[Crítica Musical] Liberation
Depois de 6 anos sem lançar um álbum
de estúdio (“Lotus”, 2012), Christina Aguilera volta
ainda mais empoderada em seu oitavo álbum de estúdio, lançado no dia 15 de Junho. O título do novo álbum traz o conceito de
liberdade de tudo o que não seja verdade; libertar-se das máscaras e
dos padrões impostos e seguir com a sua própria verdade, seus
próprios desejos. E seguindo essa idéia, nasceu um dos álbuns mais
intimistas e sonoramente arriscado e inovador da carreira de
Aguilera. A intro do álbum, “Liberation”, é marcada por piano e violinos, risos de crianças ao fundo, e as falas da Aguilera: "Onde você está? Você está ai?", "Lembre-se". Daí se inicia a busca por sua identidade, e por liberdade.
O álbum vai do pop ao soul, e experimenta até do reggae, mas
muito mais simples e básico, comparado a seus lançamentos
anteriores, mostrando um lado mais pessoal e intimista nas
letras, e algumas faixas, como a intro “Searching For
Maria” e a faixa “Maria” são quase como diálogos
interpessoais, em uma tentativa de reencontrar a si mesma. Em um
minidocumentário chamado “Where Is Maria?”, Aguilera fala
bem especificamente sobre isso, reencontrar um lado dela que ela
sentia ter perdido com o decorrer dos anos.
"Liberation" tem uma pegada
majoritariamente old school, com a firme base do R&B, mas
bem diferente do seu “Back To Basics” (2006). Em
“Liberation”, as referências do passado são trazidas,
adaptadas e modernizadas a nova identidade artísticas de Aguilera.
Como dito, não há muitos exageros sonoros, mas a capacidade vocal da cantora consegue ser explorada ao máximo, dos tons suaves como na trap music “Like I Do”, faixa com participação do rapper americano GoldLink, até o dueto destruidor de “Fall In Line”, que conta com a participação de Demi Lovato, um hino feminista que grita aos ouvidos de quem quer – e quem não quer – ouvir: “eu não fui feita para seguir um padrão.”
Como dito, não há muitos exageros sonoros, mas a capacidade vocal da cantora consegue ser explorada ao máximo, dos tons suaves como na trap music “Like I Do”, faixa com participação do rapper americano GoldLink, até o dueto destruidor de “Fall In Line”, que conta com a participação de Demi Lovato, um hino feminista que grita aos ouvidos de quem quer – e quem não quer – ouvir: “eu não fui feita para seguir um padrão.”
O álbum consegue ser divertido e
inovador dentro do possível, visto que esse trabalho se tornou uma
especie de revival para a cantora. Mas continua sendo possível
ver todas as características que já conhecemos dela, como a
sensualidade aflorada, presente por exemplo na faixa “Right
Moves”, com participação de Keida e Shenseea, que segue num
reggae provocante, explorando sua sensualidade e sexualidade tanto
nas letras quando na voz; a faixa "Pipe", que conta com participação de XNDA, onde os vocais são suaves e provocativos, quase um sussurro ao pé do ouvido, com uma letra extremamente sexy. A faixa “Sick Of Sittin'”, por sua vez, é pura energia, uma chamada aos acomodados, confinados, seguindo ideias e conceitos
alheios e perdendo a si mesmo, cheia de influência funk-rock,
inspirada numa pegada bem Janis Joplin.
A faixa “Masochist” traz uma
sonoridade que remete ao estilo eletrônico oitentista, sonoridade quem
vem sendo explorada bastante ultimamente. A soul também
marca presença nesse álbum em faixas como “Twice”,
que possui uma das letras mais lindas e fortes do álbum. Mas para mim "Desire" tem um destaque maior, com uma melodia envolvente e uma energia inexplicável. A faixa é devastadora em seu conteúdo, sonoramente envolvente, com vocais incríveis. "Unless It's With You" encerra o álbum com uma balada simples, num estilo já explorado antes pela cantlra, onde os vocais de Aguilera são entregues de forma apaixonada e desmedida.
Os interlúdios, já marca-registrada
de seus álbuns, também apresentam uma roupagem um pouco diferente
do habitual. O álbum abre com a intro instrumental “Liberation”, seguindo direto para a intro
acappela “Searching For Maria”, inspirado no musical 'A Noviça Rebelde';
“Dreamers” é um interlúdio de empoderamento feminino,
cheio de mantras recitados por mulheres de todas as idades, inclusive
Summer Rain, filha caçula de Aguilera; “I Don't Need It
Anymore” tem uma pegada bastante gospel. Mas
o ponto comum a todas elas, em comparação as intros/interlúdios de
outros de seus álbuns é que, ela não servem somente para
apresentarem a faixa seguinte, mas também se encaixam com perfeição
no conceito e na narrativa do álbum.
No
geral, “Liberation”
não é um álbum épico, mainstream, comparado
com seus antecessores; ele é completamente firmado na maturidade sonora e artística, além de pessoal, onde
o
trabalho parece focar mais nos quesitos pessoais
e vocais,
sendo assim
um álbum intimista, e não comercial. É
como se fosse um debut, onde
somos apresentados a essa nova cantora, repaginada. Reencontrada. Renascida.
A pegada moderna de R&B que combina perfeitamente coma voz de
Aguilera, tão potente quanto sempre foi. ainda assim, Aguilera explora muito mais a voz, mudando tons e molodias na hora de cantar, sem deixar de lado as notas altas tão característcias.
"Liberation" tornou as experiencias sonoras para esse trabalho boas na medida certa, mesmo deixando um sentimento de que poderia render mais após o fim da última música - e digo isso da melhor maneira. Será que vem edição Deluxe por aí?
"Liberation" tornou as experiencias sonoras para esse trabalho boas na medida certa, mesmo deixando um sentimento de que poderia render mais após o fim da última música - e digo isso da melhor maneira. Será que vem edição Deluxe por aí?
Tracklist:
01. Liberation
02. Seraching For Maria
03. Maria
04. Sick Of Sittin'
05. Dreamers
06. Fall In Line (feat. Demi Lovato)
07. Right Moves (feat. Keida & Shenseea)
08. Like I Do (feat. GoldLink)
09. Deserve
10. Twice
11. I Don't Need It Anymore (Interlude)
12. Accelerate (feat. Ty Dolla $ing & 2 Chainz)
13. Pipe (feat. XNDA)
14. Masochist
15. Unless It's With You
Christina Aguilera - Fall In Line (Official Video) ft. Demi Lovato
Christina Aguilera - Fall In Line (Official Video) ft. Demi Lovato
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