelos alemães quando queria roubar uma lista em nome dos holandeses com os nomes de informantes da Gestapo na Holanda. Ela foi presa, mas foi libertada em outubro de 1940 e voltou para a Holanda.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Leonie atuou como agente dupla. Informações importantes seriam transmitidas a Londres por meio de peças de rádio escritas por ela. Um importante contato dela, o general alemão Eduard Wagner, quis expressar seu apoio à causa Aliada por meio deste canal. O complô foi descoberto e Leonie foi presa novamente pelos serviços secretos alemães. Em 1942, os alemães a transferiram para o campo de concentração de Ravensbrück. Lá ela teve um momento ruim, mas ela sobreviveu. Retornando à Holanda após a guerra, ela ajudou a interrogar criminosos de guerra alemães, incluindo Willy Lages, chefe do SD e Sicherheitspolizei das províncias de Noord-Holland e Utrecht durante a ocupação. Depois de uma vida bastante gloriosa e difícil no pós-guerra, ela morreu em 1978, levando muitos segredos para o túmulo. Um desses segredos pode estar relacionado à enigmática Carta Stadtholder, a carta que o príncipe Bernhard teria enviado a Hitler em 1942 para se apresentar como "Stadtholder" dos Países Baixos.

As cenas do documentário são interpretadas por atores, já que não há nenhuma gravação de Leonie.Seu filho Carl aparece em algumas cenas-ele entrou em contato com a diretora quando soube que a diretora Annette Lupon estava fazendo um filme sobre sua mãe.

Leonie morreu aos 77 anos, em janeiro de 1978, em seu apartamento em Amsterdã e provavelmente levou muitos segredos para o túmulo.Sua vida permanece em mistério! 

Assistido no Festival É Tudo Verdade e pode ser assistido na plataforma Looke.


                       Trailer:






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