[Crítica Musical] GUELÃ - Maria Gadú
Maria
Gadú em seu novo álbum, GUELÃ (2015), entra em estado psicodélico-tropicalista,
meio pop rock, meio experimental, distorcendo acordes de guitarra e a própria
voz em 10 faixas inéditas, sendo nove compostas por ela e uma (a faixa TROVOA),
que é de Maurício Pereira, de 2007.
Desde
2011 sem lançar nada essencialmente inédito por parte própria (após o albúm
MAIS UMA PÁGINA), aparecendo com participações em álbuns alheios, e montando
sua própria compilação de participações (NÓS – 2013), Gadú chega com tudo em
2015.
Inovador,
GUELÃ começou a ser entregue aos fãs via rede social, onde, a cada avanço, uma
parte de foto da capa era liberada pelo Instagram, e, quanto mais alto a
porcentagem de conclusão, mais ansiosos os fãs ficavam – incluindo este que vos
resenha. Ao fim, todas as pequenas fotos montaram a capa do álbum em questão.
Gadú
se desconcerta de sua música, fugindo da zona de conforto musical atual e da
“música para as massas” e explorando sons, sonoridades, ruídos, barulhos,
batuques e tudo o mais. É possível ver, claramente, como a sonoridade nos
remete às guitarras distorcidas de Los Hermanos – uma boa comparação, não uma
crítica.
Explorando
novas formas musicais, Gadú se apresenta mais poética e lírica em suas letras,
quase como se, em algumas faixas, simplesmente recitasse suas próprias
palavras, feito um mantra – foco para faixa SAKUDÉ, onde Gadú simplesmente
vocaliza, e não pronuncia uma única palavra. Cantando também não é a mesma; as
novas músicas apresentam um tempo diferente, melodia e tons novos,
completamente diferente de todos os seus trabalhos anteriores. Ela está
completamente renovada e, ouso falar, em sua melhor forma.
No
geral, entre silêncios vocais e grandes presenças instrumentais, a poesia
sonora fala mais alto que a voz da cantora. Para os acostumados à Maria Gadú
dos álbuns anteriores, será preciso adaptar-se à nova sonoridade da cantora.
Apenas
digo: “feche os olhos, mas deixe sua mente bem aberta!”.
FAIXAS:
01. Suspiro
02. Obloco
03. Ela
04. Semi-voz
05. Trovoa
06. Sakédu
07. Tecnopapiro
08. Há
09. Vaga
10. Aquária
Uau! Adorei. Tenho esse álbum há um tempo, porém nunca o pude ouvir ou me faltou interesse. Depois dessa resenha fiquei bem curioso. Eu acho bem legal que os cantores inovem assim, apesar disso ser bem arriscado por causa dos fãs, mas de qualquer forma acredito que ficou uma grande obra de arte.
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