[News] Filme brasileiro ´´´Chuva é cantoria na aldeia dos mortos ´´ acaba de levar o Grande Prêmio do Júri em Cannes
Sobre a premiação, João e René dizem, "O Brasil indígena é
historicamente negado, silenciado, assassinado. Mas é justamente esse Brasil
que sai exaltado de Cannes. São os Krahô quem ocupou este espaço com sua
língua, seu corpo e seus espíritos. A importância deste reconhecimento
transcende o gesto cinematográfico, até porque existem hoje no Brasil dezenas
de diretoras e diretores indígenas que estão contando suas histórias e sendo
donos de suas imagens. É maravilhoso estarmos aqui e é uma pequena revolução,
mas a grande revolução terá acontecido quando esses cineastas estiverem
ocupando também estes lugares.".
Rodado ao longo de nove meses na aldeia Pedra Branca (Terra
Indígena Krahô, no Tocantins), sem equipe técnica e em negativo 16mm, o filme
acompanha Ihjãc, um jovem Krahô que, após um encontro com o espírito do seu
falecido pai, se vê obrigado a realizar sua festa de fim de luto.
As filmagens foram precedidas por uma longa relação de Renée
com o povo Krahô, que se iniciou em 2009. Desde então, a diretora trabalha com
a comunidade, participando na mobilização do coletivo de cinegrafistas e
fotógrafos indígenas Mentuwajê Guardiões da Cultura. O trabalho do grupo é
focado numa utilização do audiovisual como instrumento para a autodeterminação
e o fortalecimento da identidade cultural. Em 2014, João Salaviza conheceu os
Krahô e, juntos durante longas estadias na aldeia, começaram a imaginar o que
viria a ser o filme.
“CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS” é produzido por
Ricardo Alves Jr. e Thiago Macêdo Correia, da Entre Filmes (responsável pela
produção do longa Elon não Acredita na Morte), em coprodução com a portuguesa
Karõ Filmes e a Material Bruto, de São Paulo.
SOBRE OS DIRETORES
JOÃO SALAVIZA
Nascido em Lisboa em 1984. Formado na ESTC, em Lisboa, e na
Universidad del Cine, em Buenos Aires. Seu primeiro longa-metragem, MONTANHA,
teve estreia mundial na Semana da Crítica do Festival de Veneza, em 2015. Veio
na sequência de uma trilogia de curtas formada por RAFA (Berlinale Golden Bear
2012), ARENA (Palme d’Or no Festival de Cannes 2009) e CERRO NEGRO (Rotterdam
em 2012). Recentemente voltou ao Festival de Berlim com os curtas ALTAS CIDADES
DE OSSADAS e RUSSA (co-dirigido com Ricardo Alves Jr). “CHUVA É CANTORIA NA
ALDEIA DOS MORTOS”, co-dirigido com Renée Nader Messora, é seu segundo
longa-metragem.
RENÉE NADER MESSORA
Nascida em São Paulo, em 1979. Formada em Direção de Fotografia
pela Universidad del Cine, em Buenos Aires. Por 15 anos, trabalhou como
assistente de direção no Brasil, Argentina e Portugal. Em 2009, Renée Nader
Messora conheceu os Krahô e, desde então, ela trabalha com a comunidade,
contribuindo na organização de um coletivo de jovens cinegrafistas. O foco do
trabalho do grupo Mentuwajê Guardiões da Cultural é usar as ferramentas
audiovisuais para o fortalecimento da identidade cultural e a autodeterminação
da comunidade. “CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS” é seu primeiro
longa-metragem.
SOBRE A ENTREFILMES
EntreFilmes é uma produtora sediada em Belo Horizonte, criada
pelos cineastas Ricardo Alves Jr. e Pablo Lamar e pelo produtor Thiago Macêdo
Correia. Tendo realizado diversos curtas-metragens exibidos em importantes
festivais internacionais como: Berlim, Semana da Crítica do Festival de Cannes,
Festival de Locarno, Oberhausen, Rotterdam, Havana, BAFICI - Buenos Aires;
tendo obras também exibidas no Centre Pompidou, em Paris, e no Museo Rainha
Sofia, em Madrid. O primeiro longa da produtora é “Elon não Acredita na Morte”
(2017), que teve sua estreia na Ásia no Festival de Internacional de Cinema de
Macau, onde foi comtemplado com o prêmio de Contribuição Artística e teve
estreia europeia no Festival de Rotterdam. “Chuva é a Cantoria na Aldeia dos
Mortos” (2018) é o segundo longa-metragem produzido pela EntreFilmes com
estreia mundial no Festival de Cannes na mostra Un Certain Regard
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