[News] Diários de Classe estreia dia 7 de março
Racismo, machismo, desigualdade
social, preconceito e
precariedade da educação são alguns dos temas abordados neste documentário. Em
“Diários de Classe”, os diretores Maria Carolina e Igor Souza abordam como
todas essas questões refletem na educação de jovens e adultos periféricos em um
sistema que os ignora
historicamente. Porquê de essas mulheres - que representam os mais de 13
milhões de brasileiros analfabetos - estarem na classe de aula em sua vida
adulta? Qual seria o motivo que as afastou durante tanto tempo da escola?
Nas salas de aula de uma penitenciária e em escolas da periferia
de Salvador são apresentadas três personagens que guiam o filme: Tifany Moura,
Vânia
Costa e Maria José
Santana. As falas e história destas mulheres negras e ignoradas por uma
sociedade estruturalmente racista são diferentes nos mais diversos aspectos,
mas na montagem, o filme estabelece uma consciência sutil do elo que conecta a
experiência
de cada uma destas
personagens.
Tifany está em sua trajetória de descoberta com a
transsexualidade; Vânia é mãe, encarcerada e tenta aprender o Código Penal para
se defender no tribunal;
e Maria José tenta
conciliar seu emprego de doméstica com os estudos. Ao mesmo tempo que as
histórias têm em comum a exclusão de oportunidade e o preconceito derivados de
relações de poder e opressão, “Diários de Classe” revela mulheres com uma
disposição
extraordinária para
refletir e agir contra estas posições sócio-históricas forçosamente impostas.
Além disso, a obra observa também as dificuldades de se aprender
e ensinar. Os professores assumem papéis que vão além de educadores, são
conselheiros
e incentivadores de que
seus alunos se livrem das amarras que a sociedade os impõem.
Neste ponto, o filme levanta uma
reflexão urgente diante
das recentes Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio aprovadas
pelo Conselho Nacional de Educação, uma vez que se prevê a realização de até
20% da carga horária do Ensino Médio na modalidade de Educação à Distância (EaD)
e, no caso da Educação
para Jovens e Adultos (EJA), essas escolas onde o filme se passa, se permite
que até 80% do curso seja extra-presencial. Isto é, praticamente se extingue os
encontros presenciais e provocadores também responsáveis pela formação crítico
sobre a realidade que
esses alunos das EJA’s estão inseridos.
A diretora Maria Carolina explica que o objetivo do filme é
“contar a história de vida dessas pessoas e o que as levaram a estar dentro da
sala de
aula já adultas, atrás de
aprender aquilo que lhes foi roubado na infância, os estudos”. Igor Souza,
diretor, complementa “houve uma prontidão por parte da equipe para se adaptar
às situações e uma compreensão por parte das personagens da possibilidade de
ampliação de suas vozes”.
O filme participou do 50º Festival
de Brasília, 2º Mostra de
Cinema Contemporâneo do Nordeste, 7º Olhar de Cinema - Festival Internacional
de Curitiba
e é a segunda vez que os diretores trabalham junto em uma
produção, sendo a primeira o curta de
animação “Entroncamento”
(2015).
Com produção da Lanterninha Produções e distribuição da Elo
Company, “Diários de Classe” estreia dia
07 de março
em 20 salas de 19 cidades do país pelo Projeta às 7, parceria da
distribuidora com a Cinemark
que abre uma nova janela
para o cinema nacional.
SINOPSE
“Diários
de Classe” acompanha o
cotidiano de três mulheres – uma jovem trans, uma mãe encarcerada e uma
empregada doméstica –, estudantes de centros de alfabetização para adultos em Salvador.
Embora trilhem caminhos distintos, suas trajetórias coincidem nos preconceitos
e injustiças sofridos
cotidianamente. O documentário em estilo direto aposta no recorte espacial da
sala de aula a fim de se aprofundar no dia a dia dessas personagens, revelando
suas tentativas diárias de contornar o apagamento sistemático de suas
existências.
FICHA
TÉCNICA
Direção
- Maria Carolina da Silva
e Igor Souza
Assistente
de Direção - Érika
Saldanha
Montagem
– Iris de Oliveira e
Maria Carolina da Silva
Fotografia
- Gabriel Teixeira
Produção
Executiva - Maria
Carolina da Silva e Sylvia Abreu
Direção
de Produção - Érika
Saldanha
Finalização
de imagem e som -
Cinemática Audiovisual
Supervisor
de Pós-Produção - José
Augusto De Blasiis
Patrocínio
- Arte em Toda Parte ano
III
Produção
- Lanterninha Produções
Finalização
- Cinemática Audiovisual
Distribuição
- Elo Company
NOTA DOS DIRETORES
“Ao mesmo tempo em que também encontramos
histórias de mulheres
fortes, guerreiras, que ainda que privadas de suas liberdades, estavam ali
dentro da escola, a maioria ainda aprendendo a ler e escrever. Acredito que não
exista uma única forma de ser mulher, somos muitas e diversas. Mas vivemos
todas
em uma sociedade que nos
quer submissas e cativas e encontrar essas mulheres, com histórias tão
diferentes da minha, foi unir forças, criar laços e afirmar que não estamos
sozinhas”
Maria Carolina,
janeiro de 2019
“Perceber que uma narrativa se dá
dentro de seu potencial
de transformação pessoal e não na hierarquia social, mostra que nenhuma vida é
ordinária quando se tem a autonomia de construir a sua própria ordenação de
mundo.”
Igor Souza, janeiro
de 2019
OS DIRETORES
Maria Carolina:
Formada no Bacharelado
Interdisciplinar em Artes, Maria Carolina é cineasta, produtora, montadora e
roteirista. A artista está na área do audiovisual desde 2003. Atua com
documentário, animação e ficção live action, tendo dirigido três curtas
metragens: o documentário
“Santo de Casa”, a
animação “Entrocamento” e a ficção “Corte Seco”.
Em 2019, Maria lança seu
primeiro longa-metragem, o sensível “Diários de Classe”. Com uma direção
cuidadosa, o filme trata com força a trajetória de três mulheres em processo de
alfabetização, sendo uma presidiária, uma moça trans e uma empregada doméstica.
Igor Souza
Formado
em Arquitetura, Igor
Souza atua como diretor audiovisual, diretor de arte, pintor e ilustrador. Em
2007 e 2009 esteve na França e na Alemanha, respectivamente, produzindo
cenários para montagens de espetáculos brasileiros e em 2008 recebeu o convite
para participar
como pintor da semana do
Brasil na Rússia (Moscou). Além das exposições individuais apresentadas em
Salvador, Igor expôs seus trabalhos em Berlim e teve publicado o livro-objeto
“TRES”.
Atualmente dedica-se à produção
audiovisual, em parceria com Maria Carolina, sendo indicado ao Grande Prêmio do
Cinema Brasileiro 2017 com o curta metragem em animação “Entroncamento” e lança
em 2019 o seu primeiro longa documental “Diários de Classe”.
CRÍTICAS E COMENTÁRIOS
“O filme é repleto de questões cruciais e, longe de se apresentar
inchado na sua apresentação, deve suscitar ainda muitas discussões futuras”.
A Tarde (setembro/2017)
“Diários de Classe, plural como
seu título, oferece
inúmeras camadas e temas. Como uma mestra consciente do quanto pode aprender
com os alunos, a direção se coloca totalmente à serviço dessas vozes em geral
caladas e ignoradas, fortalecendo-as”.
Adoro Cinema (junho/2018)
LANTERNINHA PRODUÇÕES
Fundada em 2007 com o objetivo de
fornecer consultoria em
gestão de projetos voltados para o desenvolvimento sustentável, a empresa teve
entre seus clientes a Bahia Mineração, o Banco Mundial e a Fundação Instituto
da Hospitalidade.
Um ano depois, ampliou as suas atividades
incluindo a produção
audiovisual em seu currículo, com a entrada da sócia Maria Carolina. É então,
que desenvolve seu primeiro projeto, o Projeto Lanterninha, para formação de
platéia para o cinema brasileiro a partir da construção de cineclubes. O programa
aconteceu entre 2008 e
2012 em 18 escolas públicas da rede estadual de ensino da Bahia e, no decorrer
desse tempo, a empresa troca seu nome para Lanterninha Produções.
A produção em animação vai acontecer
em 2013 com a produção do
curta “Entroncamento” e o início da parceria com o artista Igor Souza. Os
documentários chegam em 2015 com a realização de “Santo de Casa”, um curta
metragem que mergulha numa história de família durante uma festa para Cosme e
Damião.
Atualmente, a Lanterninha produz
a série “Aventuras de
Ami”, em co-produção com a Movioca Contenct House, e faz a circulação em
festivais de cinema do seu primeiro longa metragem, o documentário “Diários de
Classe”, enquanto prepara a sua distribuição no circuito comercial, em parceria
com
a Elo Company.
ELO COMPANY
Empresa especializada em produção
e distribuição
audiovisual fundada por Ruben Feffer, Flavia Feffer e Sabrina Nudeliman. No
mercado há 13 anos, conta com uma estrutura completa de desenvolvimento de
conteúdo, curadoria, planejamento de distribuição e vendas nacionais e
internacionais. São
mais de 400 títulos em
seu lineup, entre eles “O Menino e o Mundo”, “S.O.S: Mulheres Ao Mar 2”, e o
documentário “Espaço Além: Marina Abramovic e o Brasil”, além de títulos de
importantes produtoras brasileiras, como RT Features, Paranoid e Ananã. Seu
longa
mais recente é "Tito
e os Pássaros", exibido em grandes festivais como o de Annecy, Toronto e
Los Angeles, além de ser premiado no Anima Mundi e pré-indicado ao Oscar de
2019.
Para o próximo ano, a Elo prevê lançar 30 títulos nos cinemas,
com
destaque para "Rio
Santos", "Cravos", "Torre das Donzelas" e "Mussum
– O Filme do Cacildis".
A Elo Company tem entre
seus principais objetivos conectar produções brasileiras com o mercado
internacional e desenvolver novos modelos de negócios, como o Selo ELAS e o
Projeta às 7. O Selo ELAS tem o intuito de fomentar projetos de longa-metragem
com direção
feminina e teve o seu
primeiro lançamento em 2018, com o filme "Amores de Chumbo". O
Projeta às 7, iniciativa em parceria com a Cinemark, também começou em 2018 com
o objetivo de ressaltar o cinema nacional e já lançou mais de 14 filmes dos
mais diversos gêneros
– do terror ao
documentário esportivo.
PROJETA ÀS 7
Iniciativa da Cinemark e Elo Company
que abre uma nova janela para o cinema brasileiro. Os filmes participantes são
de diversos gêneros, vindos de norte a sul do Brasil, dirigidos por homens e
mulheres consagrados ou iniciantes, e ganham sessões de pré-estreia de segunda a sexta-feira, às 19h,
com preços especiais de R$ 12 e exibição simultânea em 20 salas de cinema em 19
cidades do Brasil: São Paulo (Shoppings Eldorado e Santa Cruz), Rio de Janeiro
(Downtown), Aracaju (Shopping Jardins), Belo Horizonte (Pátio Savassi),
Brasília
(Pier 21), Campinas
(Iguatemi), Campo Grande (Shopping Campo Grande), Cuiabá (Shopping Goiabeiras),
Curitiba (Shopping Miller), Goiânia (Shopping Flamboyant), Londrina (Boulevard
Londrina), Natal (Midway Mall), Porto Alegre (Barra Sul), Recife (Riomar),
Ribeirão
Preto (Novo Shopping),
Salvador (Salvador Shopping), Santos (Praiamar), São José dos Campos (Colinas)
e Vitória (Shopping Vitória).
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