[Resenha] Um Menino Em Um milhão
Sinopse: Quinn Porter é um guitarrista de meia-idade que nunca conseguiu deslanchar na carreira. Enquanto aguardava sua grande chance na música, foi um marido e pai ausente, e jamais conseguiu estabelecer um vínculo afetivo com o filho, uma criança obcecada pelo Livro dos Recordes e algumas peculiares coleções. Quando o menino morre inesperadamente, alguém precisa substituí-lo em sua tarefa de escoteiro: as visitas semanais à astuta Ona Vitkus, uma centenária imigrante lituana. Quinn assume então o compromisso do filho durante os sete sábados seguintes e tenta ajudar Ona a obter o recorde de Motorista Habilitada Mais Velha. Através do convívio com a idosa, ele descobre aos poucos o filho que nunca conheceu, um menino generoso, sempre disposto a escutar e transformar a vida da sua inusitada amiga. Juntos, os dois encontrarão na amizade uma nova razão para viver.
O que eu achei?
Ganhei esse livro no Clube em maio do ano passado mas devido à diversos compromissos,só pude terminar de lê-lo recentemente.As maiores heranças que alguém pode deixar são imateriais-o conhecimento,o amor, uma amizade .Nenhuma mãe ou pai deveria enterrar seus filhos mas às vezes acontece. O filho de Quinn Porter (curiosamente, o nome dele nunca é mencionado) era um garoto de 11 anos que tinha uma vida feliz, era um escoteiro, tinha uma boa relação com sua família e gostava de ajudar os outros.
Antes que a história propriamente dita comece, é importante mencionar que o livro vem com um folheto que é um conto gratuito, que antecede os acontecimentos de Um menino em um milhão. Intitulado, Uma em um milhão, ela se passa na festa de aniversário de 100 anos de Ona Vitkus,a senhora que juntamente, com Quinn, é o personagem principal,é uma imigrante lituana que veio para os EUA com apenas quatro anos. Ela não queria uma festa e muito menos ser entrevistada por um programa de TV, preferia praticar para o exame de direção. Mas às vezes na vida, nem sempre tudo sai como o planejado.O conto de apenas vinte páginas é uma delícia de ler.
Agora, sobre a história do livro. Há uma citação que gostei muito: ´´Porque a história da sua vida nunca começa no início.´´ Ona teve uma vida que só engrenou mais tarde:quando se mudaram para o Maine, os pais de Ona, que não falavam inglês, apenas lituano,abdicaram do contato com ela e acabou que quem criou a garota foi uma vizinha chamada Maud-Lucy mas traumatizada com o abandono dos pais, ela fugiu com um circo itinerante e se casou mais tarde do que o habitual,com um homem difícil de lidar, Howard. Ona teve que se esforçar para pagar seus próprios estudos e fez apenas uma amiga para o resto de sua vida, Louise.
A narrativa é intercalada entre flashbacks do menino (ele tinha um gravador e gostava de gravar várias de suas reuniõees com Ona, como demonstrações de seus truques de mágica)e a história de Quinn e sua esposa lidando com o luto e ele ajudando a senhora a passar no exame de direção-o sonho dela era se tornar a pessoa mais velha do mundo a ter carteira de motorista.
O tema mais importante é estar presente na vida de quem você ama. Quinn se divorciou várias vezes de Belle, mãe do menino e ela mantinha um relacionamento estável com ele como filho, após os vários divórcios do casal, ele sempre morou com ela.Por outro lado, o pai nunca deu muita atenção para o menino, até ele morrer subitamente de síndrome do QT longo (uma condição cardíaca que pode causar batimentos cardíacos acelerados e fora de ritmo) enquanto andava de bicicleta, Quinn se culpa por não ter sido um pai mais presente.A dor da perda é sentida não apenas através dos pais mas também através de Ona que apesar de conhecer há pouco tempo, percebeu que ele tinha um coração de ouro. Um menino em um milhão é uma história sobre darmos valor a quem amamos porque eles podem partir a qualquer momento-ás vezes, antes do que você pensa.
Um detalhe que achei bem fofo: como o garoto era obcecado pelo Guinness, o Livro dos Recorde e há várias listas durante a narrativa.
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