[Resenha] A Febre do Amanhecer

Sinopse:Julho de 1945. Miklos é um jovem húngaro de 25 anos que sobreviveu ao campo de concentração e foi levado para a Suécia para recuperar a saúde. Mas logo os médicos o desenganam: ele tem os pulmões comprometidos e conta com poucos meses de vida. Miklos, porém, tem outros planos. Ele não sobreviveu à guerra para morrer num hospital. Após descobrir o nome de 117 jovens húngaras que também se encontram em recuperação na Suécia, ele escreve uma carta a cada. Uma delas, ele tem certeza, se tornará sua esposa. Em outra parte do país, Lili lê a carta de Miklos e decide responder. Pelos próximos meses, os dois se entregam a uma correspondência divertida, inusitada, cheia de esperança. Baseado na história real dos pais do autor, A febre do amanhecer é um romance vibrante e inspirador sobre a vontade de amar e o direito de viver.

O que eu achei?
Quando li pela primeira vez a sinopse do livro soube que iria amar a história, porque ser baseado em uma história real dá um toque a mais e acho que todos que lerem irão adorar e ficar emocionados com os relatos que estão presente no livro. Então, segure a emoção porque a partir de agora você está correndo o risco de se apaixonar.

Miklos é um homem que sobreviveu ao Holocausto, mas, infelizmente, com sequelas e uma das piores, pois seus dias de vida estão contados. O jovem tinha tudo para entrar em depressão e desacreditar na vida e principalmente no amor, já que sua aparência não era a das melhores, seus dentes foram retirados e ficou muito magro devido a desnutrição, mas o húngaro é persistente e decide aproveitar seu pouco tempo de vida para se apaixonar.

Ao escrever para 117 jovens húngaras que também estão se recuperando na Suécia, Miklos recebe de volta algumas respostas e entre elas encontra Lili, e em pouco tempo, os dois começam a se corresponder com mais frequência e trocam mensagens divertidas, sinceras e até divertidas, mas para os dois poderem se encontrar pessoalmente terão que enfrentar inúmeros obstáculos, sobretudo a condição física de ambos.

Para tentar encontrar sua amada, Miklos lutará e enfrentará inúmeros “nãos” e impedimentos de seu médico para conseguir encontrar Lili, mas não sem ajuda de seu amigo Harry, também sobrevivente, que fará inúmeras desenvolturas para poder ajudar o apaixonado escritor. A amizade desses dois rendeu boas risadas, ainda mais pelos dois serem o oposto, enquanto Miklos é reservado e tímido, Harry não têm vergonha nenhuma e é bastante divertido, o que torna-o um personagem memorável.

Ao mesmo tempo que Miklos lutava para sobreviver a sua doença incurável, encontrava paz e um desejo de viver ao escrever suas cartas a Lili, e aos poucos os dois vão se apaixonando de uma forma linda, delicada e tocante, já que a sinceridade e pureza  das palavras trocadas entre eles era apaixonante e carregava uma sublimidade comovente.
Falando em personagem apaixonante, não posso deixar de falar do Miklos, porque ele é tão encantador que conseguia imaginá-lo com bastante nitidez, era um verdadeiro poeta, suas palavras eram escritas com o coração e sua sinceridade e humildade tornavam-o encantador. E claro, minha torcida para sua melhora e seu encontro com Lili só aumentava ao decorrer da história, contava as horas para ver como seriam o encontro desses dois.

Enquanto conhecemos sobre a vida de Miklos e Lili, também observamos como é a vida de um refugiado, dos que sobreviveram a guerra, mas carregavam suas marcas, que eram, em sua maioria,  doenças, misérias, horrores e traumas que sofreram durante os campos de concentração.  Acompanhamos a vida também dos acampamentos em que casal estão alojados, era comovente ler sobre a esperança que cada um carregava em busca de notícias de seus familiares, em busca de algum laço que pudesse fazer com que essas pessoas permanecessem vivas.

A medida que Miklos e Lili lutam para ficar juntos devido a grande distância que os separavam, coisas inesperadas e desagradáveis acontecem ao longo do árduo caminho para que possam, finalmente, ficar juntos. Algumas pessoas tentarão separar o casal por inveja, medo ou até por precaução, o que me deixava com muita raiva ou enlouquecida querendo entrar na história para avisar os personagens.


“ – É preciso cuidado com o horror. Transforma-se em ódio com facilidade. Logo em seguida vem a agressão. Mais tarde, a ideologia. E no fim, poderá acabar caçando moscas a vida inteira.” ( pág.59)

A história de amor dos pais do Péter Gárdos é encantadora e inspiradora, faz a gente acreditar, de verdade, na força do amor. Foi o amor que curou e salvou Miklos e o fez enfrentar inúmeras barreiras para transformar-se em homem forte e um jornalista de respeito. Pensar que uma história de amor surgiu através de uma troca de cartas após o término de um dos períodos mais tristes da nossa história é realmente surpreendente e emocionante.

A tragédia pode ser um prelúdio para muitas coisas boas, como o amor. Depois da tempestade sempre vem a calmaria e foi essa calmaria que Miklos e Lili encontraram o amor que perdurou até a morte de um deles. A Febre do Amanhecer é uma linda história de amor, tão verdadeira, que fará que tenhamos um pouco mais de esperança e fé na humanidade.

                                                  



Por Thaís Marinho

Nenhum comentário