[News] Caça às bruxas e resistência feminina são temas da instalação cênica “Línguas Como que de Fogo” em cartaz no Dragão do Mar
Caça às bruxas e resistência feminina são temas da instalação cênica “Línguas Como que de Fogo” em cartaz no Dragão do Mar
De 21 a 23 de fevereiro, as escritoras e atrizes Nádia Camuça, Carla Correia, Kaye Djamiliá e Lubi promovem experiência imersiva sobre figuras femininas silenciadas ao longo da história
Entoando um grito coletivo contra o silenciamento e a violência histórica contra mulheres, a instalação “Línguas Como que de Fogo” ocupa a Multigaleria do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, complexo cultural da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), com textos e performances assinadas por Nádia Camuça, Carla Correia, Kaye Djamiliá e Lubi. Entre sexta (21) e domingo (23), sempre às 19h, as escritoras e atrizes discutem questões em torno da resistência feminina ao longo da história.
A instalação tem como ponto de partida o livro “Calibã e a Bruxa”, escrito pela filósofa Silvia Federici, e busca criar uma fábula imersiva em torno de figuras femininas silenciadas pela misoginia durante a história. De curandeiras a poetas, “Línguas Como que de Fogo” utiliza registros de voz e ambiência em suportes diversos, ampliando a investigação da palavra e do som enquanto condutor dramatúrgico.
A instalação cênica é uma experiência imersiva que reúne diversas linguagens artísticas, como performance, artes sonoras, literatura e artes visuais. O público é convidado a percorrer a Multigaleria, vivenciando um trajeto em que as obras se alternam entre registros fixos e momentos performáticos ao vivo. "É como se o público estivesse assistindo a um espetáculo, mas em vez de uma história linear, essa narrativa é construída pelas obras expostas e pelas ações ao longo do percurso", explica Nádia Camuça.
O processo criativo da instalação foi marcado por uma pesquisa, tanto histórica quanto artística, sobre a caça às bruxas e a simbologia das mulheres acusadas de bruxaria, subvertendo uma visão estereotipada dessa figura. A obra também visa refletir sobre a relação de respeito e conexão das bruxas com a natureza, tema relevante no debate contemporâneo sobre questões climáticas e ambientais.
Nesta interação dinâmica, as artistas buscam imaginar e recriar as vozes de mulheres que foram silenciadas e assassinadas ao longo da história, e com isso compartilhar essas histórias com o público em geral. “É importante também que os homens assistam a obras feitas por mulheres e que dialoguem com o feminismo. Isso amplia a percepção sobre o mundo e sobre o papel de todos nessa história de luta", afirma a pesquisadora.
Serviço
Instalação Cênica “Línguas Como que de Fogo”
com Nádia Camuça, Carla Correia, Kaye Djamiliá e Lubi
Data: 21, 22 e 23 de fevereiro (sexta-feira a domingo)
Horário: 19h
Local: Multigaleria (R. Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema, Fortaleza - CE, 60060-390)Acesso gratuito. 12 anos.
Post Comentário
Nenhum comentário