[News]Última semana para visitar a Exposição 'Existência Numérica - Emergências' no Futuros - Arte e Tecnologia
Segue até o próximo domingo, 23 de junho, no centro cultural Futuros - Arte e Tecnologia a exposição Existência Numérica - Emergências, com obras de artistas brasileiros e estrangeiros que utilizam dados como matéria-prima em uma representação artística sobre questões contemporâneas da sociedade. A mostra aborda temas emergenciais que estão na pauta dos debates na atualidade, entre os quais as mudanças climáticas, as questões identitárias e a valorização da ciência. E, para celebrar o sucesso desta segunda edição, no dia do encerramento, os curadores Barbara Castro, Doris Kosminsky e Luiz Ludwig, irão realizar uma ‘finissage’, que contará com visitas mediadas a partir das 16 horas.
A exposição apresenta 11 obras criadas a partir dos pontos de vista de nove artistas e/ou coletivos, desde aqueles que empregam tecnologias sofisticadas e grande volume de dados, até os mais focados em uma crítica social. A curadoria traz um eixo temático ligado às questões socioambientais, e as obras selecionadas evidenciam como os artistas utilizam os dados numéricos para realizar questionamentos e reflexões mais densas do que o uso tecnológico, estratégico e corporativo no qual costumam estar associados.
AS OBRAS DE ‘EXISTÊNCIA NUMÉRICA’
Entre os destaques desta segunda edição, está a participação do físico hungáro Albert-László Barabási, reconhecido como o "Papa" da rede de dados, que aplica sua experiência em big data e ciência de redes para transformar pesquisas em arte. O artista apresenta três obras na mostra, entre elas, “Fake News”, uma animação 3D generativa, baseada nos dados do Observatório de Notícias Falsas do Network Science Institute, em Boston, Estados Unidos, que revelou os 12 perfis entre 200.000 que desempenharam papel crucial na disseminação das notícias falsas durante o lançamento da vacina contra a Covid-19 na plataforma X (ex-Twitter). Um linho bordado é o formato utilizado em “Emergências", obra na qual o artista usa dados de ligações de telefones celulares em situações de emergência para rastrear a conexão das reações humanas em uma série de eventos ameaçadores à vida. Já em "150 anos de Nature", uma homenagem à mais antiga e importante publicação de ciência, Barabási faz uma análise baseada em dados de toda a história da revista, mapeando a extensa rede de cocitação que conecta os 88.000 artigos publicados desde 1900.
A designer italiana Giorgia Lupi, defensora do humanismo de dados, traz para a exposição Existência Numérica - Emergências a instalação "A Sala de Mudanças". Realizada no período em que a artista atuava no estúdio Accurat, a obra é uma ‘tapeçaria de dados’ com cerca de vinte metros de comprimento, que ilustra como múltiplos aspectos do nosso ambiente mudaram nos últimos séculos e como ainda estão em processo e, provavelmente, continuarão se transformando. Por meio da repetição de módulos visuais e da combinação de diversas fontes de dados que retratam o mundo tanto de uma perspectiva global quanto local, a instalação traz a possibilidade de observar as transformações que envolvem o planeta, os humanos e demais seres vivos ao longo da Era do Antropoceno.
De Mimi Ọnụọha, artista nigero-americana que questiona e expõe as lógicas contraditórias do progresso tecnológico, a exposição apresenta a instalação “Nós Agregados 3.0”, uma coleção de fotos do arquivo pessoal de sua família - nunca publicadas online - ao lado de imagens que algoritmos de pesquisa reversa de imagem do Google categorizam como semelhantes às fotos do arquivo. Um vídeo com rolagem infinita aponta as coleções também infinitas de dados capturados por empresas de tecnologia do Vale do Silício e as imagens evidenciam a ferocidade do ato de classificação social.
Na contramão da visualização de dados que utilizam símbolos para representar significados, o austríaco Dietmar Offenhuber criou a instalação “Rastros de Poluição”, que demonstra a poluição do ar. A obra chama a atenção para os resíduos de poeira nas superfícies da cidade retratadas através do grafite reverso realizado em espaços públicos cariocas, tornando visível a poluição acumulada ao removê-la parcialmente.
Ainda sob a temática das questões atmosféricas, em uma abordagem sobre o impacto que tais condições podem causar na origem de diversos problemas de saúde, os pesquisadores Doris Kosminsky, que faz parte do conselho curatorial da exposição, ao lado de Claudio Esperança e Ximena Illarramendi, demonstram os dados do projeto Amplia Saúde, desenvolvido pela UFRJ e Fiocruz, para a produção da obra “Gestagrama, paisagem da desigualdade”. A obra apresenta a poluição atmosférica como uma das causas de baixo peso de bebês brasileiros ao nascer. Um vídeo randômico permite a visualização dos dados de 400 municípios, em uma paisagem que busca estimular uma reflexão ampla sobre as desigualdades vividas no gestar e no nascer.
Projeto do português Pedro Miguel Cruz em parceria com a americana Chloe Hudson Prock, a obra “A Tempestade Perfeita” é uma instalação que usa o furacão como metáfora da sensação de ameaça iminente. O objetivo do artista é que o público identifique a ligação entre os sistemas capitalistas e a mudança climática. A obra visualiza o contraste entre as emissões de gás carbônico e o índice de risco climático em diversos países, levando o público a uma reflexão sobre a dependência de combustíveis fósseis.
A crítica também está presente na obra “Nortitude”, do designer brasileiro Luiz Ludwig, curador da mostra, que traz um desdobramento de sua pesquisa de doutorado. A obra aborda a trajetória que os dados fazem até que uma pessoa possa acessar um site e explora o fato que a maior parte das páginas acessadas pelos brasileiros estão hospedadas em servidores no exterior, em sua maioria no hemisfério norte, reforçando a continuidade do colonialismo, agora de forma digital. Através de uma tela touch, o visitante digita um endereço na internet e descobre onde estes dados estão armazenados.
O estudo de um grupo de antropólogos brasileiros do Museu Nacional e de pesquisadores de visualização de dados da Universidade de Potsdam demonstra em “Emaranhados do Xingú” uma videoinstalação interativa mostra como as relações que as comunidades indígenas têm com seus objetos, lugares e ritos se diferenciam profundamente das que são estabelecidas pelos habitantes de comunidades urbanas. Os pesquisadores trabalharam junto a comunidades do Alto Xingú, identificando o entrelaçamento entre peças, mitos e entes espirituais na formação e modos de vida dessas populações. Nesta obra, os visitantes podem navegar em um diagrama interativo que vai reproduzindo vídeos sobre os conceitos selecionados.
O Brasil também está presente na obra “Mata”, da artista e curadora da mostra Barbara Castro, em uma visualização artística que utiliza um algoritmo para representação de dados de desmatamento na Amazônia Legal de 1988 a 2022. Os padrões matemáticos presentes nos algoritmos remetem às árvores e aos pulmões, em uma proposta interativa que convida o visitante a sincronizar sua respiração com a animação. Cada ano é um ciclo de respiração que se torna mais curto e menor de acordo com os dados da taxa anual de desmatamento disponibilizados pelo Governo Federal no projeto PRODES - Amazônia.
Serviço:
Exposição:
Existência Numérica -Emergências
Local: Espaço cultural Futuros - Arte e Tecnologia
Período: Última semana - até domingo, 23 de junho
Endereço: R. Dois de Dezembro, 63 - Flamengo, Rio de Janeiro
Horário de funcionamento: de quarta a domingo - 11h às 20h (seg e ter fechado)
Autores e obras
Albert-László Barabási - É físico húngaro-americano nascido na Romênia, é mais conhecido por seu trabalho na área da teoria das redes. O BarabasiLab, também conhecido como o Centro de Pesquisa em Redes Complexas na Northeastern University, mudou a maneira como o mundo compreende as redes. Exposições foram realizadas em Nova Iorque, Hungria e Budapeste, com destaque para "Hidden Patterns" na ZKM.
Emergências (Emergencies), 2011)
Emergencies | New Years Eve/Szilveszter 2028.12.31 | linho bordado | 214cm x 218cm | Imagem ilustrativa
Emergencies | Pamplona ETA Bomb 2008.10.20 | linho bordado | 215cm x 212cm | Imagem ilustrativa
Emergencies | Real Madrid Riot 2007.06.18 | linho bordado| 202cm x 214cm | Imagem Ilustrativa
Os telefones celulares estão cada vez mais atuando como dispositivos de transmissão pessoal em uma crise. Eles permitem que os indivíduos aumentem a conscientização sobre eventos em andamento por meio de suas redes pessoais e mídias sociais. Entre janeiro de 2007 e janeiro de 2009, o BarabásiLab usou dados de telefones celulares, na Hungria e na Espanha, para detectar reações humanas a uma série de eventos ameaçadores à vida, desde explosões de bombas até tumultos.
Fake News, 2018 - Vídeo 5760px x 1080px 4:59
As fake news forçaram todas as pessoas a questionarem a natureza da verdade, criando incertezas em um momento em que a clareza era mais necessária. Em Fake News Apostles, o BarabásiLab aplica sua experiência em big data e ciência de redes para revelar as forças ocultas que impulsionaram a disseminação de notícias falsas durante o lançamento das vacinas contra a COVID.
Nature, 2019 - Vídeo 1920 x 1080px 5:08/ Backlight impresso em tecido 2,2m x 2,2m
O processo faz uma análise baseada em dados de toda a história da revista. Foram mapeados a extensa rede de co-citação conectando os 88.000 artigos publicados pela Nature desde 1900. A visualização da rede revela o escopo altamente multidisciplinar da revista e ilumina como várias disciplinas, representadas por diferentes cores, são co-citadas. O plano original de uma única imagem de capa se transformou em um projeto multimídia composto por uma capa desdobrável da rede de co-citação e uma imagem de três páginas ilustrando o impacto de várias publicações icônicas da Natureza. O projeto também foi acompanhado por um vídeo e um site interativo.
Barbara Castro - Doutora em Artes Visuais na Escola de Belas Artes da UFRJ, é professora adjunta da Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ. Fundadora e diretora do estúdio Ambos&& que une design, arte e tecnologia para projetos culturais e educativos atuando nos campos de arte e tecnologia, design de interação, programação criativa, visualização de dados e curadoria.
Mata, 2023 - Animação com 3’35’’ - Técnica: Código feito em Processing (Fonte: TerraBrasilis/PRODES)
Visualização artística que utiliza um algoritmo fractal para representação de dados de desmatamento na Amazônia Legal de 1988 a 2022. Os padrões matemáticos presentes nos fractais podem remeter às árvores e aos pulmões. O vídeo é uma proposta interativa que convida o visitante a sincronizar sua respiração com a animação. Cada ano é um ciclo de respiração que se torna mais curto e menor de acordo com os dados da taxa anual de desmatamento disponibilizados pelo governo no projeto PRODES - Amazônia.
Dietmar Offenhuber - Professor Associado e Presidente do Departamento de Arte + Design da Northeastern University. Trabalhou como pesquisador-chave no Ars Electronica Futurelab. Menções Honrosas do Festival File São Paulo e Transmediale.
Rastros de poluição (Dustmarks),2023 - Intervenção externa + Fotos e vídeos
Na contramão da visualização de dados que utiliza símbolos para representar significados, esta obra pode ser compreendida como uma construção física de dados a partir de rastros de fenômenos ou acontecimentos. Como tal, ela não apenas representa a poluição sofrida pelos cidadãos, mas é também um modo de investigação crítica dentro do processo de produção de dados. Trata-se aqui das interrelações entre paredes e muros, partículas de poluição geradas pelo tráfego de automóveis e passantes, o gesto de sua extração ou “limpeza” e a experiência perceptiva do visitante, constituindo um emaranhado de processos e significados particulares.
Doris Kosminsky - Professora e pesquisadora da UFRJ nos Programas de Pós-graduação em Artes Visuais e em Design da Escola de Belas Artes. É fundadora e coordenadora do LabVis, Laboratório da Visualidade e Visualização. Participou de diversas exposições, palestras e publicações no Brasil e no exterior.
Gestagrama, 2023 - projeção de visualização seleção randômica
Autoria: Doris Kosminsky, Claudio Esperança e Ximena Illarramendi
A poluição atmosférica encontra-se na origem de diversos problemas de saúde. Esta pode estar entre as principais causas de baixo peso ao nascer. Gestação e nascimento são momentos de alta complexidade que se relacionam às condições ambientais variáveis ao longo do tempo, de forma diferente em cada cidade, e ainda envolve fatores relacionados à mãe e à rede de cuidados que acolhe a nova vida. Esta obra oferece uma paisagem que busca estimular uma reflexão ampla sobre as desigualdades vividas no gestar e nascer dos brasileiros. Este trabalho emprega dados do projeto Amplia Saúde, que contou com o financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates (INV-027961), CNPq (445729/2020-1), e apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Os dados do projeto foram obtidos do SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) e SISAM (Sistema de Informações Ambientais Integrado à Saúde) e podem ser explorados em no link Amplia Saúde.
Accurat | Giorgia Lupi - Italiana, Designer de informação e sócia da Pentagram, Lupi, foi diretora bolsista no MIT Media Lab, é membro da Royal Society of Art. O seu trabalho faz parte da coleção permanente do MoMA Museu de Arte Moderna, onde em 2017 também foi contratada para criar uma peça original site-specific.
Sala De Mudanças (Room of Change), 2019 - Impressão em larga escala (20m)
Autoria: Accurat | Giorgia Lupi, Giovanni Marchi, Stefania Guerra, Gabriele Rossi, Nicola Guidoboni, Giovanni Magni, Lorenzo Marchionni, Andrea Titton, Alessandro Zotta
A instalação é uma tapeçaria de dados que ilustra como múltiplos aspectos do nosso ambiente mudaram nos últimos séculos, como ainda estão em processo de mudança e como provavelmente continuarão mudando. Combinando diversas fontes de dados que retratam o mundo tanto de uma perspectiva global quanto local, a instalação conta histórias de pessoas e sua relação com o que as cercam ao longo do tempo, sobrepondo informações densas e detalhadas na narrativa para destacar como a mudança é ubíqua em todas as escalas. A obra gira em torno de oito tópicos amplos que organizam informações, todas relacionadas aos seres humanos, mas que revelam consequências que muitas vezes afetam outras espécies simultaneamente a nós. Esses tópicos são ilustrados por meio de conjuntos de dados globais para enquadrar fenômenos em larga escala de forma ampla, assim como narrativas de contextos específicos que representam direta ou indiretamente as consequências micro dos fenômenos em larga escala.
Luiz Ludwig - Focado na interseção entre tecnologia, design e arte, Luiz Ludwig trabalha com a criação de ambientes interativos, comunicação visual e visualização artística de dados. Mestre em Design Gráfico pelo Maryland Institute College Of Art, Baltimore no ano de 2013 sob orientação da professora Ellen Lupton. Atualmente é professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro no curso de Design e doutorando em Artes Visuais no Programa de Pós Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ.
Nortitude, 2024 - Instalação com projeção interativa
Obra inédita desdobramento da pesquisa do artista em desenvolvimento
Tema decolonialismo de dados aborda a origem onde estão hospedados nossos dados e a trajetória que fazem até nós podermos acessar os sites.
Mimi Ọnụọha - A artista nigeriano-americana . As exposições individuais recentes incluem a galeria bitforms (EUA)). Seu trabalho foi apresentado no Whitney Museum of Art (EUA) e em outros países como Austrália, China, França, Alemanha, Grécia, entre outros. Seus projetos de arte pública receberam comissões do Royal College of Art (Reino Unido), da Rockefeller Foundation (EUA).
Nós Agregados 3.0 (Us, Aggregated 3.0), 2019 - Vídeo - 15’ 41”
A obra sugere que a capacidade de agrupar unilateralmente os outros é um ato de poder sutil, mas inegável. Categorizar de cima para baixo é, nas palavras de Donna Haraway, uma forma de "ver tudo de lugar nenhum". Esta instalação de vídeo apresenta uma coleção de fotos do arquivo pessoal da família do artista - fotos que nunca antes haviam sido publicadas online - ao lado de imagens que os algoritmos de pesquisa reversa de imagem do Google categorizam como computacionalmente semelhantes a cada foto do arquivo. Obtidas pelo artista consultando e raspando programaticamente o banco de dados de imagens do Google, as imagens compõem uma agregação de "nós" que é facilmente mediada por sofisticados algoritmos de aprendizado de máquina para atender às necessidades da indústria. O vídeo em loop com rolagem infinita lembra os infinitos tesouros de dados coletados por empresas de tecnologia do Vale do Silício, e as imagens em si falam sobre a absurdidade do ato de classificação constante. Um mouse paira sobre as imagens, borrando ainda mais a questão da identidade do classificador principal enquanto envolve os espectadores nas dinâmicas obscuras da grade de classificação. Não há "nós", apenas "eles".
Pedro Miguel Cruz - Professor no Departamento de Arte + Design da Northeastern University. Co-diretor do Co-Lab for Data Impact. Seu trabalho foi apresentado em locais como a London Design Biennale, o MoMA, o CES, o Museu da Cidade de Nova York, a Bienal Ibero-Americana de Design, o SIGGRAPH, o Programa de Artes da IEEE VIS e o prêmio Information is Beautiful Awards.
Chloe Prock - Designer de visualização de dados, mestranda na Northeastern University. Apaixonada pelo uso de dados para dar sentido a tópicos complexos, desde mudanças climáticas e questões ambientais até questões sistêmicas de poder, capitalismo, resíduos e padrões comerciais.
A Tempestade Perfeita (A Perfect Storm ), 2024 - Projeção e videowall
Autoria: Pedro Miguel Cruz e Chloe Hudson Prock
Este projeto explora a conexão entre os sistemas capitalistas e as mudanças climáticas, baseando-se na análise de H.A Baer sobre economias impulsionadas pelo lucro que perpetuam a dependência de combustíveis fósseis e emissões de gases de efeito estufa. Utilizando dados do Índice de Risco Climático do Banco Mundial e Germanwatch, examina a vulnerabilidade de países a eventos climáticos extremos e emissões per capita. O furacão é utilizado como metáfora que se alinha com a sensação de uma ameaça iminente.
Fidel Thomet, Suíça/Alemanha, 1993
Fidel é um designer de interação, artista de mídia e pesquisador no Urban Complexity Lab. Ele leciona design na Universidade de Ciências Aplicadas de Potsdam e na Weißensee Kunsthochschule Berlin. Seu trabalho se concentra na criação de interfaces para produção e apresentação de conhecimento.
Nadia Zeissig, Argentina/Alemanha, 1989
Nadia é designer de informação e pesquisadora no Urban Complexity Lab. Ela também leciona no Departamento de Design da Universidade de Ciências Aplicadas de Potsdam. Sua pesquisa se concentra no desenvolvimento de interfaces exploratórias que possibilitam transições suaves entre narração e exploração guiada pelo usuário para facilitar a comunicação de informações complexas.
Thiago da Costa Oliveira, BR, 1984
Thiago é pesquisador associado no Museu Etnológico de Berlim e tem foco de pesquisa nos regimes de objetos dos povos nativos sulamericanos e na antropologia museal colaborativa. Ele também tem experiência com documentação fotográfica, audiovisual, formação de coleções etnográficas, gestão de pesquisas e acervos de Museus, com experiência entre povos Arawakan, Tukanoan, Jê, Tupi da Amazônia brasileira.
Andrea Scholz, DE, 1976
Andrea é curadora de colaboração transcultural no Museu Etnológico e no Museu de Arte Asiática de Berlim. Ela é uma antropóloga treinada com foco na Amazônia e trabalha há 10 anos em diversos projetos colaborativos com comunidades indígenas e projetos educacionais, principalmente na América Latina.
Marian Dörk, DE, 1982
Marian é professor pesquisador em Visualização e Gerenciamento de Informações no Departamento de Design e no Instituto para Futuros Urbanos da Universidade de Ciências Aplicadas de Potsdam. Sua pesquisa e ensino se concentram em visualização de dados com sensibilidade particular para transformações sociais, culturais e tecnológicas.
Yamalui Tuxutapanipi Kuikuro Mehinaku e povo Kuikuro.
Emaranhados do Xingú (Xingu Entangled), 2023 - projeção interativa
Autoria: Prof. Dr. Marian Dörk, Research Professor, Fidel Thomet, Research Associate Nadia Zeissig, Research Associate Dr. Thiago da Costa Oliveira, Research Fellow
As relações que as comunidades indígenas observam com seus objetos, lugares e ritos se diferenciam profundamente das que são estabelecidas pelos habitantes de comunidades urbanas. É o caso das comunidades do Alto Xingu que consideram um entrelaçamento entre objetos, mitos e entes espirituais na formação de modos de vida emaranhados. A dinâmica entre a projeção de vídeos e a visualização de informações re-contextualiza os artefatos do Xingú, ao mesmo tempo em que expõe o entrelaçamento de objetos, pessoas, práticas e lugares em narrativas não lineares descortinando a complexidade de suas inter-relações.
Nenhum comentário