[Crítica] Eu Sou Mais Eu (2019)


Sinopse:
Já imaginou acordar em 2004? É o que aconteceu com Camilla (Kéfera Buchmann), uma estrela da música pop que vê todo o sucesso que conquistou desaparecer misteriosamente ao voltar no tempo. Agora ela vai precisar lidar com os dramas da adolescência, o bullying da inimiga Drica (Giovanna Lancellotti), as provas e trabalhos da escola… tudo de novo! Difícil mesmo vai ser convencer o seu melhor amigo Cabeça (João Côrtes) que ela veio do futuro e precisa da sua ajuda para descobrir como voltar.

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Kéfera Buchmann, em seu terceiro longa, incorpora a personagem Camila, uma grande popstar que conquistou sua fama pelo Brasil nos últimos anos. É uma cantora arrogante, egoísta, que acredita ser o centro do universo e acha que as coisas giram ao seu redor. Mas nem sempre a celebridade foi assim, e, ao ser assombrada pelas lembranças ruins de seu passado e pela chegada de uma misteriosa fã em sua casa, ela acaba tendo um surto e volta para o ano de 2004.

Nessa época, Camila ainda era uma estudante do Ensino Médio, e sofria bullying por ter uma aparência fora do padrão e gostos diferentes das outras meninas, como Drica (Giovanna Lancellotti). Enxerga-se uma clara referência ao filme De Repente 30, e isso é citado, de modo que o roteiro brinque com as próprias inspirações e, de certa maneira, ceda créditos a elas ao mostrar de onde vieram. Ela é melhor amiga de Cabeça (João Cortês), que também é tratado como esquisito e bizarro pelos alunos. A fã, que viaja no tempo junto com Camila, diz que ela deve ser quem é de verdade, e a garota passa a construir uma nova linha para sua história, cometendo novos erros e acertos. O estilo utilizado para a transição das cenas temporais é semelhante à da série How to Get Away with Murder, com flashes rápidos que inserem o público rapidamente em várias situações, demonstrando a pressão que a jovem sente em algumas situações.

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A ideia da história, por si só, é bastante clichê, o que não a torne ruim. Pelo contrário, pois, por se tratar do Brasil há quatorze anos, percebemos muitas mudanças na tecnologia, nos cuidados com a saúde, nos ambientes musicais e nas redes sociais. Eu Sou Mais Eu é recheado de elementos presentes nessa década, o que traz uma sensação de nostalgia ao telespectador em alguns momentos. A própria Camila vivencia isso, através de cantores e bandas que faziam sucesso nesses tempos e suas canções eram presentes em todas as rádios, e ela também percebe que há coisas que, simplesmente, não podem ser evitadas ou controladas.

Em geral, é um filme que vale a pena, principalmente porque, ainda que a versão celebridade de Camila seja semelhante a outras personagens de Kéfera, a parte adolescente mostra outro lado da atriz. Além disso, apoiar o cinema nacional é sempre importante, principalmente quando se trata de uma história que revive um pouco do nosso passado.






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