[Crítica] Coração de Cowboy
Quando acaba sua inspiração para compor músicas de sucesso, um cantor de sertanejo universitário decide dar um tempo na carreira para regressar a sua cidade natal no interior, aonde pretende se reconectar com suas raízes e compor músicas que realmente valham a pena serem cantadas.
O que eu achei?
Assistir a filme brasileiro é sempre diferente. Primeiro porque vou com a esperança de ver como anda a evolução do cinema nacional. Entretanto, também vou com certo receio de me frustrar. No caso de “Coração de Cowboy”, saí do cinema feliz por ter assistido a um bom filme brasileiro (mesmo eu não sendo fã de sertanejo, muito menos de sertanejo universitário).
No início do filme, achei que me frustraria. A cena das crianças cantando no bar ficou um pouco ruim. O playback ficou mal feito e as vozes estranhas. Mas depois que o tempo passa no filme (os personagens deixam de ser crianças), o filme melhora.
A base da trama é simples: um músico apesar de bem sucedido está infeliz e sente falta das suas raízes. Então resolve voltar ao lugar onde sua vida começou. Apesar de simples, a história tem detalhes interessantes. Quando criança, Lucca (Gabriel Sater) tinha um trio sertanejo, com seu irmão e sua amiga Marcelle (Thaís Pacholek). Após um desentendimento dos dois, o irmão de Lucca sofre um acidente de carro e morre. Como seu pai o culpa pelo falecimento, o garoto resolve fugir para a cidade grande e tentar a carreira como cantor e se torna um fenômeno nacional de sertanejo universitário. A empresária Iolanda (Françoise Forton) toma decisões que são mais voltadas para o retorno financeiro do que para as vontades do músico. Assim, Lucca resolve voltar ao bar onde tocava com seu irmão e sua amiga. A partir daí ele começa a encarar sua vida de modo diferente.
“Coração de Cowboy” mostra o paradoxo vivido por músicos: criar músicas para conquistar um determinado tipo de público ou criar músicas com o coração e deixar que o público se forme por aquilo que você faz? (E esse paradoxo é análogo para diversas carreiras. Vale a pena a reflexão!)
Outro ponto interessante do longa é a lição de que não se deve deixar que alguém molde por você o seu caminho na vida. A vida é sua! Faça o que tem vontade, o que tem paixão! E não desista! Siga mais o seu coração do que sua cabeça!
Um ponto negativo do filme é que achei longo demais. Duas horas de duração acabam cansando o espectador. Acho que uns quinze minutos a menos fariam uma grande diferença. Além disso, não gostei do filme terminar cortando um música.
Um grande destaque do filme é a bela atuação dos personagens. Gabriel Sater, que já havia participado como ator na novela “Meu Pedacinho de Chão”, fez sua estreia no cinema de forma brilhante. Além de ter talento para a música, também demonstra talento para atuar. Um grande artista! Thaila Ayala atua de forma incrível, fazendo par romântico com o protagonista. Uma atuação muito (muito mesmo) melhor do que no filme “Pica-Pau: O Filme”! Uma surpresa de boa atuação é Maurício Manieri (que também é cantor). Françoise Forton e Jackson Antunes completam a lista das grandes atuações no filme. A escolha do elenco do filme foi excelente! Aplausos para o diretor Gui Pereira.
É claro que não poderia faltar aqui um destaque especial para a trilha sonora do filme. E também a participação de músicos famosos.
Apesar dos pontos negativos, o filme é bom e vale a pena assistir, principalmente pra quem gosta de sertanejo.
Data de estreia no Brasil: 27 de setembro de 2018.
Trailer:
Escrito por Victor Monteiro
Nossa só de ver esse cartaz do filme me lembrou muito Para Sempre Minha Garota, que eu amei, sinceramente, não acho que é um filme que eu iria no cinema para assistir, mas quando lançar no Telecine (se lançar) vou assistir. Não sei se você já assistiu um filme nacional chamado Dois Coelhos é muito bom super recomendo.
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