[Crítica] O Mistério Do Relógio Na Parede
Sinopse: Lewis (Owen Vaccaro), de apenas 10 anos, acaba de perder os pais e vai morar em Michigan com o tio Jonathan Barnavelt (Jack Black). O que o jovem não tem ideia é que seu tio e a vizinha da casa ao lado, Sra. Zimmerman (Cate Blanchett), são, na verdade, feiticeiros.
O que eu achei?
“O Mistério Do Relógio Na Parede”
é uma fantasia com tons de dark fantasy infanto-juvenil inspirada no
romance gótico de mesmo nome, do autor John Bellairs. O filme tem um
ar bastante nostálgico, e remete muito as grandes fantasias dos anos
90, tanto pela ambientação quanto pela produção.
A história se passa alguns anos depois
do fim da Segunda Guerra Mundial - o que dá algum peso emocional para a história, além do de Lewis -, quando o jovem Lewis se muda para a
casa de seu excêntrico tio Jonathan, após a morte de seus pais, sem
nem desconfiar que sue tio e a vizinha, Sra. Zimmerman, são bruxos
em busca de um relógio do antigo amigo de Honathan, o bruxo Isaaz
Izard, que após a guerra se entregou a magia proibida e escondeu um relógio na casa de Jonathan, que toda noite badala e fica tique taqueando pelas paredes da casa.
O filme traz de volta a magia dos
filmes clássicos de fantasia, unido a uma produção de arte
lindíssima, capaz de agradar tanto ao público infantil quanto ao
adulto. O elenco do filme está excelente, e não há um ponto
negativo a se indicar nas escolhas e nem nas atuações. As crianças
são carismáticas e comunicam-se muito bem com a proposta
infanto-juvenil do filme, e são peça importantíssima para o desenrolar da história.
Os adultos são divertidos, dão o
contrapeso de uma 'quase' maturidade ao filme, mas devo acrescentar
que Jack Black e Cate Blanchett estão fantásticos nesse filmes.
Black, que não é um dos meus atores favoritos – apesar de gostar
de alguns filmes dele – chegou sem seus habituais exageros e
maneirismos, se equilibrando num sarcasmo adulto e divertidíssimo
com uma faceta de Blanchett que eu ainda não tinha visto sendo
trabalhada nos filmes – mesmo sabendo que ela é uma pessoa mega
engraçada, basta ver suas entrevistas. Esse casal platônico no
filme funcionou perfeitamente, e é riso certo!
A magia desse filme também foi muito
bem aproveitada, utilizando de referencias culturais e teológicas de
línguas e símbolos, incluindo as Cristãs, e não como algo
intrínseco, genético, mas como uma habilidade adquirida. Há uma
mensagem muito interessante, e talvez até um pouco comum e clichê
nos filmes com órfãos, mas que de certa forma funcionou bem no
mundo lúdico desse longa, tanto do ponto comportamental da criança
quanto para a magia: a sua 'estranheza' é o que te torna único e te
dá força; é o que te diferencia.
Os vilões têm a sua missão, que é
bastante original, mas apesar deles serem um pouco atraentes – no
quesito de carisma -, talvez tenham sido pouco aproveitados, o
mistério e a manipulação que eles fazem acabou se tornando um
pouco obvia uma vez que você entende o caminho que o filme tá
seguindo, e o que o mistério ao redor do qual a narrativa segue
pretende.
O final, para mim, foi um tanto quanto
preguiçoso e rápido demais – apesar de compreensível dentro da
narrativa tanto fantástica quanto dramática do filme, mas eu
esperava um pouco mais de complexidade. Contudo, o longa não deixa
de ser divertido, encantador; um filme bastante moderno que evoca
elementos clássicos capaz de entreter toda a família.
Trailer:
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