[News] Festival Multiplicidade começa no Rio de Janeiro com o tema Espaços Utópicos
O FESTIVAL MULTIPLICIDADE chega à sua 14ª edição no dia 17 de
setembro com o tema “ESPAÇOS UTÓPICOS”. Este ano o MULTIPLICIDADE vai ser
realizado na área externa, no térreo e na Galeria 1 do Centro Cultural Oi
Futuro, e fica até o dia 18 de novembro. O IAB, ao lado do Centro Cultural Oi
Futuro, também vai receber parte da obra Tape, por um mês, criando um circuito
artístico entre os dois prédios vizinhos. Com curadoria de Batman Zavareze, o
evento une imagem e música atravessadas por tecnologias e, segundo Zavareze,
"aponta para campos imaginários e poéticos que surgem como únicas saídas
possíveis para existir e resistir em tempos tão nebulosos". O
MULTIPLICIDADE 2018 apresenta obras que aspiram a um lugar melhor do que o aqui
e agora. E que, ao mesmo tempo, causam uma provocação sobre as contradições e
limitações que movem a vontade de escapar de um tempo distópico.
Com este recorte curatorial, o MULTIPLICIDADE trabalhará os
conceitos fundamentais de RESISTIR e EXISTIR como única SAÍDA [EXIT] possível.
A força e a visualidade destas palavras são o catalisador de todo o processo
artístico que atravessa a temporada 2018. Ao longo de dois meses, passarão pelo
festival obras que dialogam, são investigadas ou movidas de alguma forma pela UTOPIA.
Os artistas selecionados flertam com ela e abordam o deslocamento do olhar em
suas propostas.
Artistas como o coletivo europeu NUMEN, o compositor e cineasta
americano Phill Niblock, o artista visual uruguaio Fernando Velázquez e o
carioca Pedro Varella compõem a programação da exposição que ocupará o Centro
Cultural Oi Futuro com impressões em gigantografia, realidade virtual, uma
colossal instalação penetrável, filmes e performances, sempre provocando experiências
inusitadas e imersivas.
A cada ano o MULTIPLICIDADE investe no diálogo entre som e
imagem através do cruzamento de tecnologias hi-tech e low-tech. Com uma
programação internacional, passado e futuro se entrelaçam em linguagens
artísticas híbridas, avançadas, investigativas e transversais.
O FESTIVAL MULTIPLICIDADE tem patrocínio do Ministério da
Cultura e da Oi e apoio do Centro Cultural Oi Futuro.
PROGRAMAÇÃO 2018
Tape, uma obra site specific monumental e penetrável do coletivo
NUMEN, baseado em Berlim, fica em cartaz na Galeria 1, no térreo e na área
externa do Centro Cultural Oi Futuro e no prédio do IAB (Instituto de
Arquitetos do Brasil - RJ). Esta instalação já passou pelas principais capitais
do mundo e é feita inteiramente de fita adesiva. O interior da escultura é
maleável, elástico e dobrável, no entanto a forma em si é estaticamente
perfeita, idealmente ela segue as trajetórias das forças, sendo literalmente
definida por elas. No momento que o público entra na instalação, a escultura se
transforma em arquitetura.
Tape propõe ao espectador que explore e vivencie o inabitável.
Com Tape, o NUMEN aponta para novas formas de existir, ocupar e ressignificar
os espaços.
Para o artista Cristoph Katzler, do coletivo NUMEN: “Grande
parte das pessoas fica curiosa quando vê nossas instalações, quer entrar nelas.
[...] Os visitantes começam a se divertir juntos de uma forma muito
comunicativa, embora muitas vezes eles nem se conheçam. Isso é muito legal!
Gostamos de ver a interação do público com a obra. Talvez seja como se estivessem
num outro mundo e as regras não se aplicassem mais por um momento”.
O mestre da arte sonora Phill Niblock se apresentou na abertura
do festival com a performance intermedia “Environments Series". O artista
da vanguarda nova-iorquina, que conviveu com nomes como John Cage e Elaine
Summers, conjugou som e imagem em movimento – como as de sua obra prima, The
Movement of People Working, um projeto monumental filmado entre 1973 e 1991 em
diversos países do mundo. A obra foi projetada sobre três telas simultaneamente,
criando uma experiência imersiva única para o público, com uma trilha composta
pelo próprio Niblock. Para esta noite de abertura especial, o artista convidou
o músico Livio Tragtenberg, que se juntou a ele nesta performance. Além deste
filme, o festival vai exibir também “The Magic Sun” (1968), com trilha do
músico de jazz Sun Ra e “Max” (1967), com trilha de Max Neuhaus.
Quando fala sobre suas performances intermedia, Phill ressalta a
importância do tempo estendido: "é sobre se perder no tempo, não ter como
mensurá-lo, não há link conceitual entre o que está no filme e o que está na
música. É isso que é interessante". O octogenário Niblock é um dos raros
artistas de sua geração que permanece ativo como presença notável no mundo da
nova música e do cinema experimental.
Abrindo para Niblock, a artista sonora brasileira Sanannda
Acácia, de Curitiba, apresentou a performance “Aproximação por Quasicrystal”.
Com esta obra, Sanannda criou densidades ficcionais que se propagam pelo som. A
obra é uma estrutura cristalina que não possui célula unitária e nem padrão de
repetição periódico em seu esqueleto, algo dado por muito tempo como impossível
nos sólidos. Sannanda completa: “Eu me inspirei na não-periodicidade dos
cristais. Aplico simbologias nos meus parâmetros para fazer a música na mixagem
e nas gravações. Através dessas simbologias eu consigo criar uma atmosfera que
faz referência aos cristais não-periódicos, que foi uma descoberta sobre a
morfologia da matéria”.
Fernando Velázquez, artista uruguaio radicado em São Paulo,
apresentou “Iceberg”, uma obra de realidade virtual que tem a sua imagem
principal exposta em proporções monumentais no Grande Campo. “Iceberg” transpõe
o espectador para um mundo virtual e paralelo refletindo de forma alegórica
sobre um bloco de gelo cuja maior parte é invisível aos olhos. Segundo o
artista, trata-se “de aguçar o faro à procura do lado oculto de coisas e
fenômenos como uma estratégia substancial para a nossa sobrevivência e
expansão”. A obra é uma reflexão “sobre o tempo histórico em que vivemos, época
pautada pelo embate crítico do homem com a tecnologia”.
Pedro Varella, jovem artista e arquiteto da Gru.a, ocupa a
vitrine Tech_Nô, explorando o deslocamento provocado pelos espaços utópicos
numa obra inédita desenvolvida especialmente para o MULTIPLICIDADE 2018. Suas
intervenções abordam o espaço urbano através de um viés poético, sempre
pautadas por explorar um novo ponto de vista, que mira numa outra
temporalidade, ressignificando a percepção sobre o que se vê e onde se está. “O
propósito é esse, oferecer ao público a oportunidade de ‘estar’ de uma maneira
totalmente diferente das experiências que as pessoas já puderam ter”. Em 2015,
Pedro foi vencedor do prêmio de arquitetura do Instituto Tomie Othake Akzonobel
com o projeto “Cota 10”
PROGRAMAÇÃO MULTIPLICIDADE
GRANDE CAMPO
>> Fernando Velázquez - Iceberg (URU)
PAINEL TECH_NÔ
>> Pedro Varella (BRA-RJ)
PÁTIO EXTERNO + TERREO + GALERIA NÍVEL 1
>> Numen – Tape. (ALE/ CRO)
TEATRO - Dia 17 de setembro
>> 19h30 abertura: Aproximação por Quasicrystal - Sanannda Acácia (BRA-RJ) (45min)
>> 20h30 Environments Series - Phill Niblock (EUA) (102
min)
SERVIÇO:
MULTIPLICIDADE 2018 – ESPAÇOS UTÓPICOS
EXPOSIÇÃO:
Centro Cultural Oi Futuro – Rio de Janeiro
De 17 de setembro a 18 de novembro de 2018
Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo
De 11h às 20h, de terça a domingo
IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil - RJ)
De 17 de setembro a 18 de outubro de 2018
Rua do Pinheiro, 10 - Flamengo
De 11h às 20h, de terça a domingo
Valor: Gratuito
Classificação etária: Livre
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