[Crítica] 7 Dias em Entebbe
Sinopse: Em julho de 1976, um voo da Air France de Tel-Aviv à Paris foi sequestrado e forçado a pousar em Entebbe, na Uganda. Os passageiros judeus foram mantidos reféns para ser negociada a liberação dos terroristas e anarquistas palestinos presos em Israel, na Alemanha e na Suécia. Sob pressão, o governo israelita decidiu organizar uma operação de resgate atacar o campo de pouso e soltar os reféns.
O que eu achei?
Não fica muito claro o que é mérito do roteiro de Gregory Burke ou mérito da direção de Padilha, mas algumas cenas são dispostas minuciosamente para transmitir revolta no espectador. Acaba sendo um misto de contemplação e revolta assistir a esse filme.
A montagem de Daniel Rezende, a fotografia de Lula Carvalho acompanhada da trilha sonora de Rodrigo Amarante te mergulham na claustrofobia dos reféns. As atuações são bem dirigidas, colaborando com o roteiro. Ora você está na pele dos reféns, ora na insegurança dos sequestradores, que por mais focados que estejam na missão, acabam transparecendo o medo de alguma coisa dar errado e eles serem obrigados a assassinar reféns. Alguns se mostram um pouco mais seguros que os outros, mas em determinados momentos vemos a insegurança em todos eles.
O maior mérito da direção é passar a sensação do senso de urgência a todo momento. São 7 dias angustiantes, seja para o governo, para os sequestradores e, principalmente para os reféns. É impossível não lembrar de outro sucesso do diretor, Ônibus 174.
7 Dias Em Entebbe é um filme tenso, do começo ao fim, com alguns momentos ternos, mas nada que prejudique o andamento da trama. A relação interpessoal dos personagens é um elemento crucial para nos aproximar dos acontecimentos e mostrar a realidade daquela época, a idealização, o envolvimento político, etc. Infelizmente não vejo como um filme que irá perpetuar e ser ícone do cinema como Tropa de Elite, mas pode ser esquecido em pouco mais de um ano. Tecnicamente é um dos melhores filmes de José Padilha e mereceria muito mais reconhecimento.
Por Marcos Vinícuis
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