[Resenha] A Mulher Entre Nós
Sinopse: Aos 37 anos, a recém-divorciada Vanessa está no fundo do poço. Deprimida, morando no apartamento de sua tia, ela não tem filhos, dinheiro ou amigos verdadeiros. Ao descobrir que Richard, seu rico e carismático ex-marido, está prestes a se casar de novo, algo dentro de Vanessa se quebra. A partir de agora, sua vida irá revolver em torno de uma única obsessão: impedir esse matrimônio. Custe o que custar.
Na superfície, Nellie se parece com qualquer outra jovem bela e sonhadora que veio para Manhattan começar sua tão sonhada vida adulta. Mas a personalidade tranquila que ostenta é apenas uma fachada. Em sua mente, perdura um segredo que a fez fugir de sua cidade natal e que a impede de caminhar em paz quando está sozinha.
Ao conhecer Richard – bem-sucedido, protetor, o homem dos sonhos – ela finalmente começa a sentir-se segura. Ele promete protegê-la de todos os males, para o resto de sua vida. Mas, de repente, ela começa a receber ligações misteriosas. Fotografias em seu quarto são movidas de lugar. O lenço que ela planejava usar em seu casamento desaparece. Alguém está perseguindo-a, alguém quer o seu mal. Mas quem?
O que eu achei?
“A Mulher Entre Nós”, livro
escrito por Greer Hendricks e Sarah Pekkanen, tem como missão fazer
a sua mente de boba e acabar com as suas convicções enquanto lê.
A trama segue um jogo de aparências,
com duas mulheres, a futura esposa e a ex mulher, que tem em comum um
homem muito bem sucedido: Richard. Este é o ponto central da
história, ao qual todos os pontos convergem, mas há um mundo de
coisas que completam o suspense, o que torna escrever essa resenha um
exercício extremamente complicado.
O livro é dividido em três partes,
mas não há muitas quebras de tempo. O que acontece é uma divisão
em relatos de um passado e um presente, que logo após um tempo
revelam planos para um futuro. Como posso dizer sem entregar a
história? O livro nos leva numa passeio entre passado e presente de
forma a nos mostrar as possíveis causas e efeitos daquele casamento.
As personagens se apresentam em
extremos psicológicos e emocionais. Ou são extremamente
responsáveis e controladas, ou são traumatizadas até o osso,
assombradas por um passado que vamos descobrindo aos poucos. E quando
digo aos poucos, quero dizer quase por migalhes, uma vez que a
história nós é contada ao gosto das autoras, que criaram muito bem
o conceito de resgatar o passado em memórias que brotam do nada, em
meio a uma situação corriqueira. São lembranças quase que
fragmentadas que vão se clareando com o decorrer da história.
O suspense vem de várias direções.
Tanto por conta da tensão e dos momentos claustrofóbicos
vivenciados por uma das protagonistas, quanto pelos segredos que ela
teme revelar – ou, aparentemente aceitar, além de traumas ainda
mais antigos que volta e meia ressurgem para assombra-la. Há também
um jogo de identidades nessa história, já que nada é o que parece,
há a possibilidade de ninguém ser quem diz. Supor algo enquanto se
lê este livro é como tirar uma foto com os olhos fechados – ou
algo do tipo.
A história segue interessante e até
instigante por um tempo, mas se torna linear, não conseguindo criar
muita tensão. Algumas revelações nos pegam de surpresa, e com
muita força, mas são momentos que por vezes passam rápidos demais.
Por um lado isso é interessante, visto que é um dos aspectos que
mais achei interessante na construção da história – que é a
manipulação, onde um é subjugado e oprimido. O medo é um elemento
também muito importante, pois ele dita o andar de uma das
protagonistas, e nos situa no cotidiano dela – sério, é muito
difícil falar disso sem spoiler.
O que eu posso dizer que há de bom
nesse livro é como é abordado o tema das aparência em um
casamento. Porque, basicamente, é nisso que a história se vale. O
que se esconde por trás das aparências de um casal lindo e um
casamento perfeito; o que uma vida bem sucedida, sem escassez de nada
tem de mais obscuro para esconder. As personalidades são bem criadas
até certo ponto, mas nem tudo são flores.
A história, como disse, é um pouco
linear, com poucos momentos de grande tensão – que logo passam.
Aos diálogos, falta uma profundidade emocional e um certo desespero
que seriam necessários em algumas cenas, e a atmosfera de suspense
as vezes se perde, deixando a história monótona e falhando ao
tentar reerguer a tensão outra vez.
No geral, é um livro interessante de
se ler pela história e pelos jogos entre as personagens, mas como um
todo, me pareceu um pouco fraco e forçado em alguns momentos.
Booktrailer
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