[News] “O Diabo na Rua, no Meio do Redemunho" dirigido por Bia Lessa ganha sessão extra na repescagem do Festival do Rio e é selecionado para Mostra São Paulo

 

Sessões:  


Hoje Estação Net Rio, dia 09/10, segunda-feira, às 18h30, seguida de debate.  


Sessões com a presença da diretora Bia Lessa, elenco e equipe.  


Repescagem Segunda 16 às 21h10 no Estação Net Rio 


 


O Longa “O Diabo na Rua, no Meio do Redemunho” foi o título que Bia Lessa escolheu para transportar a obra-prima de Guimarães Rosa para as telas de cinema. O título foi tirado de uma das frases mais famosas do livro, que narra a trajetória do jagunço Riobaldo, enfrentando seus demônios em guerras pelo sertão nordestino. Riobaldo emenda uma história na outra, mistura lembranças e impressões de um jagunço entre guerras e encruzilhadas. E são muitos os demônios que Riobaldo combate. Ele encara seus medos, vislumbra o Diabo ele mesmo, sempre à espreita para uma emboscada de vida ou morte. Enfrenta bandos de jagunços em disputas sangrentas. E ainda trava a maior de suas guerras, a batalha amorosa, a maior das tentações, quando busca resistir à paixão intensa por Diadorim, que luta ao seu lado nas encruzilhadas do sertão. Produção do longa foi realizada pela produtora 2+3 Produções, com coprodução da Globo Filmes, Canal Brasil, Riofilme, 2+2 Comunicações, Em Associação Com: Quanta, Effects Film e O Grivo. 


 


Bia Lessa encarou o desafio de levar para o cinema o jeito sinuoso de contar histórias desse jagunço. Riobaldo envereda por um vaivém de episódios em suas andanças pela imensidão de um sertão imaginário, inventando uma linguagem muito original, um falar brasileiro inimitável. Por isso, Bia optou por transcrever as cenas do livro usando apenas frases tiradas do texto de Guimarães. O movimento de vaivém das histórias do jagunço vai pautando as cenas em que os atores também criam uma linguagem corporal própria para narrar a mistura de besta--fera e de ser humano em cada personagem, em cada paisagem. O filme é resultado de um longo trabalho de Bia com a literatura de Guimarães Rosa. Primeiro, ela trabalhou o texto do escritor numa exposição no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Depois, transformou o livro em peça de teatro, com a parceria do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em montagem de enorme sucesso de público e de crítica, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio, e no SESC, em São Paulo. E, durante a pandemia, entre 2020 e 2022, retrabalhou as histórias de Riobaldo, desta vez para o cinema, com os mesmos atores da peça. O elenco reúne Caio Blat, Luiza Lemmertz, Luisa Arraes, Leonardo Miggiorin, Clara Lessa, José Maria Rodrigues, Lucas Oranmian, Daniel Passi, Elias de Castro e Balbino de Paula.  


Na tela do cinema, os atores transitam por um espaço sem referências geográficas nem fronteiras. Se no teatro os personagens estavam aprisionados numa jaula construída por Paulo Mendes da Rocha, na tela do cinema, eles perambulam num vazio acinzentado, atordoados entre o delírio, a memória, a fúria e a paixão. São personagens de um sertão onde a ferocidade das emoções é o que há mais de concreto diante do trágico da vida intensamente vivida. O sertão imaginário de Bia, como o de Guimarães Rosa, expõe as encruzilhadas da tragédia na representação do mundo como lugar de dúvidas dilacerantes. Neste sertão nebuloso, o próprio cinema, como suporte para apreensão da realidade, é ferozmente posto em questão por uma metafísica que desafia os limites da linguagem. “O Diabo Na Rua No Meio do Redemunho”  (2023) é a quarta incursão pelo audiovisual de Bia Lessa, depois dos longas metragens “CREDE-MI” (de 1996, dirigido em parceria com Dany Roland), de “Então Morri” (de 2016, outra parceria com Dany Roland) e de uma série audiovisual, a trilogia “Cartas Ao Mundo” (pesquisa autoral de Bia em torno da linguagem cinematográfica de Glauber Rocha). Bia Lessa é uma artista multimídia com uma extensa produção e já trabalhou com teatro, ópera, exposições, shows, desfiles de moda, videoarte, instalações, além de performances e trabalhos de curadoria para museus e bienais. 


Sinopse: 


Riobaldo, um jagunço (cangaceiro ou pistoleiro) revive sua juventude turbulenta no sertão. Ele relata suas experiências como membro de um bando liderado por Joca Ramiro, e posteriormente, sua liderança do bando após a morte de Ramiro. O enredo é marcado pela presença de um personagem enigmático chamado Diadorim, que se torna um grande amigo de Riobaldo e desperta sentimentos complexos nele. Diadorim é um mistério constante para Riobaldo e a verdadeira identidade de Diadorim é revelada apenas no clímax da história. A narrativa é não linear, com reflexões filosóficas entrelaçadas com cenas detalhadas da vida e das batalhas sangrentas no sertão, incluindo crenças populares, lendas e tradições. No cerne estão as questões de dualidade, ambiguidade e conflito interior. Riobaldo constantemente lida com escolhas morais e dilemas éticos, enquanto busca entender seu lugar no mundo e sua própria natureza. A relação entre Riobaldo e Diadorim simboliza muitos desses temas, explorando a complexidade da identidade, gênero e afetos profundos. 


Aspas diretora: 


Meu primeiro filme “Crede-mi”, baseado na obra “O Eleito”, de Thomas Mann, nasceu de uma necessidade imperativa. Um fato: eu me encontrei com uma pessoa numa sexta-feira, que me propôs um trabalho de forma bastante atípica, me oferecendo um envelope com o meu pagamento em espécie. Fiquei constrangida, marquei de conversarmos na semana seguinte, e no sábado recebi a notícia de que essa pessoa havia se enforcado. Esse fato colocou diante de mim uma questão: como eu não percebera o limite emocional em que aquele homem estava vivendo? Percebi ali que nossos códigos de interpretação, todos eles, estavam caquéticos, e que representávamos os sentimentos a partir de convenções, e não a partir da observação da própria vida. Vi então que eu tinha que abandonar provisoriamente o teatro e ir documentar a vida, ver a vida, estar na vida – e por isso o cinema. Meu segundo filme, “Então Morri”, se deu para aprofundar essa experiência de modo radical, abandonando o apoio de uma obra literária e de um roteiro e filmando as pessoas tal qual se apresentavam na vida. A partir das cenas reais capturadas no dia a dia, manipularíamos as cenas na montagem, criaríamos uma narrativa formada pela relação de uma cena com a outra. Esse filme foi feito quase imediatamente após o primeiro, uma continuação da mesma pesquisa iniciada com o “Crede-mi”. Agora, com “O Diabo na Rua, no Meio do Redemunho”, o filme vem pelo desejo de dialogar com a linguagem cinematográfica da mesma forma que o Guimarães estabeleceu um diálogo com a língua portuguesa escrita e oral. 


 


Sobre Bia Lessa 


Bia Lessa, artista multimídia brasileira, autodidata, realizou trabalhos nas áreas de cinema, teatro, música, ópera, instalações, exposições, museus e arquitetura. Em cinema, realizou três longas metragens: “Crede-mi”, a partir da obra “O Eleito”, de Thomas Mann, “Então Morri”, prêmio de melhor longa-metragem na categoria Novos Rumos do Festival do Rio, e o filme “O Diabo na Rua, no Meio do Redemunho”, a partir da obra de João Guimarães Rosa, partctpa do Festival do Rio 2023. Realizou a minissérie “Cartas ao Mundo”, a partir da obra de Glauber Rocha, um documentário intitulado “Scar”, sobre a violência contra a mulher, para o Southbank Centre em Londres, e “Casa de Bonecas”, de Ibsen.Seus espetáculos e filmes foram apresentados no Centre Georges Pompidou em Paris, no Festival de Outono de Madri, no Festival Theater der Welt na Alemanha, no Festival de Cinema Berlinale em Berlin, Sommer Theater Festival – Hamburgo / Sigma Festival – Bordeaux/ Zurcher Theater Spektakel – Zurich/ Festival Internacional de Teatro de Caracas/ Festival des Ameriques – Montreal/ Festival Dumaurier – Toronto/ Festival de Cadiz/ e Festival de Cinema de São Francisco, Biarritz, Shangai, Jerusalém, Calcutá, Praga, Brisbane, Zurique, Munique, Colonia, Hamburgo, Dusseldorf, Nova York etc. Seus primeiros trabalhos em teatro não tinham nomes, e sim números; “ensaio número 1”, “ensaio número 2” e assim sucessivamente, reforçando a ideia de um pensamento que se desenvolve a partir do raciocínio anterior. Sua trajetória cênica foi calcada por espetáculos experimentais, desenvolvendo um trabalho de pesquisa rigoroso que privilegiou levar à cena obras literárias. Montou, ao longo de sua trajetória, grandes obras literárias, como “Os Possesos”, de Dostoiévski, “O Homem Sem Qualidades”, de Robert Musil, “Orlando”, de Virginia Woolf, “A Terra dos Meninos Pelados”, de Graciliano Ramos, “A Tragédia Brasileira”, de Sergio Sant’Anna, “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne, “A Cena da Origem”, transcrição de Haroldo de Campos de trechos da bíblia (Eclesiastes e Gênesis). Recentemente, montou “Macunaíma”, de Mario de Andrade, “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, e “Pi - Panorâmica Insana”, a partir das obras de autores contemporâneos.  


Realizou importantes exposições, entre elas “Grande Sertão: Veredas” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Claro e Explícito” e “Itaú Contemporâneo”, no Instituto Cultural Itaú e a exposição “Barroco Brasileiro”, na Bienal do Redescobrimento. Realizou no Salão nobre da ONU a performance “The Second Unveiling”, a partir do painel “Guerra e Paz”, de Candido Portinari. Fez a exposição-manifesto “Cartas ao Mundo”, um tríptico dividido em três capítulos – “Asfixia”, “Mercadoria” e “O Comum” –, a partir da obra de Glauber Rocha. 


Criou o “Pavilhão do Brasil” na Expo 2000 em Hannover, Alemanha e o “Pavilhão Humanidade 2012”, com Carla Juaçaba, durante a Rio +20, no Rio de Janeiro. Participou da criação dos museus Paço do Frevo, em Recife, e do Museu Casa de Cultura de Paraty. Inaugurou o Museu da Língua Portuguesa, com a exposição “Grande Sertão: Veredas”. Montou as óperas – “Il Trovatori”, “Aida”, “Don Giovanni”, “Cavalleria Rusticana”, “Pagliacci” e “Suor Angelica” nos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo. 


 


Elenco: 


Caio Blat, Luiza Lemmertz, Luiza Arraes, Leo Miggiorin, Clara Lessa, José Maria Rodrigues, Daniel Passi, Lucas Oranmian, Elias De Castro, Balbino De Paula 


 


Ficha Técnica: 


Produção: 2+3 PRODUÇÕES 


Coprodução: GLOBO FILMES, CANAL BRASIL, RIOFILME, 2+2 COMUNICAÇÕES 


Em associação com: QUANTA, EFFECTS FILM, O GRIVO 


Produtores: LUCAS ARRUDA e BIA LESSA 


Produtores associados: GUEL ARRAES e RT FEATURES 


Direção e roteiro: BIA LESSA 


Figurinos: SYLVIE LEBLANC 


Cenografia: BIA LESSA 


Adereços: FERNANDO MELLO DA COSTA 


Direção de fotografia: JOSÉ ROBERTO ELIEZER, ABC 


Montagem: SÉRGIO MEKLER, RENATA CATHARINO 


Trilha sonora: EGBERTO GISMONTI 


Trilha sonora e música original: O GRIVO 


Produção musical (Egberto Gismonti)  


e Pesquisa sonora :DANY ROLAND 


Direção de arte: TONI VANZOLINI 


Mixagem: RICARDO REIS, ABC 


Supervisão de edição de som: MIRIAM BIDERMAN, ABC  


Coreografia e preparação corporal: AMÁLIA LIMA 


Design gráfico: TON ZARANZA 


 


GLOBO FILMES | Coprodutora  


  


Construir parcerias que viabilizam e impulsionam o audiovisual nacional para entreter, encantar e inspirar com grandes histórias brasileiras – do cinema à casa de cada um de nós. É assim que a Globo Filmes atua desde 1998. Com mais de 450 filmes no portfólio, como produtora e coprodutora, o foco é na qualidade artística e na diversidade de conteúdo, levando ao público o que há de melhor no nosso cinema: comédias, romances, infantis, dramas, aventuras e documentários. A filmografia vai de recordistas de bilheteria, como ‘Tropa de Elite 2’ e ‘Minha Mãe é uma Peça 3’ – ambos com mais de 11 milhões de espectadores – a sucessos de crítica e público como ‘2 Filhos de Francisco’, ‘Aquarius’, ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘O Palhaço’ e ‘Carandiru’, passando por longas premiados no Brasil e no exterior, como ‘Cidade de Deus’ – com quatro indicações ao Oscar – e 'Bacurau', que recebeu o prêmio do Júri no Festival de Cannes. Títulos mais recentes como ‘Marighella’, ‘Turma da Mônica: Lições’ e ‘Medida Provisória’ fizeram o público voltar às salas pós-pandemia para prestigiar um cinema que fala a nossa língua. 


 


CANAL BRASIL | Coprodutora 


 


Canal Brasil é o canal que mais coproduz cinema no país, com mais de 400 longas-metragens. Esse ano, completa 25 anos no ar com uma programação diversa com séries, ficções, documentários, programas e shows que apresentam retratos da cultura brasileira. O acervo do canal conta com obras dos mais importantes cineastas brasileiros e de todas as fases do nosso cinema, com uma grade que conta a história da sétima arte do país. O que pauta o canal é a diversidade, com uma programação plural, composta por muitos discursos e sotaques. A palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar. 


 


Sobre a produtora DOIS + TRÊS PRODUÇÕES -Na área audiovisual: 2017 Grande Prêmio De Cinema e 2016 Filme Então Morri – De Bia Lessa E Dany Roland. No teatro: 2017/2018/2020 Grande Sertão: Veredas – Espetáculo Instalação; 2018/2019 Macunaíma – Direção Artística E Cenografia – 2018/2019; 2018 Panorâmica Insana – Direção Artística – 2018.  


EXPOSIÇOES: 2022 Exposição Cartas ao Mundo – SESC Paulista; 2021 Expo 15 Anos do teatro Poeira – Antes e depois dos espetáculos – Direção Artística;2018 Cicatrizes/Scar – SouthBank Centre – Londres.ÓPERA:  Aída – Theatro Municipal SP - 2020. 


 2+2 COMUNICAÇÕES. Na área audiovisual: SERIE Cartas ao Mundo, a partir da obra de Glauber Rocha, Globo Play, Canal Curta, Sesc –2022.Exposições: EXPOSIÇÃO Cartas ao Mundo – SESC SP – 2020; EXPOSIÇÃO Acervo Itau Cultural Arte Contemporânea – 2007; EXPOSIÇÃO Grande Sertão Veredas, Museu da Lingua Portuguesa – 2007; EXPOSIÇÃO Bíblia Citações – Carlos Araújo – 2010; EXPOSIÇÃO Maria Bethânia – Maria De Todos Nós – 2015. Museus: CRIAÇÃO, CURADORIA E EXPOGRAFIA Paço Do Frevo – 2008. Shows: Maria Bethania, Dia Mundial Da Agua – 2007; Maria Bethania – Dentro Do Mar Tem Rio – 2007 ;“N9ve” Ana Carolina – 2009; Maria Bethania Amor Festa e Devoção – 2009;Margareth Menezes, Afropop Brasileiro 2010 – 2010.Teatro: Exercício Nº 02 – Formas Breves, SESC VILA MARIANA – 2009 ;Astronautas – 2011 ; Panorâmica Insana – 2018; Grande Sertão Veredas – 2017/2018/2019. Ópera:  Il Trovatore, direção Geral e cenografia, Theatro Municipal RJ A– 2010 e Aída – Theatro Municipal SP – 2020. 







Nenhum comentário