[Crítica Musical] Nasce Uma Estrela: Trilha-Sonora
Bem eu já falei um pouco sobre a trilha-sonora de “Nasce Um Estrela” aqui no Reino, na época do
lançamento do filme, mas hoje vamos voltar nesse assunto e nos
aprofundar um pouco mais nesse projeto incrível.
O filme “Nasce Uma Estrela” é um
remake, o quarto já produzido, que nas versões anteriores contou
com Judy Gallard e Barbra Straissand nos papeis principais das
versões anteriores. Contudo, a trilha-sonora desse filme atual é
completamente original, ou seja, criada única e exclusivamente para
esse filme.
O filme como um todo traz inúmeras
referencias a clássicos dramas musicais, e até mesmo as versão
antigas de “Nasce Uma Estrela”, como fica claro quando Gaga canta
sua primeira faixa no início do filme, durante pequenos 42 segundos.
A faixa? “Somewhere Over The Rainbow”, imortalizada pela
atriz Judy Garland em “O Mágico de Oz” em 1939 – atriz esta
que esteve na versão de 1954 desse mesmo filme.
As composições conseguem manter o
estilo clássico dos musicais, mas ainda assim terem aspectos de
músicas comerciais: fazem parte da história, contam parte da
história, mas ainda assim são produzidas com tanto cuidado que
podem se passar por músicas regulares, e não de um filme. Longe de
serem um dialogo entre personagens de forma cantada – algo que me
incomoda muito em musicais -, os músicas são músicas, e ponto! São
parte do processo evolutivo tanto da história quanto dos
personagens.
Elas são divididas basicamente em três
gêneros: country, rock e pop, sendo os dois
primeiros majoritariamente de Cooper, com participações de Gaga
aqui e ali, como na destruidora “Shallow”, primeiro single
lançado. Gaga, apesar de estar presente em algumas faixas dividindo
os vocais com Cooper, do meio ao fim tem suas próprias canções,
compostas ou co-escrita por ela mesmo, que pendem mais para o pop
comercial e baldas românticas.
É preciso ressaltar, explicitar, expor
e aclamar a performance de Bradley Cooper como cantor. Sua presença
de palco e sua voz foram algumas das maiores surpresas para mim no
filme. Seu timbre remete aos mais clássicos cantores de rock,
principalmente do progressivo e do grunge – a termos de
comparação, me remeteu muito a Eddie Vader – fato que, em
entrevista recente, ele assumiu ter se inspirado. O álbum já se
inicia com uma das faixas mais pesadas de Cooper, “Black Eyes”,
que remete muito ao hard rock com guitarras marcantes. Faixas como
“Maybe It's Time”, “Out of Time” e “Diggin'
My Grave” já seguem mais para um country rock, esta
última contando coms os vocais de Gaga.
Já Gaga mostrou toda a sua capacidade
vocal, despida de sua persona artística, se mostrando mais humana e
vulnerável – algo que chegou a transcender sua personagem, como em
“Shallow” e “I'll Never Love Again”. Sua voz
rasgada e potente é explorada ao máximo, e temos mais ainda do seu
tom grave. Acredito que seja impossível, mesmo para quem não é fã
de Gaga como cantora pop – como este que vos escreve – não se
sentir impactado pelas performances dela. A entrega emocional dela em
cada faixa, principalmente antes de entrar na pegada pop, são
simplesmente perfeitas e emocionantes, e com direito a uma versão de
“La Vie En Rose”, de Piaf, de tirar o folego.
Agora, apesar de serem produções
muito boas, e sonoramente viciantes, as letras de algumas faixas não
foram assim tão impactantes para mim. É certo que elas foram
compostas para se encaixarem na história do filme e serem parte do
mesmo, mas ainda assim me pareceu que algumas faixas foram escritas
de forma muito simplória. Isso de forma alguma desmerece as canções,
mas para mim isso deixou a emoção de algumas cenas um pouco rasa
demais. Nas faixas pop, como “Heal Me” e “Why Did You Do That?”
cumprem perfeitamente com o seu papel, mas – e serei muito julgado
por isso -, apesar de achar a faixa “I'll Never Love Again”
sonoramente linda, liricamente é simples, igual a tantas outras
faixas já compostas – mas repito, se encaixa na história, e é
para isso que ela existe.
Com exceção de duas faixas, todo o
resto da trilha-sonora lançada é original, composta com o auxilio
de Lukas Nelson, filho do cantor country Willie Nelson, a
pedido do próprio Bradley Cooper. Nelson também trabalhou com Gaga
na composição das faixas, além do DJ White Shadow.
A trilha-sonora foi lançada em duas
versões: uma versão conta com 34 faixas, sendo 19 musicais e 15
recortes de diálogos presentes no filme. A outra versão conta
somente com as faixas musicais – o que torna o álbum bem mais
curto.
“Nasce Uma Estrela” foi uma
sequencia ininterrupta de surpresas, tanto de música quanto de
atuação, e a produção dessa trilha-sonora é uma das melhores que
já ouvi em muito, muito tempo. Ela é capaz de transcender o filme e
existir por si só, como um álbum nascido de um artista.
Tracklist (com diálogos):
- Intro
- Black Eyes
- Somewhere Over The Rainbow (Dialogue)
- Fabulous French (Dialogue)
- La Vie en Rose
- I'll Wait For You (Dialogue)
- Maybe It's Time
- Parking Lot (Dialogue)
- Out of Time
- Alibi
- Trust Me (Dialogue)
- Shallow
- Fisrt Stop, Arizona (Dialogue)
- Music To My Eyes
- Diggin' My Grave
- I Love You (Dialogue)
- Always Remember Us This Way
- Unbelievable (Dialogue)
- How Do You Hear It? (Dialogue)
- Look What I Found
- Memphis (Dialogue)
- Heal Me
- I Don't Know What Lve Is
- Vows (Dialogue)
- Is That Alright?
- SNL (Dialogue)
- Why Did You Do That?
- Hair Body Face
- Scene 98 (Dialogue)
- Before I Cry
- Too Far Gone
- Twelve Notes (Dialogue)
- I'll Never Love Again (Film Version)
- I'll Never Love Again (Extended Version)
Tracklist (sem diálogos):
- Black Eyes
- Somewhere Over The Rainbow
- La Vie en Rose
- Maybe It's Time
- Out of Time
- Alibi
- Shallow (radio edit)
- Music To My Eyes
- Diggin' My Grave
- Always Remember Us This Way
- Look What I Found
- Heal Me
- I Don't Know What Love Is
- Is That Alright?
- Why Did You Do That?
- Hair Body Face
- Before I Cry
- Too Far Gone
- I'll Never Love Again (Film Version)
- I'll Never Love Again (Extended Version)
Lady Gaga, Bradley Cooper - Shallow (A Star Is Born)
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