[News]10/10 Festival do Rio: Coprodução Puan terá presença do premiado diretor e roteirista argentino Benjamín Naishtat na sessão hoje
ESCOLHIDO PARA REPRESENTAR A ARGENTINA NO OSCAR, OS DELINQUENTES É EXIBIDO NO FESTIVAL DO RIO |
Distribuído pela Vitrine Filmes em parceria com a MUBI, longa de Rodrigo Moreno chega aos cinemas do país em 26 de outubro |
Premiado cineasta de longas como O Guardião, o argentino Rodrigo Moreno assina o roteiro e direção de OS DELINQUENTES, filme escolhido para representar a Argentina no Oscar. O longa será exibido pela primeira vez no Brasil no Festival do Rio, nesta sexta (06), às 17h, no Reserva Cultural Niterói 1, e depois ainda terá sessões nos dias 08 (às 20h30, no Estação NET Rio 3), 11 (às 19h50, no Kinoplex São Luiz 1), e 15 (às 20h15, no Estação NET Gávea 1). A estreia nos cinemas nacionais é em 26 de outubro, com distribuição da Vitrine Filmes.
O filme, que fez sua estreia mundial na mostra Un Certain Regard, do Festival de Cannes, é uma coprodução entre Argentina, Brasil (pela produtora Julia Alves), Luxemburgo e Chile, e tem como protagonistas dois bancários cansados de sua rotina, que resolvem cometer um crime para ter uma vida melhor no futuro.
Moreno conta, em entrevista, que a ideia para o longa veio de um clássico do cinema argentino de 1949 chamado Apenas un delincuente, mas, como ele mesmo aponta, a situação econômica do país, no presente, é outra por isso seu filme toma outros caminhos.
“O contexto social e econômico, não só da Argentina, mas do mundo, era o de depois da Segunda Guerra Mundial e o capitalismo estava no zeitgeist. Tudo estava se expandindo, então a Argentina era um país muito rico naquela época. Agora, as coisas mudaram muito e o que temos é uma enorme crise – também do capitalismo. Acho muito superficial o fato de ser rico agora. É meio estúpido. O objetivo do meu protagonista é parar de trabalhar. Quando comecei a pensar neste projeto, o principal obstáculo era encontrar um objetivo para esse personagem. Depois que encontrei, tudo se encaixou.”
Ele também explica que construiu a narrativa de forma a tornar o roubo do banco um elemento central para o filme, embora não seja o centro do filme, podendo assim dar ênfase à trajetória dos personagens.
“Acho que tem mais a ver com a montagem do que com o roteiro. Claro, todas essas coisas tiveram que ser escritas antes, mas o roteiro era mais linear. Contei a história muito cronologicamente. O que descobri na montagem é que o fato de Moran ter conhecido Norma foi mesmo no terceiro ato. Mas nunca pensei realmente em como manter a atenção do espectador. Eu não tinha uma estratégia. Eu confiava em fazer coisas engraçadas”, explica.
A produção do longa levou mais de quatro anos, pois no meio do processo aconteceram a pandemia e outros percalços, que atrasaram as filmagens, e acarretaram em certas mudanças, como a troca de diretor de fotografia, o que, no final, acabou dando um ar distinto às duas partes de OS DELINQUENTES.
“A parte do banco foi a última coisa que fizemos. Então foi muito estranho pensar no filme em termos visuais, porque ele estava tão dividido, tão separado, em todas as fases da filmagem, que me exigiu um pouco de fé. Tive três diretores de arte e dois diretores de fotografia. Você vê o filme e sente que é tudo uma coisa, mas não era”, se diverte lembrando.
Desde sua estreia em Cannes, o longa tem sido muito bem recebido pela imprensa especializada. Jessica Kiang, na revista Variety disse que “assim como seus personagens, esse filme é banalmente surreal e loucamente sensato, e evita a rotina diária velha e segura em favor do perigoso desconhecido e, assim, de uma forma excepcionalmente prazerosa, nos lembra que nós também temos opções: escolher o trabalho ou escolher em vez disso, todo um mundo vasto e estranho.”
Peter Bradshaw, no The Guardian deu a OS DELINQUENTES a nota máxima, e disse “Esta é uma comédia insana que segue seu próprio caminho excêntrico e confiante, e na verdade toda a ideia do roubo é subvertida desde o início pela maneira puramente tensa como o roubo é mostrado.”
Sinopse
Dois bancários, Román e Morán, questionam suas rotinas e seus cotidianos tediosos em Buenos Aires. Um deles encontra uma solução: cometer um crime. Ele envolve o parceiro no projeto e, de certo modo, é bem-sucedido no plano. Isso os leva a uma grande mudança de vida, na esperança de uma existência mais satisfatória. Exibido na mostra Un Certain Regard no Festival de Cannes 2023.
Ficha Técnica
Direção: Rodrigo Moreno
Roteiro: Rodrigo Moreno
Produtor: Ezequiel Borovinsky
Coprodutores: Julia Alves, Bruno Bettati, Natacha Cervi, Gilles Chanial, Hernán Musaluppi, Paola Suárez
Elenco: Daniel Elias, Esteban Bigliardi, Margarita Molfino, German De Silva, Laura Paredes, Mariana Chaud, Cecilia Rainero, Javier Zoro Sutton, Gabriela Saidon
Direção de Fotografia: Alejo Maglio, Ines Duacastella
Direção de arte: Laura Caligiuri, Gonzalo Delgado
Montagem: Rodrigo Moreno
Gênero: drama
País: Argentina, Brasil, Luxemburgo e Chile
Ano: 2023
Duração: 180 minutos
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Sobre a Vitrine Filmes
A Vitrine Filmes, desde 2010, já distribuiu mais de 200 filmes e alcançou milhares de espectadores apenas nos cinemas do Brasil. Entre seus maiores sucessos estão "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2019; "O Processo", de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional; e "Druk: Mais Uma Rodada", de Thomas Vinterberg, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2021.
Em 2020, a Vitrine Filmes iniciou um novo ciclo de expansão e renovação. Entre as iniciativas, o lançamento da Vitrine España, que produz e distribui longas-metragens na Europa; o Vitrine Lab, curso online sobre distribuição cinematográfica, vencedor do prêmio de distribuição inovadora do Gotebörg Film Fund 2021; a Vitrine Produções, para o desenvolvimento e produção de títulos brasileiros; e, em 2022, a criação do selo Manequim, focado na distribuição de filmes com apelo a um público mais amplo.
Na produção, o primeiro lançamento, "Amigo Secreto" (DocLisboa 2022), de Maria Augusta Ramos, que teve mais de 15 mil espectadores no Brasil; o romance adolescente "Jogada Ensaiada", de Mayara Aguiar, em desenvolvimento; "O Nosso Pai", curta de Anna Muylaert exibido no Festival de Brasília; e "Caigan Las Rosas Blancas" (“White Roses, Fall!”), de Albertina Carri, a continuação de "Las Hijas del Fuego", distribuído pela Vitrine Filmes em 2019.
Em 2023, a Vitrine Filmes apresenta ainda mais novidades para a produção e distribuição audiovisual. Entre as estreias, estão confirmados para os próximos meses o filme “Canção ao Longe”, de Clarissa Campolina, e “Retratos Fantasmas”, novo filme de Kléber Mendonça Filho que teve sua première mundial no Festival de Cannes.
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