[News] Instituto Olga Rabinovich anuncia roteiristas vencedores das três primeiras bolsas
O Instituto Olga Rabinovich, primeiro instituto filantrópico de
apoio ao audiovisual no Brasil, anuncia os roteiristas vencedores das três
primeiras bolsas do Programa de Apoio ao Roteiro e Desenvolvimento de Projetos
Audiovisuais, idealizado pela instituição.
A roteirista Índigo, do projeto “Um Pinguim Tupiniquim”, foi
selecionada por uma comissão independente entre os 20 projetos integrantes do I
Encontro de Negócios do Mercado de Ideias Audiovisuais, uma realização da 42ª
Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em parceria com a Secretaria
Municipal de Cultura de São Paulo, a Spcine e o Cinema do Brasil – SIAESP.
Enquanto Jaqueline M. Souza, responsável pelo projeto “Incubo”, foi escolhida
pelo Laboratório Novas Histórias - Programa Sesc e Senac de Desenvolvimento de
Roteiros. Ambos foram anunciados durante o evento de premiação, na 42ª Mostra
Internacional de Cinema em São Paulo, no sábado 27.10. O terceiro trabalho já
contemplado com a bolsa é “Sião”, de Bruno Ribeiro, ganhador do Prêmio
Aquisição Vitrine Filmes da 8ª edição do laboratório BrLab de desenvolvimento
de projetos audiovisuais.
“Este é o primeiro projeto do Instituto, que lançamos ao lado de
importantes parceiros. Identificamos a partir de amplo diagnóstico feito com os
com profissionais do setor que faltava investimento no roteiro e qualificação
do tempo criativo. Decidimos apostar em talentos, providenciando, além da
bolsa, mentorias com profissionais reconhecidos no mercado, com o objetivo de
levar os projetos ao seu maior potencial, rumo à criação de grandes histórias e
engajamento do público espectador”, afirma Joséphine Bourgois, diretora
executiva da Instituição.
Os roteiristas vão receber uma bolsa de R$ 30 mil, pelo período
de seis meses, assim como mentorias: a cineasta Anna Muylaert é a primeira
consultora confirmada do projeto. Até dezembro, o Programa de Apoio ao Roteiro
e Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais ainda vai premiar outro
profissional, escolhido pelo Cena 15 (Centro de Narrativas Audiovisuais do
Porto Iracema das Artes), laboratório criado pelos cineastas Sergio Machado,
Karim Ainouz e Marcelo Gomes no Ceará.
O lançamento formal do Instituto será em janeiro de 2019, quando
anunciará a gama completa de projetos que pretende apoiar.
Por meio da doação de bolsas, financiamento de projetos e
parcerias com instituições de excelência, o Instituto Olga Rabinovich nasce
para ser um agente catalisador da excelência do audiovisual brasileiro. Vai
atuar na formação e capacitação de profissionais, no apoio a roteiro e desenvolvimento
de projetos, e ainda na reflexão sobre como essas histórias podem chegar ao
grande público. Mobilizará atores
diversificados em torno de soluções desenhadas e operadas em parceria com eles.
Para chegar ao modelo foram realizadas 86 conversas com profissionais do meio,
a partir das quais foi traçado um diagnóstico do setor que viria a embasar as
estratégias de atuação da instituição.
Os projetos e realizadores premiados:
“Um Pinguim Tupiniquim”, de Índigo
Um pinguim atípico, cansado do estilo de vida do Polo Sul, foge
de casa e acaba numa fazenda no Brasil, onde se apaixona por uma galinha
d’angola feminista. Tentando se encaixar, esse estrangeiro traz o caos à
estrutura social da fazenda, formada por artistas humanos e galinhas tradicionalistas.
Índigo é escritora, jornalista e roteirista. É autora de mais de
20 livros para crianças e adolescentes. Foi vencedora do prêmio Literatura Para
Todos, do Ministério da Educação, na categoria Contos com o livro “Cobras em
compota”, que teve tiragem de 300 mil exemplares. A escrita de Índigo é
caracterizada pelo humor afiado e de temática inusitada. Como roteirista,
Índigo já desenvolveu duas séries de animação, uma de live-action, e dois
longas-metragens, todos inspiradas em suas obras literárias.
“Incubo”, de Jaqueline M. Souza
Junho, 1917. Alzira é uma mulher negra que acaba de se mudar
para os arredores de Curitiba junto com sua família. Em um primeiro momento,
ela é simplesmente ignorada pelos moradores, mas após ser vista matando uma
galinha preta, fofocas começam a circular sobre Alzira. Quando ela é atacada no
meio da noite por um ser inimaginável, a notícia se espalha e as diferenças
começam a emergir, transformando Alzira em uma bruxa em potencial, responsável
por atrair todos os males do mundo para a nova comunidade.
Jaqueline M. Souza é formada em Cinema pela Faculdade de Artes
do Paraná e atua como produtora, oficineira e roteirista. Roteirizou produções
variadas, destacando-se a animação “Julieta de Bicicleta” de 2012, selecionada
em diversos festivais de cinema nacionais e internacionais, indicada ao Prêmio
Brasil de Cinema Infantil, ao Prix Jeunesse Ibero Americano (ComKids) e
ganhadora do Prêmio de Público no Festival Divercine, no Uruguai. Contribuiu
com textos, curadoria ou mediações para mostras como Trilogia Flamenca, Ciclo
Vicent Price, Tati por Inteiro, Mostra de Cinema Contemporâneo realizadas pelo
Sesc Paraná. Em 2015, fundou a Tertúlia Narrativa, espaço colaborativo de
estudos, criação e aprimoramento de roteiros cinematográficos, do qual é
roteirista e editora-chefe. Foi membro do comitê de seleção do Cabíria – Prêmio
de Roteiro em sua primeira e segunda edição e membro do Juri Oficial do
Concurso de Longa-metragem do FRAPA (Festival de Roteiro Audiovisual de Porto
Alegre) em 2017.
“Sião”, de Bruno Ribeiro
Felipe, negro e brasileiro, mora com sua mãe em Portugal. Maria
trabalha à noite em casas noturnas, enquanto Felipe passa as madrugadas
sozinho. Na escola católica, ele é alvo de insultos racistas e xenófobos. Maria
se esforça para se aproximar de Felipe, mas a chegada de Henrikh, um jovem
armênio, desestabiliza a relação entre mãe e filho e faz surgir uma nova entre
ele e Felipe.
Bruno Ribeiro cursa Cinema e Audiovisual na Universidade Federal
Fluminense. Dirigiu, montou e fez o roteiro de seu primeiro filme, “Pele suja
minha carne” (2016), que teve ampla circulação em festivais nacionais e
internacionais, e recebeu vários prêmios de Melhor Filme e Melhor Montagem.
Atualmente, o realizador se dedica à circulação do seu segundo curta-metragem,
“BR3”, uma ficção que narra pequenas fabulações de travestis e transexuais
moradoras do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. O filme também foi escrito,
dirigido e montado por ele.
Próxima bolsa do Instituto Olga Rabinovich
CENA 15
O Centro de Narrativas Audiovisuais do Porto Iracema das Artes,
o CENA 15, anunciará o projeto contemplado pelo Programa no evento de
encerramento (pitching final), que será realizado no dia 15 de dezembro de
2018.
Sobre Olga Rabinovich
Brasileira com longa atuação no voluntariado, Olga Rabinovich
fundou em 2018 o Instituto que leva seu nome, com a missão de apoiar de forma
filantrópica profissionais, instituições e projetos em dois segmentos distintos:
saúde e audiovisual.
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