[Resenha] Todas as minhas mortes
Sinopse:
Em Todas as minhas mortes, a protagonista Laví, abreviação de la vie ― ou vida em francês ―, embarca em uma jornada única, desde o primeiro orgasmo na infância até a pós-menopausa. Com lucidez espantosa, a autora Paula Klien quebra tabus, explorando de forma honesta e visceral temas como erotismo, sexo, paixão, amor, família, maternidade, cura e fé. Este romance de autoficção é uma narrativa instigante que desafia pudores, mergulhando na complexidade humana e na ordenação de valores fundamentais. Uma estreia literária marcante, Todas as minhas mortes não apenas cativa com sua narrativa insólita, mas também convida os leitores a uma reflexão profunda sobre o milagre da vida e as muitas mortes que moldam nossa existência. Uma leitura impactante, comovente e inspiradora, que mantém a respiração suspensa da primeira à última linha.
O quê eu achei?
Se eu tivesse que definir o livro de estreia da Paula Klien(que mesmo antes de se tornar escritora, já era uma artista plástica fenomenal) em apenas uma palavra,sem a menor sombra de dúvida, visceral.
O motivo? O modo cru, realista como a autora retrata os acontecimentos da protagonista.
Laví(fica claro desde o início que ela é uma espécie de alter-ego da autora) é uma mulher fascinante em vários aspectos; o leitor vai acompanhando sua jornada desde a tenra infância(já começando com um relato bem explícito dela própria tocando siririca, para usar as palavras da autora) até a idade adulta,quando finalmente alcança seu tão sonhado objetivo de se tornar mãe.
Um elemento que achei fascinante na narrativa foi o uso do temo auto-inventado "gavetoeiro", que pode ser definido como uma espécie de depósito de sentimentos e itens de valor especial.
Outro detalhe que curti foi a referência à vários personagens da mitologia grega, especialmente Perséfone, Deméter e Hades.
Dona de uma voz poética poderosa, Paula Klien se consolida como uma das expoentes da literatura nacional mais promissoras.Altamente recomendado!
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