[Crítica] José - 42ª Mostra Internacional

Sinopse:
José (Enrique Salanic) é um menino de 19 anos que vive com sua mãe em uma típica casa de classe baixa na Cidade da Guatemala. Passando seus dias no trânsito em ônibus lotados, vendendo comida para motoristas e arranjando sexo com estranhos por aplicativos de celular, ele está resignado ao estado da sua vida. Porém, quando conhece Luis (Manolo Herrera), um imigrante da costa do Caribe, ele se envolve em um romance que o leva a refletir sobre a vida de maneiras até então inimagináveis.

O que eu achei?

José nunca teve muita chance de se tornar mais do que é, numa vida sem perspectivas, preso à família pela necessidade dos laços, ele sente que lhe falta algo. é um rapaz simples, que leva uma vida dura, dividido entre o trabalho, seus amores e a sua mãe. Nada é fácil em um dos países mais pobres do mundo, onde pouco se tem e pouco acontece... Tem vários encontros amorosos, que no fim acabam sendo apenas sexo. Quando se apaixona por Luis, começa a enxergar as coisas de forma diferente. Luis o convida a se mudar, largar tudo para trás em busca de uma nova vida, juntos, em outro país. O único rapaz que lhe despertou amor, carinho, quer que ele abandone sua vida, a família, para ir embora com ele... Mas para José, isso não é uma possibilidade. Sem ele, o que seria da vida de sua mãe? 
Resignado em seu mundinho restrito ele repensa a vida... será que não existe nada melhor? Nada mais?

Sem dúvida é uma visão privilegiada da pobreza e falta de perspectiva de uma vida simples, sem grandes prazeres, presa à rotina de acordar, ir ao trabalho em ônibus lotados, trabalhar o dia todo, retornar para dormir e começar tudo de novo...

Será que a vida é só isso? É errado almejar mais?

O filme em si é um pouco arrastado. Suas cenas longas deixam algum hiatos entre si, que temos que preencher por nós mesmos, o que o torna um pouco cansativo. 

Talvez essa seja de fato a intenção, deixá-lo bem cru, como a realidade de José e sua família. Não há como deixar de perceber o vazio que a falta de perspectiva provoca nas pessoas. 

Não há cenas "emocionantes", surpresas, reviravoltas, tudo aquilo à que estamos acostumados na maior parte dos filmes norte americanos e europeus, é apenas a vida, passando, preenchendo os momentos, na sua rotina, passo a passo, indefinidamente...

Trailer:


Escrito por Ana Margareth

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