[Crítica teatral] Preto
Sinopse: A nova criação da Companhia Brasileira de Teatro promove uma investigação sobre o que gera a recusa das diferenças em nossas sociedades, e principalmente sobre as possibilidades de coexistência e campos de interação entre as diferenças. O espetáculo olha para o racismo na vivência brasileira e em perspectiva com o mundo e, a partir daí, reage artisticamente através de múltiplas visões e sentidos.
O que eu achei?
Eu sai do teatro com um soco no estômago. Esse é o resumo da sensação que eu senti ao sair depois da peça. Não houve excitação, alegria, catarse... Apenas uma sensação de como se alguém tivesse me dado uma lição de moral que demorei 20 anos para aprender.
O palco é resumida a uma tela de LED a esquerda, perto de Felipe Storino, que faz toda a sonoplastia e musicalidade da obra (Que é algo que quero elogiar muito mais a frente). A direita existe uma câmera e ao centro uma mesa, com um copo de água em cima, e uma cadeira em sua cabeceira. Ao redor da plateia tem cinco microfones. Os atores nos receberam ao chegarmos no teatro e transitam entre os telespectadores sendo educados, distribuindo os programas e dando ‘boa noite’. Uma coisa diferente, que eu adorei.
Do nada, Grace Passô aparece na tela pedindo ajuda a plateia para arrumar o local da cena. Um grande show de improvisação – que pensei que fosse somente algo para nos enrolar enquanto o show não começava... Ingênuo, ele já tinha começado. A partir de cenas que não faziam o menor sentido antes, para mim, elas foram se montando como um quebra cabeça e demonstrando uma realidade que eu não vivo.
Desde a máxima sexualização da mulher negra até a apropriação cultural feitas pela cultura branca pop, Preto quer discutir sobre tudo que acontece neste Brasil, que alguns ousam dizer que não existe racismo por causa da miscigenação. Ao mesmo tempo que a encenação ocorre, um banho histórico vem lembrando momentos que marcaram (?) a mídia e, principalmente, os negros. Como o caso de Claudia Silva Pereira, que foi arrastada 250m no asfalto por uma viatura policial, em 2014, e o de quatro amigos que foram chacinados por policiais enquanto voltavam de um passeio do Parque de Madureira. Sendo assim, Preto relembra os casos ao mesmo tempo que desperta em nós o sentimento de que não fazemos nada.
Ao final, uma representação clássica da mulher negra a lá Globeleza. Cássia Damasceno faz uma apresentação icônica do que ela representa para o nosso país, cercada que microfones que representam os ouvidos e bocas que a sociedade coloca em volta da personagem. Ela reclama das exigências que a sociedade brasileira (em sua maioria branca) exige que ela faça como mulher negra. Ao final, um questionamento: “O que estamos fazendo para a diferença ser comum?”
O que eu achei?
Eu sai do teatro com um soco no estômago. Esse é o resumo da sensação que eu senti ao sair depois da peça. Não houve excitação, alegria, catarse... Apenas uma sensação de como se alguém tivesse me dado uma lição de moral que demorei 20 anos para aprender.
O palco é resumida a uma tela de LED a esquerda, perto de Felipe Storino, que faz toda a sonoplastia e musicalidade da obra (Que é algo que quero elogiar muito mais a frente). A direita existe uma câmera e ao centro uma mesa, com um copo de água em cima, e uma cadeira em sua cabeceira. Ao redor da plateia tem cinco microfones. Os atores nos receberam ao chegarmos no teatro e transitam entre os telespectadores sendo educados, distribuindo os programas e dando ‘boa noite’. Uma coisa diferente, que eu adorei.
Do nada, Grace Passô aparece na tela pedindo ajuda a plateia para arrumar o local da cena. Um grande show de improvisação – que pensei que fosse somente algo para nos enrolar enquanto o show não começava... Ingênuo, ele já tinha começado. A partir de cenas que não faziam o menor sentido antes, para mim, elas foram se montando como um quebra cabeça e demonstrando uma realidade que eu não vivo.
Desde a máxima sexualização da mulher negra até a apropriação cultural feitas pela cultura branca pop, Preto quer discutir sobre tudo que acontece neste Brasil, que alguns ousam dizer que não existe racismo por causa da miscigenação. Ao mesmo tempo que a encenação ocorre, um banho histórico vem lembrando momentos que marcaram (?) a mídia e, principalmente, os negros. Como o caso de Claudia Silva Pereira, que foi arrastada 250m no asfalto por uma viatura policial, em 2014, e o de quatro amigos que foram chacinados por policiais enquanto voltavam de um passeio do Parque de Madureira. Sendo assim, Preto relembra os casos ao mesmo tempo que desperta em nós o sentimento de que não fazemos nada.
Ao final, uma representação clássica da mulher negra a lá Globeleza. Cássia Damasceno faz uma apresentação icônica do que ela representa para o nosso país, cercada que microfones que representam os ouvidos e bocas que a sociedade coloca em volta da personagem. Ela reclama das exigências que a sociedade brasileira (em sua maioria branca) exige que ela faça como mulher negra. Ao final, um questionamento: “O que estamos fazendo para a diferença ser comum?”
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