[Evento] Bienal por Julio Gabriel


São quatro horas da manhã, tenho trocentas resenhas para escrever, três horinhas para dormir para, quando acordar, partir para os estudos, pois aquela faculdade não vai abrir as portas facilmente, e precisei levantar da cama para escrever sobre a saudade que ainda sinto da minha Bienal. Depois de um bom tempo pensando em maneiras de abordá-la de forma interessante cheguei à conclusão (bem demorada, porque é assim que eu funciono) de que é melhor deixar fluir. Dito isso, simbora.

Essa foi oficialmente a minha terceira Bienal do Livro e, definitivamente, a mais intensa. Digo oficialmente, pois idas pela escola quando mais novo não estão sendo contabilizadas, não caracterizam uma experiência completa.

Para muitas pessoas, principalmente de outros estados do país, a Bienal é um lugar para se destruir moralmente comprando livros como se o Temer fosse renunciar amanhã. O que não é o meu caso (e nem o do Temer, infelizmente). Além de, é claro, correr enlouquecidamente atrás das autoras que tanto quis ver e consegui (yay!), esse ano teve uma pitada a mais de amor envolvido.

Durante os sete dias que compareci ao evento, o Riocentro foi palco de muitas experiências inesperadas. Conheci pessoas incríveis, reencontrei muitas outras e me aproximei profundamente de algumas delas (Vinicius <3). O que eu quero dizer com isso é: o Riocentro esse ano me parecia tão pequeno... Uma coisa é ser um leitor, apreciar um bom livro e partir para outro; outra totalmente diferente é fazer parte do famigerado mundo literário, ir a eventos regularmente e, com o tempo, perceber a repetição dos mesmos rostinhos. Então, chegar à Bienal e encontrar tantos deles, e cumprimenta-los, foi algo que até então me parece completamente estranho.

Uma história que gosto de contar a todo mundo e que aconteceu comigo no primeiro evento da Aliança de Blogueiros RJ, foi quando, pela primeira vez, uma pessoa desse meio sabia o meu nome sem que eu a conhecesse. Lembrei depois, para minha imensa lerdeza, que estávamos todos de crachá com nossos nomes, o que torna meio óbvio que uma pessoa soubesse o meu nome. Mas não deixou de me marcar de alguma forma. Com certeza não foi a primeira vez, aquele tipo de momento em que o mundo parece focalizar na sua cara e congelar como numa novela, mas foi recheado de pertencimento. Quando eu ouvi o meu nome, senti que ali era o meu lugar. E que nada poderia, então, me expulsar dali. Não é maravilhoso quando momentos bobos desencadeiam sentimentos tão incríveis?

Perdoem a falta de fotos dos lugares em si por motivos de 1) minha Bienal inteira foi correr para lá e para cá e, como não tenho um senso de direção interno muito bom (Mayara exerce essa função por mim), nunca conseguia me achar muito bem naquele lugar e por isso demorava milênios para achar os estandes, e 2) sou adepto de quanto menos fotos houverem sobre determinado acontecimento, mais ele foi aproveitado — e eu aproveitei ao máximo. Mas fiquem agora com alguns momentos que marcaram minha passagem por lá (confere também os posts do resto do pessoal que eles tiraram muitas fotos e assim você não sente muito ódio de mim)!

Fui controlado por conta de orçamento curto e foco no que realmente me interessava, então meu saldo de compritchas está bem controlado, porém maravilhoso. 

Mayara, cuja única foto solo comigo está uma morte horrível, mas é completamente necessário de ser incluída, pois dona do meu ser.
Débs (25% do PIB nacional), euzinho (muito prazer!), Hugo e Vinicius (dono majoritário da empresa Caça aos Marcadores)
Victor Almeida do Geek Freak no nosso trolhenésimo encontro que já perdi as contas de quantos foram, mas sempre maravilhosos. 
Bruna Miranda, que me deu o melhor abraço que eu poderia ter recebido nessa Bienal <3 Vocês podem reparar também que eu achei uma pose legal e com ela me mantive em todas as fotos sim. Falo logo antes que alguém pense. 
Rainha Duds. Apenas a dona dos textões mais importantes que qualquer ser humano poderia encontrar na internet e que foi, sem nenhuma surpresa, um amor de pessoa. 
Mayra do All About That Book, por quem me identifico num grau não tão saudável e concordamos em gostos literários sem moderação (um beijo para a decepção chamada Trilogia Grisha). 
Gayle Forman. Fui para o autógrafo tendo lido apenas Eu estive aqui e batemos um papo tão gostoso que já estou à caça dos demais. 
Jenny Han. Essa foto eterniza um momento que foi rápido demais e tenta com muito afinco me fugir à mente. Amo seus livros e ela foi um amor (mas sem abraço, que é muito importante sim!). 
Por fim, V. E. Schwab, o momento mais incrível de todos. Mesmo passeando por muitos gêneros literários, sou imenso amante da fantasia e seus livros me inspiram cada vez mais. Foi mágico como ela olhou no meu olho e disse coisas tão incríveis e ainda permanecem muito vívidas. Talvez eu tenha dados umas tremidas logo em seguida, talvez. 
Às demais pessoas com quem tirei foto, se um dia vocês toparem com esse post por acaso, não esqueci de vocês! Só perdi as fotos mesmo hahaha. 

Para finalizar, resolvi elencar alguns pontos muito relevantes sobre as editoras e seus estandes. Seguinte:

Melhor estande: Editora Intrínseca, pelos painéis lindos em todas as paredes do lado de fora e pela organização condizente com os livros que levaram para venda.

Estande mais bonito: Editora Rocco. A decoração de Harry Potter estava para ninguém botar defeito. Mas infelizmente era muito pequeno e ruim de transitar por lá.

Melhor logística: Grupo Editorial Record. Esse ano eles resolveram seguir a linha menos é mais e assim havia muito espaço para locomoção, além de ser muito mais fácil achar algum título específico.

Melhores ofertas: Book Outlet. No pavilhão azul tinha três estandes do mesmo nome vendendo livros muito bons no precinho incrível. Foi lá que comprei, pelo por irresistíveis dez golpinhos, Uma Vida Pequena da Hanya Yanagihara, calhamação que não costuma estar abaixo dos cinquenta reais na internet, quiçá nas livrarias.

Melhor atendimento: Grupo Autêntica. A não ser que você desse uma passadinha lá no último dia, quando os patrões ficam enlouquecidos, os preços não estava lá muito gostosinhos. Mas os livreiros eram todos muito simpáticos e sempre tentavam arrumar um descontinho se pedíssemos com jeitinho. Especialmente a Lis, que me ajudou na compra de Minha Lady Jane (<3).

Pior atendimento: Globo Livros. Eu e uns amigos fomos lá diversas vezes à procura de marcadores e brindes e, mesmo tendo comprado livros no estande, os livreiros não queriam liberar nada. No último dia resolvemos tirar satisfação e conseguimos alguma coisa, mas foi um atendimento cheio de caras azedas e má vontade.

E é isso! Foi desgastante, cansativa, mas foi também inesquecível. Como disse, a saudade é bem grande nesse momento, mas em 2019 a gente se vê de novo Bienal. 

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