[Resenha] Leonardo da Vinci e Os Sete Crimes de Roma
Sinopse: Roma, dezembro de 1514. A poucos dias do Natal, o corpo decapitado de um jovem é descoberto em cima da estátua do imperador Marco Aurélio. Uma inscrição feita com sangue assina o crime: Eum qui peccat… [Aquele que peca…]. Dias depois, um velho é encontrado morto e nu, pendurado numa escada no Fórum. A Coluna de Trajano revela seu fúnebre segredo e a inscrição: Deus castigat [Deus castiga]. A sangrenta encenação está apenas começando…
Instalado há pouco no Vaticano, envolvido com seus trabalhos de anatomia, pintura e ótica, Leonardo da Vinci se apaixona pelo caso. Como interpretar os sombrios detalhes que cercam os crimes? O papa e a cristandade estariam sendo desafiados? Com a ajuda de Guido Sinibaldi, um jovem estudante de medicina, o pintor tenta desmascarar um assassino que demonstra tanto inteligência em desorientar as investigações quanto crueldade em executar suas vítimas.
Um thriller diabólico que, dos mistérios da biblioteca do Vaticano aos segredos das ruínas antigas, nos arrebata num jogo de pistas vibrante, inteligente e macabro.
O que eu achei?
Misturando ficção, personagens reais
e fatos históricos, “Leonardo da Vinvi e Os Sete Crimes de Roma”,
de Guillaume Prévost, nos leva a uma sequencia de assassinatos tem
assombrado as ruas de Roma em Dezembro de 1514, com sinais de muita
crueldade e mensagens escritas a sangue. Guido, filho do falecido
chefe de polícia e estudante de medicina, herdou de seu pai a
curiosidade por mistérios e investigações, e junto do mestre da
Vinci, irá tentar auxiliar a investigação desses assassinatos em
série.
Os assassina tem um quê de grotesco e
cruel, e dão indícios de uma retaliação moral, inspirada na
purificação da sociedade em nome de Deus. Mas mortes são mortes,
né? Há muitos jogos de posturas, e personagens que aparentemente
apresentam interesses que podem ser afetados pela investigação e
pela presença de Guido e Leonardo nesse meio. Desde o Mestre das
Ruas até o Papa Leão X, todos estão envolvidos nessa trama
sangrenta que parece mergulhar mais e mais em mistérios e segredos,
não somente do assassino, mas da escolha de suas vítimas, tão
distintas, mas que possuem um ponto em comum: o pecado, que guia a
mão assassina.
É interessante acompanhar –
principalmente para mim, que leio muitos livros de investigação
criminal – a forma como esse caso foi desenvolvido e solucionado.
Sem auxilio de tecnologia – que não existia -, nem nenhum tipo de
aparato que facilitaria abusca pelo criminoso, todo o caso foi
tratado pela inteligência, pela observação e análise dos fatos, e
pela busca física de relatos, indícios e qualquer tipo de luz sobre
o assunto. Vamos das ruelas de Roma, onde os piores tipos de pessoas
frequentam até a biblioteca do Vaticano em busca de qualquer
informação. Falamos com artistas, parentes de vítimas, pessoas da
pior índole, funcionários do Vaticano e até mesmo com o próprio
Papa para tentar entender minimamente os atos e motivações do nosso
criminoso.
A história, que nos é contada pelo
nosso protagonista Guido, é muito bem escrita, e consegue, mesmo com
a linguagem que remete a época – um pouco mais refinada –, ser
fluida e de fácil acompanhamento. Os capítulos curtos tornam a
história dinâmica, e não há exageros explicativos, detalhes em
excesso. As personagens são interessantes, e conseguem ter algum
charme, mas não a ponto de serem capaz de nos fazer criar algum laço
ou empatia por elas – somos como expectadores.
É fácil iniciar a leitura e se perder
nas páginas, sem nem se dar conta do tempo. As tramas e pistas nos
confundem facilmente, e as personagens secundárias parecem não
querer nos ajudar em nada a elucidar esse caso. E é isso o que torna
a história viciante. Parece impossível descobrir quem é o
assassino até que se termine de ler.
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