[Crítica Musical] A Mulher do Fim do Mundo
Com um DNA 100% carioca e sangue nos olhos, o álbum 'A Mulher do Fim do Mundo', 34.º álbum de estúdio da cantora, lançado em 2015, da veterana Elza Soares, chega dando com o pé na porta, propondo ao mundo a plenos pulmões um fim a era machista!
O álbum foi extremamente elogiado por veículos especializados, tanto nacionais quanto estrangeiros, que acabou rendendo ao trabalho o Grammy de Melhor Álbum de MPB, no Grammy Latino 2016. E não é pra menos.
Elza Soares pode não ter a mesma voz e a mesma disposição de anos atrás, mas sua força é inegável - e invejável. Com uma equipe de compositores cariocas, Elza canta uma seleção de composições inéditas que tratam da vida na Cidade Maravilhosa. Contudo, a beleza natural, o sol, a praia e as belas mulheres que já tanto foram cantadas dão lugar a uma realidade mais crua, cansada, muito mais realista e menos utópica da vida de uma mulher na sociedade que a diminui, além de abordar a transexualidade, sofrimento urbano e tantos outros temas.
O álbum foi extremamente elogiado por veículos especializados, tanto nacionais quanto estrangeiros, que acabou rendendo ao trabalho o Grammy de Melhor Álbum de MPB, no Grammy Latino 2016. E não é pra menos.
Elza Soares pode não ter a mesma voz e a mesma disposição de anos atrás, mas sua força é inegável - e invejável. Com uma equipe de compositores cariocas, Elza canta uma seleção de composições inéditas que tratam da vida na Cidade Maravilhosa. Contudo, a beleza natural, o sol, a praia e as belas mulheres que já tanto foram cantadas dão lugar a uma realidade mais crua, cansada, muito mais realista e menos utópica da vida de uma mulher na sociedade que a diminui, além de abordar a transexualidade, sofrimento urbano e tantos outros temas.
O álbum tem uma sonoridade inovadora que me pegou de surpresa. Não, eu não era fã de Elza Soares, mas quando eu assisti ao clipe da faixa título e ouvi a voz, a letra dessa música, eu soube na hora que alí estava um álbum poderoso. É único! Uma mistura do samba já tão familiar à interprete, unido as guitarras distorcidas, a energia do punk e do reggae, além de elementos da música eletrônica e do rap; tudo unido a potência vocal de Elza Soares. Preciso falar mais?
Um exemplo desse poder está na faixa 'Maria da Vila Matilde (Porque se a da Penha é Brava, Imagina a da Vila Matilde)', que canta a história de uma mulher que se cansou de sofrer e apanhar de seu marido, declarando "cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim". Há também a mulher ciente de sua sexualidade, livre para se experiementar e viver o prazer na faixa 'Pra Fuder'.
Cada faixa daria para criar linhas e mais linhas de discussões e elogios, mas o fato é: esse álbum precisa ser ouvido! Compartilhado! Exaltado!
'A Mulher do Fim do Mundo' representa uma renovação não somente sonora de Elza Soares, mas também social e pessoal - para quem não conhece a história dela, ela já sofreu violência domêstica -, ao mesmo tempo atual e afrente de seu tempo. Ainda, a faixa título do álbum, composta por Rômulo Fróes e Alice Coutinho foi inspirada na vida da própria cantora! Isso mostra o quanto este álbum tem um pé no passado e outro no futuro.
Nascido para ser um clássico, 'A Mulher do Fim do Mundo' é um relato íntimo que dá voz a tantas e tantas mulheres marginalizadas e subjulgadas; não dá apenas voz, dá força! Apoio! E mostra o caminho para um futuro melhor.
Elza Soares - Mulher do Fim do Mundo (Clipe Oficial)
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