[News] Produzido por Rodrigo Teixeira, novo filme de Karim Aïnouz, ´´A vida invisível´´ , começa a ser rodado no Rio de Janeiro
Karim Aïnouz (O
Abismo Prateado, Praia do Futuro) vai dirigir a livre adaptação de “A Vida
Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha. Com produção de Rodrigo
Teixeira, da RT Features, A VIDA INVÍSIVEL traz as atrizes Carol Duarte e Júlia
Stockler como protagonistas desta história.
No Rio de Janeiro
dos anos 50, as irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda– duas
irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma
pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar
e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao
retornar grávida, seis meses depois e sem namorado, o pai, um português
conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas
para sempre e passam suas vidas tentando encontrar uma a outra, como se só
juntas fossem capazes de seguirem suas vidas.
A VIDA INVÍSIVEL é
um melodrama contemporâneo sobre sororiedade, é uma crônica da condição
feminina nos anos 50 no Rio de Janeiro, uma década marcada por um conservadorismo
profundo.
Ao longo da
história, revelam-se a vida adversa de mãe solo que Guida levou longe da
família e o apagamento vivido por Eurídice, que acabou por abandonar o sonho de
ser uma pianista profissional para se tornar uma dona de casa exemplar e
satisfazer o marido e os pais. Para Aïnouz, a história o tocou de maneira
profunda. “Por razões pessoais, eu fiquei impressionado quando li o livro pela
primeira vez. Ecoou memórias vividas da minha vida. Fui criado numa família na
sua maioria de mulheres, num Nordeste conservador, na década de 60. Minha mãe
foi mãe solo, minha tia trabalhava como dona de casa. A maioria dos homens da minha família tinha
ido embora ou era muito ausente. Era um mundo muito machista. As mulheres eram
guerreiras, que tiveram que lutar para manter a cabeça fora d’agua em um mundo
violentamente machista. ‘A Vida Invisível’ é sobre isso – sobre a resiliência,
o desafio de ser mulher em um mundo que insistia, e insiste, em deixá-las
invisíveis”, revela o diretor.
Durante a pesquisa
para o roteiro, Aïnouz entrevistou várias senhoras entre 70 e 90 anos,
perguntando sobre suas primeiras experiências sexuais, o casamento e suas vidas
privadas. Refletindo sobre o mundo hoje, a partir destas histórias e das
mulheres de sua família, Aïnouz compreendeu a urgência de “A Vida Invisível”
como um filme que jogasse luz em tantas vidas e histórias invisíveis, como um
filme necessário.
Esta é a segunda vez
que Karim Ainouz e Rodrigo Teixeira trabalham juntos. Em 2011, o filme “O Abismo Prateado” teve sua
estreia mundial no Festival de Cannes, onde foi exibido na Quinzena dos
Realizadores. Para Rodrigo, repetir essa parceria é uma grande alegria. “Depois
do ‘Abismo Prateado’, eu procurava um projeto para trabalharmos novamente
juntos e, quando eu recebi o manuscrito deste livro, enxerguei uma
compatibilidade entre a filmografia e a história de vida do Karim e o momento
histórico que vivemos. Passamos algum tempo trabalhando no desenvolvimento do
roteiro, construindo esse grande desencontro na vida dessas irmãs e estou muito
contente com o início das filmagens”.
Com roteiro assinado
por Murilo Hauser e colaboração de Inés Bortagaray, o longa começa a ser rodado
em maio, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristovão, onde o
Rio de Janeiro dos anos 50 ganhará vida. Quem assina a fotografia do filme é
Hélène Louvart, que foi fotógrafa dos longas Pina, de Win Wender, The Smell of
Us, de Larry Clark; e As Praias de Agnes, de Agnès Varda, entre outros. Com coprodução do Canal Brasil e distribuição
da Sony Pictures, A VIDA INVÍSIVEL tem previsão de estreia em 2019. “Eu estou
ciente de que as histórias particulares não necessariamente fazem bons filmes.
Filmes são bons quando eles contam uma história ainda não contada, histórias
que precisam ser contadas”, completa Karim.
Sinopse
Antigas cartas de
sua irmã Guida, há muito desaparecida, surpreendem Eurídice, hoje uma senhora
de 80 anos. No Rio de Janeiro dos anos 50, Guida e Eurídice serão cruelmente
separadas, impedidas de viverem os sonhos que alimentaram juntas ainda
adolescentes. ‘A VIDA INVÍSIVEL’ é a história destas duas mulheres, duas irmãs,
tentando lutar contra as forças sociais que insistem em frustrá-las. Invisíveis
em uma sociedade paternalista e conservadora, se desdobram para seguir em
frente, ainda que distante de seus sonhos e desejos. Um melodrama contemporâneo
sobre sororidade, sobre mulheres apaixonadas, fortes e afetuosas. Irão Guida e Eurídice se reencontrar a tempo
de vencer a opressão que as sufoca?
FICHA TÉCNICA
A VIDA INVISÍVEL
Direção: Karim
Ainouz
Roteiro: Murilo
Hauser e Inés Bortagaray baseado na obra de Martha Batalha
Elenco: Carol
Duarte, Júlia Stockler e Gregório Duvivier.
Produtor: Rodrigo
Teixeira (RT Features)
Co-produtor: Canal
Brasil e Match Factory
Produtores
Executivos: Ana Kormanski, Daniel Pech, Viviane Mendonça e Camilo Cavalcanti.
Diretora Assistente:
Nina Kopko
Direção de
Fotografia: Hélène Louvart
Direção de Arte:
Rodrigo Martirena
Figurino: Marina
Franco
Maquiagem: Rosemary Paiva
Diretora de
Produção: Silvia Sobral
Idioma: Português
Gênero: Drama
Ano: 2018
País: Brasil
Classificação: (a
definir)
SOBRE O DIRETOR
Diretor dos
premiados Madame Satã e O Céu de Suely, seu trabalho mais recente, o
documentário Aeroporto Central THF, estreou este ano na mostra Panorama do 68º
Festival de Berlim onde recebeu o prêmio da Anistia Internacional. Seus
curtas-metragens e instalações foram exibidos em inúmeras mostras e museus
incluindo o Whitney Museum of American Art Biennial, MoMa Nova York, Bienal de
São Paulo, Bienal de Sharjah, Parque Lage, Festival Videobrasil. Foi
homenageado na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes e teve retrospectivas na
Espanha e Suiça, França e Estados Unidos. Em 2012 Aïnouz foi convidado a
integrar o júri da Cinéfondation e Competição de Curtas-metragens do 65°
Festival de Cannes e foi presidente do Júri do Festival do Rio em 2014.
Como consultor de
roteiros, participou de programas como o Sundance Screenwriters Lab, Rawi
Screenwriters Lab, na Jordânia, e Curso de Desarrollo de Proyectos
Cinematográficos Iberoamericanos, da Fundación Carolina em parceria com o
Programa Ibermedia, entre outros.
Aïnouz é ainda
fundador e tutor do Laboratório de Audiovisual Porto Iracema das Artes, um dos
principais laboratórios de desenvolvimento de roteiro do país.
Em 2015, estreou o
documentário Velázquez ou o Realismo Selvagem, exibido pelo canal franco-alemão
ARTE. Seu primeiro longa-metragem, Madame Satã, estreou na mostra Um Certain
Regard do Festival de Cinema de Cannes em 2002. Seus longas seguintes, O Céu de
Suely e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (co-dirigido com Marcelo
Gomes) estrearam no Festival de Veneza, na Mostra Orizzonti em 2006 e 2009,
respectivamente. Em 2008, dirigiu a série de 13 episódios Alice para a HBO
Latin America e, em 2011, O Abismo Prateado teve sua estreia mundial em Cannes,
na Quinzena dos Realizadores, e recebeu o prêmio de Melhor Diretor no Festival
do Rio. Em 2014, Aïnouz estreou o longa-metragem Praia do Futuro na Competição
Oficial da 64ª edição do Festival de Berlim, onde também apresentou o
documentário Catedrais da Cultura, filmado em 3D e produzido por Wim Wenders.
Aïnouz é membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
SOBRE A RT FEATURES
Fundada e dirigida
por Rodrigo Teixeira, a RT Features é uma produtora nacional e internacional de
conteúdo cultural e entretenimento para cinema e televisão, com base em São
Paulo, Brasil. Dentre outras produções, seu currículo conta com os
longas-metragens O Cheiro do Ralo (2006), O Abismo Prateado (2010), Tim Maia
(2014), Alemão (2014), O Silêncio do Céu (2016) e a série O Hipnotizador (para
a HBO Latin America em 2015).
No mercado
internacional, a RT Features produziu os longas Frances Ha (2013), Love is
Strange (2014), Love (2015), Mistress America (2015) e o recente sucesso
mundial indie A Bruxa (2016), entre outros. Em 2017, a RT Features estreou as
produções internacionais Patti Cake$ e Call Me By Your Name no Festival de
Sundance. Para o mesmo ano, a RT Features irá produzir o novo filme de James
Gray, Ad Astra, e no Brasil os longas-metragens A Vida Invisível, de Karim
Ainouz, e Barba Ensopada de Sangue, de Aly Muritiba.
Dedicada a trabalhar
com jovens e talentosos diretores desde a sua criação, a RT Features formou uma
joint venture com a Sikelia Productions, de Martin Scorsese, com o objetivo de
produzir filmes de cineastas emergentes em todo o mundo. O primeiro
longa-metragem desta parceria, A Ciambra, estreou na última edição da Quinzena
dos Realizadores.
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