[News] Última semana de Jocelyne Rouch, viúva do cineasta francês Jean Rouch


A última semana da mostra "África(s). Cinema e Memória em Construção", na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, terá uma presença de destaque nos debates: Jocelyne Rouch , viúva do cineasta francês Jean Rouch e presidenta da Fundação Rouch. Ela é convidada do sábado, 1 de dezembro, às 18h, para um debate ao lado da pesquisadora Jusciele Oliveira e com a curadora Lúcia Ramos Monteiro.

Jean Rouch foi um cineasta-antropólogo bastante famoso por seu trabalho sobre povos africanos e um dos mais importantes realizadores no campo do filme etnográfico. Sua viúva, Jocelyne, participará de um debate após a exibição de "Makwayela" (1977), de Jean Rouch.

A mostra "África(s). Cinema e Memória em Construção" tem sua permanência no Rio de 20 de novembro a 2 de dezembro de 2018. Ela é  uma homenagem ao cinema criado no contexto de independência e revolução dos países africanos. Com curadoria da pesquisadora e professora Lúcia Ramos Monteiro, a programação conta com 42 filmes de diversos países e épocas, entre curtas, médias e longas-metragens. Também serão realizadas sessões acompanhadas de debates com cineastas e especialistas.

'África(s)' foi realizada justamente no mês da independência de Angola, conquistada em 11 de novembro de 1975. Dentre os títulos da programação, vários deles são ligados à data, como Monangambée (1968), de Sarah Maldoror, restaurado recentemente. África(s). Cinema e memória em construçãotambém traz à capital fluminense alguns filmes de Santiago Álvarez, figura central do cinema revolucionário cubano, que dedicou a Angola e Moçambique documentários realizados logo após as independências: O milagre da terra morena (1975), Maputo, meridiano novo (1976) e Nova sinfonia (1982).

A influência dos processos de independência, explica a curadora Lúcia Ramos Monteiro, não se restringe aos temas das obras. "A experimentação de formatos e linguagens, presente em muitos dos filmes, também pode ser relacionada à descolonização do pensamento, a uma libertação dos paradigmas cinematográficos originalmente estipulados por cineastas homens e brancos, situados nos ‘centros’ geopolíticos tradicionais do cinema, como Estados Unidos e Europa”, aponta.

Da produção africana mais recente, um dos destaques é o filme Na cidade vazia (2004), de Maria João Ganga. Foi o segundo filme feito em Angola depois da independência e o primeiro feito por uma mulher no país. Há também o premiado A república dos meninos (2012), de Flora Gomes, um dos mais importantes cineastas da Guiné-Bissau junto a Sana Na N’Hada, que tem dois longas na mostra: Xime (1994) e Kadjike (2013) – além de ser um colaborador-chave nas obras da multiartista portuguesa Filipa César, que faz um impressionante trabalho de arquivo em Transmissão das zonas libertadas(2016) e Spell Reel (2017).

Programação ÚLTIMA SEMANA:

27 de novembro (terça-feira)
16h - O vento sopra do norte (1987), de José Cardoso, Moçambique, 90 min, DVD, 14 anos

18h30 - Xime (1994), de Sana Na N’Hada, Guiné-Bissau/ Holanda/ França, 95 min, DVD, Livre

28 de novembro (quarta-feira)
16h - Cinzas (2015), de Larissa Fulana de Tal, Brasil, 15 min, Blu-ray, 12 anos; Na cidade vazia (2004), de Maria João Ganga, Angola/ Portugal, 90 min, DVD, Livre

18h30 - Spell Reel (2017), de Filipa César, Guiné-Bissau/ Portugal/ França/ Alemanha, 96 min, Blu-ray, 12 anos

29 de novembro (quinta-feira)
16h - Travessia (2017), de Safira Moreira, Brasil, 4 min, Blu-ray, Livre; Avó (Muidumbe) (2009), de Raquel Schefer, Portugal/ França, 11 min, Blu-ray, Livre;Mueda, memória e massacre (1979-1980), de Ruy Guerra, Moçambique, 80 min, DVD, 14 anos

18h - Os comprometidos (1983), de Ike Bertels, Holanda, 51 min, DVD, Livre; Estas são as armas (1978), de Murilo Salles, Moçambique, 60 min, Blu-ray, 16 anos. Sessão seguida de debate com o cineasta Murilo Salles e com a curadora Lúcia Ramos Monteiro

30 de novembro (sexta-feira)
16h - Kadjike (2013), de Sana Na N’Hada, Guiné-Bissau/ Portugal, 115 min, DVD, 12 anos

18h30 - A minha fala (2002), de Flora Gomes, Guiné-Bissau/ Portugal/ França/ Luxemburgo, 85 min, DVD, 12 anos. Sessão comentada pela curadora Lúcia Ramos Monteiro e pela pesquisadora Jusciele Oliveira

1º de novembro (sábado)
16h - Mc Soffia (2015), de Renata Martins, Brasil, 5 min, Blu-ray, Livre; A república dos meninos (2012), de Flora Gomes, Portugal/ França/ Guiné-Bissau/Bélgica/ Alemanha, 78 min, Blu-ray, 14 anos

18h - Nshajo (O jogo) (2010), de Raquel Schefer, Portugal, 8 min, Blu-ray, Livre; Tudo bem, tudo bem, vamos continuar (2013), de Mathieu Kleyebe Abonnenc, Portugal/ França, 31 min, Blu-ray, Livre; Makwayela (1977), de Jean Rouch, Moçambique/ França, 19 min, DVD, Livre. Sessão seguida de debate com Jocelyne Rouch, presidenta da Fundação Rouch, com a pesquisadora Jusciele Oliveira e com a curadora Lúcia Ramos Monteiro

2 de novembro (domingo)
16h - Monangambée (1968), de Sarah Maldoror, Angola/ França, 15 min, Blu-ray, 14 anos; Fogo, uma ilha em chamas (1979), de Sarah Maldoror, Cabo Verde, 34 min, Blu-ray, Livre; Prefácio a Fuzis para Banta (2011), de Mathieu Kleyebe Abonnenc, França, 25 min. Blu-ray, Livre; Kbela (2015), de Yasmin Thayná, Brasil, 22’, Blu-ray, 12 anos.

18h - Quilombo das Brotas (2017), de Renata Martins, Brasil, 8 min, Blu-ray, Livre; Monga, retrato de café (2017), de Everlane Moraes, Cuba, 13 min, Blu-ray, Livre; Na dobra da capulana (2014), de Isabel Noronha e Camilo de Sousa, Moçambique, 30 min, DVD, Livre; Mulheres da guerra (1984), de Ike Bertels, Holanda, 50 min, DVD, Livre

Serviço:

Mostra África(s). Cinema e memória em construção

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Cinema 1 (Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro – Metrô e VLT: Estação Carioca)
Data: 20 de novembro a 02 de dezembro de 2018 (terça-feira a domingo)
Horários: Consultar programação
Informações: (21) 3980-3815
Ingressos: R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia). Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia.
Bilheteria: terça-feira a domingo, das 13h às 20h
Duração: Consultar programação
Classificação Indicativa: Consultar programação
Capacidade: Cinema 1 – 78 lugares (mais 3 para cadeirantes)
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal



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