[News] Espetáculo sobre feminicídio reestreia em meio à campanha internacional pelo fim da violência contra as mulheres


Uma mulher é lançada do quarto andar pelo namorado que não aceitava o fim do relacionamento. Outra leva um tiro do marido por não largar o emprego. Uma terceira, que jurava ter se casado com príncipe encantado, é espancada por ele. A namorada do dono do morro é mantida por ele em cárcere privado. Histórias reais e impactantes, dores sem cor e classe social, compõem o texto do espetáculo “Por Elas”, que, após o sucesso da primeira temporada em agosto, volta ao Rio de Janeiro, desta vez no Teatro de Arena da Caixa Cultural, entre 5 e 20 de dezembro, de terça a domingo. Em paralelo ao espetáculo, nos dias 12 e 13 de dezembro, serão realizados debates com profissionais que trabalham com a causa. A programação está em consonância com a agenda da campanha internacional “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, mobilização anual, praticada simultaneamente por diversos atores da sociedade civil e pelo poder público no enfrentamento à violência de gênero. Mundialmente, a campanha se iniciará em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, passando por 6 de dezembro, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A nova temporada mantém o objetivo primordial do espetáculo provocar a reflexão e estimular o debate sobre os direitos humanos e a equidade de gênero, cooperando para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e do feminicídio na sociedade. Originada de retalhos de histórias reais, a dramaturgia de “Por Elas”, dirigida por Sílvia Monte, com texto de sua autoria em parceria com o advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes, passeia pelo épico e pelo dramático, pelos tempos presente e passado. Cada uma das sete personagens femininas carrega histórias de outras tantas mulheres brasileiras. A figura masculina – evocada pelas lembranças das mulheres – provoca a reflexão do que o homem representa para elas dentro desse universo perverso de “amor e ódio”, “submissão e poder”, das relações entre mulheres e homens, numa sociedade patriarcal e machista.
“A questão da violência contra a mulher é um tema que não pode deixar de ser pensado na arena da dramaturgia brasileira. O teatro, ao representar os conflitos e as ambiguidades do humano, acolhe e aproxima - de forma menos cruel - as pessoas da realidade. O espetáculo se propõe a ser um espaço de comunicação, sensibilização e visibilidade para o fenômeno da violência de gênero. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar ideal para atingir mentes e corações”, defende Sílvia Monte, diretora do espetáculo e idealizadora do projeto.
O elenco é formado por Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, João Lucas e Lucas Gouvêa. Na recente temporada de “Por Elas”, realizada em agosto na Sala Multiuso do CCMJ - Centro Cultural do Poder Judiciário e Museu da Justiça, o espetáculo foi visto por um público diversificado de 1.100 pessoas em 20 sessões, provocando reflexão e levando diversas mulheres a procurarem as atrizes e a diretora para falar de casos de violência doméstica que vêm sofrendo, como assédio, exploração sexual, estupro, tortura, violência psicológica, agressões por parceiros ou familiares e perseguição.
Os estudos e pesquisas para a elaboração da peça partiram de fontes diversas: processos judiciais, teses, artigos, estatísticas, notícias veiculadas nas mídias. Em paralelo a isso, foram realizados encontros com profissionais do direito e da saúde que trabalham com mulheres vítimas de violência doméstica, e a escuta de relatos de pessoas conhecidas, colegas, amigas e familiares.
Marcada pela simplicidade de elementos, a cena proposta por Sílvia Monte está disposta em arena e ambientada apenas por bancos e praticáveis. As relações que se formam entre épico e dramático, passado e presente, homem e mulher, indivíduo e grupo, elenco e público, são demarcadas basicamente pelo desenho de cena, interpretação e luz. A cena é conduzida pelos dois vetores que sustentam a dramaturgia: de um lado, os relatos, permeados de violência; e do outro, a relação ambígua que se estabelece no grupo de mulheres, unidas na dor e na vergonha de serem maltratadas pelos seus parceiros.
A ficha artística é composta por mulheres: Luci Vilanova assina o figurino que dialoga com a economia de elementos, equaliza o grupo de mulheres e ao mesmo tempo individualiza cada uma delas nos pequenos detalhes da indumentária; Ana Luzia de Simoni é responsável pela iluminação que uniformiza, compartimenta e dramatiza a cena; Maíra Freitas cria a trilha com músicas originais inspiradas a partir de elementos sonoros das histórias dos personagens.

ELENCO
Adriana Seiffert / Elisa Pinheiro [DANIELA]

Ana Flávia [ÂNGELA]

Deborah Rocha [MÔNICA]

Gisela de Castro [SANDRA]

Letícia Vianna [MARIANA]

Renata Guida [IEDA]

Rosana Prazeres [JOSILENE]

João Lucas / Lucas Gouvêa [HOMEM]

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Sílvia Monte [Texto e Direção]

Ricardo Leite Lopes [Texto]

Ana Luzia de Simoni [Iluminação] 

Luci Vilanova [Figurino]

Maíra Freitas [Trilha Sonora Original]

Anderson Cunha [Diretor Assistente]

Monique Rosas [Assistente de Figurino]

Cris Ferreira [Operadora de Luz]

Maíra Lemos [Operadora de Som]

Nena Braga [Identidade Visual]

Marcelo Carnaval [Fotografia]

Sheila Gomes / Sara Paixão [Assessoria de Imprensa]

Grace Rial e Ramon Roque [Produção Executiva]

Natália Thiago [Agendamento de Grupos]

Direção de Produção [Anacris Monteiro]

Produção [Ouro Verde Produções]

Apoio Cultural [CCMJ – Centro Cultural do Poder Judiciário e Museu da Justiça]
Realização [CAIXA CULTURAL e POR ELAS]

SERVIÇO
TEATRO
POR ELAS, de Sílvia Monte [texto e direção] e Ricardo Leite Lopes [texto].  Um grupo de mulheres desconhecidas entre si que, em comum, têm a violência na sua vida amorosa, está reunido para falar sobre suas histórias. Conforme os relatos vão acontecendo, os conflitos, preconceitos, a dor e a própria violência surgem no grupo. Com Adriana Seiffert, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Flavia Botelho, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, João Lucas, Lucas Gouvêa. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 80 min. De 5 a 20 de dezembro, de terça-feira a domingo, às 19h. Ingressos: R$15,00 e R$30,00, CAIXA CULTURAL – Teatro de Arena, Av. Almirante Barroso, 25 - Centro (Metrô e VLT: Estação Carioca), lotação: 226 lugares (mais 4 cadeirantes); bilheteria, de terça-feira a domingo, das 13h às 20h.

DEBATES
“POR ELAS e COM ELAS - No enfrentamento à violência de gênero”.
12/12, quarta-feira

Tema: "Violência contra as mulheres, ciclo da violência e feminicídio"
Ministrantes: Adriana Ramos de Mello - Juíza de Direito, Titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e Leila Linhares - Advogada, diretora da ONG CEPIA – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação, a advogada Leila Linhares Barsted, representante brasileira no Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher .
13/12, quinta-feira

Tema: "Mulheres - Equidade de gêneros, direitos humanos e cidadania"
Ministrantes: Jacqueline Pitanguy - Socióloga e cientista política, fundadora e diretora da ONG CEPIA – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação; e Schuma Schumaher, pedagoga e ativista feminista, Coordenadora Executiva da ONG REDEH - Rede de Desenvolvimento Humano e integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras.
Das 16h30 às 18h30, classificação indicativa: 14 anos; GRÁTIS, com distribuição de senhas uma hora antes.
CAIXA CULTURAL Rio de Janeiro – Cinema, Av. Almirante Barroso, 25 - Centro (Metrô e VLT: Estação Carioca) Lotação: 80. Entrada franca com distribuição de senhas 1h antes.


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