[Resenha] O Artífice
Em dias de tempestade, um assassino que mata através de armadilhas extremamente elaboradas vem enganando a polícia londrina numa série de crimes inusitados. Haryel Kitten é um detetive inteligente, prático e muito dedicado ao seu trabalho,que agora tem o desafio de desvendar o que há por trás desse mistério.
Quando fui pesquisar alguns títulos da Universo para resenhar, me deparei com esse, publicado há três anos, um suspense que aborda o tema do budismo, um tema que sempre me fascinou então esse foi o escolhido.
Assim que comecei a leitura, o detetive Haryel Kitten é assignado o caso do serial killer que está fazendo vítimas que aparentemente não tem nenhuma ligação. As mortes são das maneiras mais inusitadas: minas estrategicamente localizadas em um lugar onde a vítima pise, flechas acionadas por um dispositivo quando uma porta é aberta e por aí vai. Sempre que o assassino acrescenta uma vítima à sua coleção, está chovendo.Juntamente com seu colega Paul, Haryel tem que descobrir quem está por trás dos crimes e o porquê.
No primeiro capítulo, já há um encontro inusitado que flerta com o sobrenatural: enquanto andava pelas ruas londrinas, o detetive encontra uma cigana que lê sua palma e afirma:´´Sábios são os que buscam a sabedoria:loucos são os que já a possuem.´´Logo ao investigar o primeiro corpo, ele encontra uma pista:um colar com aspecto oriental,provavelmente chinês ou hindu com um misterioso bilhete. Ele tem a ideia de procurar um monge budista que possa ajudar a decifrar alguma mensagem que aquele artefato possa transmitir.
É aí que o livro se torna ainda mais interessante. O monge que Paul e Haryel encontram fala do Ch´an, a meditação contemplativa característica do budismo. O bilhete que o assassino deixou está escrito nessa filosofia:´´Corre o rio em direção ao mar,e os peixes se aglomeram em cardumes enquanto o vento movimenta as árvores.Essas barram seu curso mas mesmo assim ele atravessa as folhagens.A verdade é que o vento não existe,e não se pode ver o vento, mas ele está lá porque o sinto em minha face.Volta então o rio até a nascente,que em nada é diferente do mar e sua dureza apenas revela o quanto é flexível sua essência.A verdade é que embora o duro e o mole não existam, vão-se todos os dentes mas a língua fica.´´
Só por esse trecho já dá para perceber como a história é bem escrita. Só para aumentar a tensão,há alguns capítulos ao longo da narrativa em que o assassino planeja suas próximas ações. Só para constar:um artífice é um termo usado para designar um operário especializado em uma determinada área ou artesão, artista.
Tony Ferraz nos trouxe uma obra policial bem-dosada com misticismo e suspense e toques de comédia. O final foi ambíguo e deixou espaço para múltiplas interpretações.
Gostei do livro e fiquei sabendo que o autor lançou a sequência na Bienal: Entrevista com o demônio. Espero lê-la em breve!
Opa! Nem gosto de livros policiais, hehe
ResponderExcluirEsse trecho por si só já choca bastante, um livro como esse, com uma abordagem tão
diferente deve ser muito bom, gostaria de ler,espero realizar em breve. Um toque todo especial de comédia,já quero!
Aaaah, que bom que tem uma continuação!! Amei a resenha, bjs! :D
Clarinha, parabéns pela resenha! Não conhecia o autor e nem o livro. Posso dizer que, livros policiais não me chamavam a atenção, pelo menos, não muito, mas de uns tempos pra cá, as editoras estão lançando livros incríveis! E esse não fica atrás. Já me interessei!
ResponderExcluirOlá! Confesso que não conhecia o livro, mas gostei bastante da premissa, e a resenha aguçou minha curiosidade em saber mais sobre os mistérios que cercam a história.
ResponderExcluirOi Clara.
ResponderExcluirA premissa desse livro é muito interessante.
Misturar suspense, assassinato e budismo não é para qualquer um.
Fiquei bem curiosa para saber como são essas mortes calculadas e quem é o assassino.
Que bom que o final é surpreendente.
Espero ter a oportunidade de ler esse livro logo.
Bjs