[Crítica] Assassinato no expresso do Oriente

Sinopse: O detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) embarca de última hora no trem Expresso do Oriente, graças à amizade que possui com Bouc (Tom Bateman), que coordena a viagem. Já a bordo, ele conhece os demais passageiros e resiste à insistente aproximação de Edward Ratchett (Johnny Depp), que deseja contratá-lo para ser seu segurança particular. Na noite seguinte, Ratchett é morto em seu vagão. Com a viagem momentaneamente interrompida devido a uma nevasca que fez com que o trem descarrilhasse, Bouc convence Poirot para que use suas habilidades dedutivas de forma a desvendar o crime cometido. 

O que eu achei?
Adaptações sempre foram a palavra mágica de Hollywood, algumas delas são impecáveis outras nem tanto. O ponto chave de uma adaptação entre mídias diferentes é transcrever sem mudar o espírito da obra, mesmo com algumas alterações a versão adaptada deve manter o espírito mesmo com as mudanças, baseado nisso a obra de Agatha Christie “Assassinato no expresso oriente” é a prova de que mesmo com algumas mudanças pode sim construir um filme fiel à obra original e diferente em alguns pontos.

Dirigido por Kenneth Branagh (que também atua como Hercule Poirot) um diretor com bastante experiência inclusive com filmes de época, em sua carreira destaca-se várias obras de Shakespeare e até o blockbuster Thor. Branagh sabe misturar bons diálogos com o espetáculo que a obra precisa apresentar, logo de início o visual chama atenção, belos planos abertos mesclado com ótimos efeitos e ambientação que te jogam para dentro daquela época. Em nenhum momento o filme é cansativo, sempre com ângulos inovadores e buscando um diferencial em algumas tomadas, o que ajuda no dinamismo da produção.

Já quando somos apresentados ao personagem principal o grande detetive Hercule Poirot, suas manias são realçadas para criar um ar cômico, essa estratégia também foi usada na adaptação de Sherlock com Robert Downey jr, suas manias mesclam com sua genialidade. A forma como ele soluciona o caso no primeiro ato, soa meio absurda com a lógica usada, não atrapalha a construção dele só que leva um tempinho para aceitar.

Quando estamos no trem e somos apresentados aos personagens suspeitos o filme dá umas escorregadas e deixa alguns de lado mas, em contraponto, cada ator tem o seu momento de brilhar. Destaque especial para Michelle Pfeiffer que surpreende (está sendo um bom ano para ela que também participou do filme Mãe!). Além dela Daisy Ridley também se destaca mesmo sendo considerada uma atriz em início de carreira.

Falando de atuação o filme é um primor em todos os aspectos, no caso do ritmo ele escorrega em dois momentos. O que me incomodou foram as conexões entre os personagens se tornando meio óbvias, não que isso atrapalhe o filme só foi algo que me tirou por alguns momentos da trama e ainda há mudanças fortes de personagens, acredito que algumas pessoas vão se incomodar com o final.

Comentando de forma geral o saldo é positivo. Não é um filme pesado, é uma aventura investigativa que remete muito aos clássicos filmes de Sherlock Holmes e com uma direção impecável. Com certeza é uma das melhores adaptações já feitas de livro para o cinema.


Trailer:

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