[News] João Bosco em bate-papo com Leonardo Lichoet no projeto CRIA do Manouche
“Cria" é o nome do encontro mensal no Manouche em que Leonardo
Lichote, jornalista de música do jornal O Globo, conversa com um artista sobre
o ato de criar. Depois das participações de Adriana Calcanhoto, Jards Macalé e
Moraes Moreira nas primeiras edições, o quarto convidado é João Bosco.
A conversa é costurada, como não podia deixar de ser, pelas
crias do artista - suas canções. Ao violão ou ao piano, mostrará algumas das
suas composições para ilustrar suas falas, para provocá-las, para dar novo
sentido a elas. Em alguns casos, vai trazer músicas de outros que marcaram,
como influência, sua própria criação.
Com Bosco será um papo que nasce nos rios de Minas e deságua nas
minas do Rio. Dentre eles rabada com angu, rabo de saia, malabaristas do sinal
vermelho, siri passando a roleta, falsas louras ai, a negra lingerie cor
vermelha, carne da sua boca, coração, garrafas de náufrago, goiabada cascão com
muito queijo – expressões freqüentes em suas canções cantaroladas pelo país
inteiro.
Filho de pai libanês, João Bosco nasceu em Ponte Nova, Minas
Gerais e começou a tocar violão aos doze anos, incentivado por uma família
repleta de músicos. De lá pra cá alçou muitos vôos até se tornar um dos maiores
compositores e cantores brasileiros, com sua batida inconfundível do violão.
Em 1970 conheceu aquele que viria a ser seu mais frequente
parceiro, com quem compôs mais de uma centena de canções que se tornaram hinos
da MPB: Aldir Blanc – “O mestre Sala dos Mares”, “O Bêbado e a Equilibrista”,
“Bala com Bala”, “Kid Cavaquinho”, “Caça à Raposa”, “Falso Brilhante”, “O
Rancho da Goiabada”, “De Frente pro Crime”, “Fantasia”, “Bodas de Prata”,
“Latin Lover”, “O Ronco da Cuíca”, “Corsário”, dentre muitas outras.
Nos anos 80/90 passa a atuar mais freqüentemente como cantor e
encontra outros parceiros como Capinam em “Papel Machê”, outro grande sucesso,
Waly Salomão e Antônio Cícero em “Holofotes”, além do filho do poeta, Francisco
Bosco, com quem compôs as faixas do disco “As Mil e uma Aldeias”.
No ano passado, lançou o primeiro álbum de músicas inéditas em
oito anos, “Mano que Zuera” (MP,B Discos/Som Livre), que vai do barroco mineiro
ao universo árabe, com cinco das oito músicas inéditas dessa ótica ampla que
parte o disco concebido por João com Francisco Bosco, letrista. E há ainda
parcerias com Aldir Blanc, Arnaldo Antunes (primeira vez), Roque Ferreira e
Chico Buarque.
Todo este rico universo musical de João Bosco – que, aos 71
anos, sempre procura novos caminhos e segue, jovial e destemido, pela estrada
de seus 45 anos de música – será mapeado neste bate-papo que promete muitas
histórias e músicas.
Serviço
Show: - CRIA – Leonardo Lichote convida João Bosco
Local: Manouche/Casa Camolese (Rua Jardim Botânico, 983, Jardim
Botânico, Tel: 3514-8200)
Data e horário: 29 de janeiro, terça, 21h
Ingressos: R$ 60,00 (inteira), R$ 40,00 (com 1 kg de alimento
não perecível) e R$ 30,00 (meia) www.eventim.com.br
Classificação: 18 anos
Estacionamento no local (tarifado)
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