[News] Coletiva de Imprensa do filme 7 Dias em Entebbe
Coletiva de Imprensa com José Padilha sobre o filme 7 Dias Em Entebbe
O Diretor José Padilha concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda – feira, 19, para falar sobre o seu novo filme, 7 Dias Em Entebbe.
O filme narra o sequestro de um avião da Air France rumo a Tel Aviv e que mantém os reféns em Entebbe (Uganda) por 7 dias.
Entre diversos assuntos, Padilha respondeu sobre a segurança pública do Rio de Janeiro, a execução da vereadora Marielle Franco e semelhanças de Tel Aviv com o Rio de Janeiro.
O objetivo deste post é pincelar o que o diretor falou pertinente ao filme e a carreira, de forma que abordaremos sutilmente assuntos como política e segurança, pois fazem parte da visão do diretor.
Sobre a produção, Padilha diz que filmaram em Tel Aviv, Entebbe e, principalmente em Malta, para que seja possível construir uma base na pista de pouso do Aeroporto, exatamente como era em Uganda, em 1976. Optaram por não usar efeitos visuais, somente efeitos práticos, por ser uma produção relativamente pequena e para dar mais veracidade aos cenários.
Por falar em veracidade, Padilha teve apoio de membros do exército Israelense para coreografar a cena da invasão do exército a base em Uganda. Para que o filme fosse exatamente como aconteceu na visão daqueles soldados. Feito essa coreografia, Padilha inseriu as câmeras e rodou a cena clímax do filme.
Quem assistiu ao filme percebeu que a dança está muito presente, essa escolha foi feita para mostrar que a cultura Israelense é rica, pois quando falamos em Israel é muito comum pensarem só no exército Israelense. Para realizar a parte da dança, Padilha contou com a companhia Batsheva e a coreografia de Ohad Narahin.
Já foram realizados muitos filmes sobre essa operação que ficou conhecida como Thunderbolt, o diferencial do filme 7 Dias Em Entebbe é que o roteirista (Gregory Burke) preferiu contar essa história do ponto de vista da relação dos terroristas com as vítimas, não como outras obras mostrando apenas o ponto de vista do exército Israelense.
Para a pesquisa, Padilha leu o livro de Saul David sobre a operação, onde ele pesquisou por 10 anos esse evento. Também entrevistou o Primeiro Ministro de Israel na época, o piloto e o engenheiro de vôo e reféns sobreviventes com o objetivo de ver se as informações que leu no livro eram corretas ou não.
Sobre trabalhar com o elenco, Padilha diz que queria escalar Daniel Brühl desde o começo pois o acompanha desde Adeus Lênin e o admira como ator. Já Rosamund Pike conheceu através de Gone Girl, apesar de também admirar a atriz, ficou desconfiado pois ela deveria falar alemão e a atriz é britânica. Rosamund diz que aprende foneticamente o que o deixa ainda mais desconfiado, mas no resultado final do filme, Padilha diz que amigos de Frankfut pensaram que a atriz era de lá.
Sobre o assassinato de Marielle Franco, Padilha diz que eventos assim acontecem diariamente com pessoas que não conhecemos pois a polícia é do jeito que ele mostrou em Tropa de Elite 1 e 2, despreparada, corrupta e violenta e, por outro lado não existe assistência social em comunidades carentes. Então a sociedade produz os criminosos violentos e policiais violentos, o que não é resultado da pobreza pois tem países mais pobres que o Brasil, mas com o índice de violência muito mais baixo. A polícia brasileira mata quarenta vezes mais que a polícia americana. Ele ainda compara esses eventos com acontecimentos na Candelária, Vidigal e no Ônibus 174.
Diz se lembrar de Fernando Henrique Cardoso dizer em rede nacional que estava horrorizado e que iria reformar a segurança pública e que no primeiro mandato do Lula também disseram que haveria reformulação na segurança pública. O diretor falou que o fato é que nem o PT e nem o PSDB se importam com a segurança pública, pois se se importassem já teriam resolvido esse problema.
Ele diz que muita gente está fazendo julgamentos antes da hora e devemos esperar por respeito a família de Marielle.
“...é uma perda gigantesca pro Rio de Janeiro de uma pessoa de muito valor.”
Sobre trabalhar com Lula Carvalho e Daniel Rezende, o diretor diz tê - los chamado por admirar seus trabalhos, já trabalhou bastante com Lula Carvalho e, Daniel Rezende, além de ter trabalhado muito também, diz ser o melhor montador. Já Rodrigo Amarante, Padilha conheceu na produção de Narcos. Ele fez a trilha sonora para a abertura e a partir daí o diretor passou a confiar em seu trabalho.
Sobre as críticas José Padilha diz não se importar muito e procura não ler. Diz que se a crítica for positiva não vai ajudar em nada o diretor, pois ele vai achar que é “bom pra caramba” como também se for negativa, pois o diretor começa a se questionar.
O diretor diz que não se envolve com redes sociais, não tem Facebook, Instagram e nem Twitter, nunca se interessou por essas mídias. Diz que gosta de ler livros e pesquisar com certa calma os assuntos que interessam. Vê a velocidade incrível e a profusão de opiniões que as pessoas emitem sobre por exemplo a tragédia com a Marielle.
“...é um furor irracional e foi a internet que liberou esses impulsos. “
Ao ser questionado sobre como as críticas afetam o seu trabalho, o diretor foi claro.
“Eu faço meus filmes, os jornalistas me perguntam e eu respondo da melhor maneira que eu posso e depois faço outro filme e outro filme e outro filme, que é o que eu faço”.
Por Marcus Vinícius
O Diretor José Padilha concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda – feira, 19, para falar sobre o seu novo filme, 7 Dias Em Entebbe.
O filme narra o sequestro de um avião da Air France rumo a Tel Aviv e que mantém os reféns em Entebbe (Uganda) por 7 dias.
Entre diversos assuntos, Padilha respondeu sobre a segurança pública do Rio de Janeiro, a execução da vereadora Marielle Franco e semelhanças de Tel Aviv com o Rio de Janeiro.
O objetivo deste post é pincelar o que o diretor falou pertinente ao filme e a carreira, de forma que abordaremos sutilmente assuntos como política e segurança, pois fazem parte da visão do diretor.
Sobre a produção, Padilha diz que filmaram em Tel Aviv, Entebbe e, principalmente em Malta, para que seja possível construir uma base na pista de pouso do Aeroporto, exatamente como era em Uganda, em 1976. Optaram por não usar efeitos visuais, somente efeitos práticos, por ser uma produção relativamente pequena e para dar mais veracidade aos cenários.
Por falar em veracidade, Padilha teve apoio de membros do exército Israelense para coreografar a cena da invasão do exército a base em Uganda. Para que o filme fosse exatamente como aconteceu na visão daqueles soldados. Feito essa coreografia, Padilha inseriu as câmeras e rodou a cena clímax do filme.
Quem assistiu ao filme percebeu que a dança está muito presente, essa escolha foi feita para mostrar que a cultura Israelense é rica, pois quando falamos em Israel é muito comum pensarem só no exército Israelense. Para realizar a parte da dança, Padilha contou com a companhia Batsheva e a coreografia de Ohad Narahin.
Já foram realizados muitos filmes sobre essa operação que ficou conhecida como Thunderbolt, o diferencial do filme 7 Dias Em Entebbe é que o roteirista (Gregory Burke) preferiu contar essa história do ponto de vista da relação dos terroristas com as vítimas, não como outras obras mostrando apenas o ponto de vista do exército Israelense.
Para a pesquisa, Padilha leu o livro de Saul David sobre a operação, onde ele pesquisou por 10 anos esse evento. Também entrevistou o Primeiro Ministro de Israel na época, o piloto e o engenheiro de vôo e reféns sobreviventes com o objetivo de ver se as informações que leu no livro eram corretas ou não.
Sobre trabalhar com o elenco, Padilha diz que queria escalar Daniel Brühl desde o começo pois o acompanha desde Adeus Lênin e o admira como ator. Já Rosamund Pike conheceu através de Gone Girl, apesar de também admirar a atriz, ficou desconfiado pois ela deveria falar alemão e a atriz é britânica. Rosamund diz que aprende foneticamente o que o deixa ainda mais desconfiado, mas no resultado final do filme, Padilha diz que amigos de Frankfut pensaram que a atriz era de lá.
Sobre o assassinato de Marielle Franco, Padilha diz que eventos assim acontecem diariamente com pessoas que não conhecemos pois a polícia é do jeito que ele mostrou em Tropa de Elite 1 e 2, despreparada, corrupta e violenta e, por outro lado não existe assistência social em comunidades carentes. Então a sociedade produz os criminosos violentos e policiais violentos, o que não é resultado da pobreza pois tem países mais pobres que o Brasil, mas com o índice de violência muito mais baixo. A polícia brasileira mata quarenta vezes mais que a polícia americana. Ele ainda compara esses eventos com acontecimentos na Candelária, Vidigal e no Ônibus 174.
Diz se lembrar de Fernando Henrique Cardoso dizer em rede nacional que estava horrorizado e que iria reformar a segurança pública e que no primeiro mandato do Lula também disseram que haveria reformulação na segurança pública. O diretor falou que o fato é que nem o PT e nem o PSDB se importam com a segurança pública, pois se se importassem já teriam resolvido esse problema.
Ele diz que muita gente está fazendo julgamentos antes da hora e devemos esperar por respeito a família de Marielle.
“...é uma perda gigantesca pro Rio de Janeiro de uma pessoa de muito valor.”
Sobre trabalhar com Lula Carvalho e Daniel Rezende, o diretor diz tê - los chamado por admirar seus trabalhos, já trabalhou bastante com Lula Carvalho e, Daniel Rezende, além de ter trabalhado muito também, diz ser o melhor montador. Já Rodrigo Amarante, Padilha conheceu na produção de Narcos. Ele fez a trilha sonora para a abertura e a partir daí o diretor passou a confiar em seu trabalho.
Sobre as críticas José Padilha diz não se importar muito e procura não ler. Diz que se a crítica for positiva não vai ajudar em nada o diretor, pois ele vai achar que é “bom pra caramba” como também se for negativa, pois o diretor começa a se questionar.
O diretor diz que não se envolve com redes sociais, não tem Facebook, Instagram e nem Twitter, nunca se interessou por essas mídias. Diz que gosta de ler livros e pesquisar com certa calma os assuntos que interessam. Vê a velocidade incrível e a profusão de opiniões que as pessoas emitem sobre por exemplo a tragédia com a Marielle.
“...é um furor irracional e foi a internet que liberou esses impulsos. “
Ao ser questionado sobre como as críticas afetam o seu trabalho, o diretor foi claro.
“Eu faço meus filmes, os jornalistas me perguntam e eu respondo da melhor maneira que eu posso e depois faço outro filme e outro filme e outro filme, que é o que eu faço”.
Por Marcus Vinícius
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