[News] Benedict Cumberbatch estrela nova série e David Nicholls assina o roteiro
Nosso querido Dr Estranho deu pausa no heroísmo e deixou Sherlock num novo hiato para se dedicar a Patrick Melrose, um seriado com roteiro assinado por David Nicholls, autor do best-seller Um dia.
Então, sem mais delongas... Confira a sinopse e uma entrevista feita com Nicholls.
Sinopse:
Patrick Melrose (Benedict Cumberbatch) é um aristocrata que vive atormentado por seus traumas do passado. Sua infância foi marcada por uma família desestruturada, a começar por seu pai abusivo, e repleta de brigas. Anos depois, Patrick ainda precisa beber para esquecer essas lembranças cruéis.
Entrevista:
Por Boyd Hilton
O roteirista David Nicholls nos conta sobre a criação do personagem mais extremo de Benedict Cumberbatch até hoje.
Se você pensa que a versão de Sherlock Holmes do Cumberbatch era complicada, espere até você conhecer Patrick Melrose. A invenção do novelista Edward St. Aubyn, que detalha a vida infinitamente descontrolada de seu personagem autobiográfico em cinco romances extraordinários, Melrose luta contra o pai abusivo, vício em bebida e drogas e um miríade de relacionamentos disfuncionais. A ambiciosa adaptação para TV é feita pelo novelista de sucesso David Nicholls (Um Dia). Aqui ele nos conta com exclusividade como ele altercou o projeto frenético…
-Como foi adaptar esses livros e capturar a natureza desse personagem incrivelmente complexo e de tudo pelo que ele passa?
Excitante, assustador. Eu sempre amei os romances – Eu li Não Importa, a base do segundo episódio, quando ele foi lançado em 1992 e pensei que ele daria um drama fantástico. A influência de Evelyn Waugh estava lá, mas também tinha um toque de Pinter naqueles filmes que ele fez com Joseph Losey, uma sensação de mal se escondendo sob a aparência de um mundo respeitável. Mas empilhe os cinco livros um em cima do outro e você terá 900 páginas de prosa, páginas e mais páginas de diálogo brilhante, muitos personagens com nome, eventos cobrindo mais de 40 anos de uma história familiar complicada – foi tudo bem intenso, e eu não acho que eu tenha trabalhado tão duro num projeto antes.
-O quão fiel ao material você se manteve?
Nós queríamos nos manter fieis a romances que nunca tiveram a pretensão de funcionar como uma série de TV. Patrick Melrose sempre seria diferente nesse aspecto, com cada episódio completamente diferente em estilo, ambientação e tom: uma série de cenas de uma vida, ao invés de uma série de TV convencional. Imagine propor uma série na qual o personagem principal mal aparece no segundo episódio; requer um voto de confiança. Mas eu também amei o desafio e me imergir naquele mundo, que é tão diferente da minha experiência e do que eu costumo escrever. E o que o manteve excitante foi esse personagem central extraordinariamente rico – feroz e cruel às vezes, e então vulnerável e simpático em outros, mas sempre brilhantemente espirituoso e autoconsciente. Eu acho que o Patrick Melrose é um dos grandes personagens da literatura recente – sua mãe e seu pai também, não consigo pensar num pai mais monstruoso do que David Melrose – e isso tem sido excitante.
-Você usou muito do diálogo dos livros?
Para a maior parte da série, sim. Edward St. Aubyn tem esse maravilhoso estilo de prosa, mas seu diálogo também é esplêndido e eu o utilizei onde consegui. Mas uma boa parte do melhor material está na mente do Patrick, sem nenhum motivo plausível para ele falar em voz alta, e isso pode ser frustrante – todas as aquelas falas ótimas e piadas brilhantes, todas em sua cabeça. Inevitavelmente, também há cenas em que nós tivemos que acrescentar, vezes em que eu tive que escrever um diálogo no estilo do de Edward St. Aubyn, e isso é sempre inquietante. Eu espero que não seja possível ver essa junção. Certamente há muito diálogo fantasticamente cortante, especialmente do Nicholas Pratt, o padrinho cruelmente esnobe (interpretado brilhantemente por Pip Torrens).
-Como é ver o Benedict dar vida ao seu roteiro?
Desde o começo, nós achamos difícil pensar em outra pessoa a não ser o Benedict nesse papel. Não é coincidência ele ter interpretado Hamlet; os personagens compartilham um pouco da mesma qualidade mercurial e maníaca, da mesma sagacidade e capacidade para crueldade. Ambos cambaleiam no precipício da insanidade. Patrick Melrose é parte da grande tradição televisiva de protagonistas profundamente imperfeitos; um viciado, um esnobe, ele pode ser cruel, egoísta e monstruosamente irresponsável, e Benedict não coloca freios nisso – não é uma atuação por vaidade, e em nenhum momentos nós chegamos a pensar em diminuir sua intensidade. Mesmo com toda essa destruição maníaca, ele é charmoso e cativante e vítima da crueldade mais horrenda, e há sempre a esperança de que ele encontrará um caminho para fora dessa armadilha. Eu tenho ciência de que não sou inteiramente objetivo, mas eu acho que é uma performance formidável, corajosa, louca, e completamente dedicada. Essa é sempre a melhor parte do trabalho para mim como escritor – Benedict, Hugo Weaving, Jennifer Jason Leigh; eles são atores fantásticos, completamente dedicados ao seus papéis.
Fonte: entrevista traduzida por Benedict Cumberbatch
Sinopse:
Patrick Melrose (Benedict Cumberbatch) é um aristocrata que vive atormentado por seus traumas do passado. Sua infância foi marcada por uma família desestruturada, a começar por seu pai abusivo, e repleta de brigas. Anos depois, Patrick ainda precisa beber para esquecer essas lembranças cruéis.
Entrevista:
Por Boyd Hilton
O roteirista David Nicholls nos conta sobre a criação do personagem mais extremo de Benedict Cumberbatch até hoje.
Se você pensa que a versão de Sherlock Holmes do Cumberbatch era complicada, espere até você conhecer Patrick Melrose. A invenção do novelista Edward St. Aubyn, que detalha a vida infinitamente descontrolada de seu personagem autobiográfico em cinco romances extraordinários, Melrose luta contra o pai abusivo, vício em bebida e drogas e um miríade de relacionamentos disfuncionais. A ambiciosa adaptação para TV é feita pelo novelista de sucesso David Nicholls (Um Dia). Aqui ele nos conta com exclusividade como ele altercou o projeto frenético…
-Como foi adaptar esses livros e capturar a natureza desse personagem incrivelmente complexo e de tudo pelo que ele passa?
Excitante, assustador. Eu sempre amei os romances – Eu li Não Importa, a base do segundo episódio, quando ele foi lançado em 1992 e pensei que ele daria um drama fantástico. A influência de Evelyn Waugh estava lá, mas também tinha um toque de Pinter naqueles filmes que ele fez com Joseph Losey, uma sensação de mal se escondendo sob a aparência de um mundo respeitável. Mas empilhe os cinco livros um em cima do outro e você terá 900 páginas de prosa, páginas e mais páginas de diálogo brilhante, muitos personagens com nome, eventos cobrindo mais de 40 anos de uma história familiar complicada – foi tudo bem intenso, e eu não acho que eu tenha trabalhado tão duro num projeto antes.
-O quão fiel ao material você se manteve?
Nós queríamos nos manter fieis a romances que nunca tiveram a pretensão de funcionar como uma série de TV. Patrick Melrose sempre seria diferente nesse aspecto, com cada episódio completamente diferente em estilo, ambientação e tom: uma série de cenas de uma vida, ao invés de uma série de TV convencional. Imagine propor uma série na qual o personagem principal mal aparece no segundo episódio; requer um voto de confiança. Mas eu também amei o desafio e me imergir naquele mundo, que é tão diferente da minha experiência e do que eu costumo escrever. E o que o manteve excitante foi esse personagem central extraordinariamente rico – feroz e cruel às vezes, e então vulnerável e simpático em outros, mas sempre brilhantemente espirituoso e autoconsciente. Eu acho que o Patrick Melrose é um dos grandes personagens da literatura recente – sua mãe e seu pai também, não consigo pensar num pai mais monstruoso do que David Melrose – e isso tem sido excitante.
-Você usou muito do diálogo dos livros?
Para a maior parte da série, sim. Edward St. Aubyn tem esse maravilhoso estilo de prosa, mas seu diálogo também é esplêndido e eu o utilizei onde consegui. Mas uma boa parte do melhor material está na mente do Patrick, sem nenhum motivo plausível para ele falar em voz alta, e isso pode ser frustrante – todas as aquelas falas ótimas e piadas brilhantes, todas em sua cabeça. Inevitavelmente, também há cenas em que nós tivemos que acrescentar, vezes em que eu tive que escrever um diálogo no estilo do de Edward St. Aubyn, e isso é sempre inquietante. Eu espero que não seja possível ver essa junção. Certamente há muito diálogo fantasticamente cortante, especialmente do Nicholas Pratt, o padrinho cruelmente esnobe (interpretado brilhantemente por Pip Torrens).
-Como é ver o Benedict dar vida ao seu roteiro?
Desde o começo, nós achamos difícil pensar em outra pessoa a não ser o Benedict nesse papel. Não é coincidência ele ter interpretado Hamlet; os personagens compartilham um pouco da mesma qualidade mercurial e maníaca, da mesma sagacidade e capacidade para crueldade. Ambos cambaleiam no precipício da insanidade. Patrick Melrose é parte da grande tradição televisiva de protagonistas profundamente imperfeitos; um viciado, um esnobe, ele pode ser cruel, egoísta e monstruosamente irresponsável, e Benedict não coloca freios nisso – não é uma atuação por vaidade, e em nenhum momentos nós chegamos a pensar em diminuir sua intensidade. Mesmo com toda essa destruição maníaca, ele é charmoso e cativante e vítima da crueldade mais horrenda, e há sempre a esperança de que ele encontrará um caminho para fora dessa armadilha. Eu tenho ciência de que não sou inteiramente objetivo, mas eu acho que é uma performance formidável, corajosa, louca, e completamente dedicada. Essa é sempre a melhor parte do trabalho para mim como escritor – Benedict, Hugo Weaving, Jennifer Jason Leigh; eles são atores fantásticos, completamente dedicados ao seus papéis.
Fonte: entrevista traduzida por Benedict Cumberbatch
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