[News] Gustavo Mackacko lança clipe
Circo Lar é o primeiro
clipe do novo álbum de Macacko intitulado “Humanifesta”. Um conceito que abarca
os Relacionamentos Humanos + Manifestações (sociais, culturais, políticas,
folclóricas) + Ritos travestidos de Festa. Seu terceiro disco será
disponibilizado durante o ano de 2019 no formato de singles digitais que
completarão três trilogias ao final do processo.
Com a produção musical do parceiro Juliano Gauche, e a
realização da Paranauê Filmes e apoio do Circo Voador, Circo Lar traz a
temática circense como manifestação cultural pra retratar o atual momento do
país, onde a arte é colocada contra o muro através de uma sociedade que policia
e enquadra quem não compactua com a nova ordem. O clipe, que foi gravado no
Circo Voador (Lapa, Rio de Janeiro), conta a história de um palhaço que sai de
casa pra exercer seu ofício, e ao se deparar com sua trupe, vivem juntos os
sonhos e vícios que os artistas contemporâneos passaram a encarar. Cenas de
livros sendo apreendidos em meio a referências como as tradicionais rodas de
capoeira na Lapa, são parte dos enigmas que envolvem o roteiro assinado pelo
próprio Gustavo Macacko. A narrativa da
composição é uma ficção inspirada num palhaço cachaceiro que abandona o Circo
por um amor, e depois se arrepende. “Olhos Negros” é uma citação real retirada
do diário do Palhaço Espoletão, o avô da parceira na música, Tati Wuo.
Circo Lar foi lançado dia 24 de janeiro, data do aniversário de
Macacko. “A arte precisa encontrar novas saídas e se reinventar. Escolhi o dia
do meu nascimento pra simbolizar essa necessidade de renascer. É um instinto de
sobrevivência onde temos que aprender a ver o novo no velho pra conseguir
caminhar.”
Humanifesta apresenta seu primeiro passo em movimento circo lar.
Humanifeste-se.
Biografia
Capixaba morador do Rio de Janeiro, Gustavo Macacko é
considerado um dos grandes poetas do novo rock brasileiro. Artista, compositor
e cronista, já lançou dois discos solos (Macaco,Chiquinho e o Cavalo em 2009 e
Despontando para o Anonimato em 2014), um DVD ao vivo com um documentário
(Macacko ao vivo e Despontando, o filme em 2017), e agora está em fase de produção do seu
terceiro álbum intitulado Humanifesta. Seu último lançamento foi o single
Passaporte para a Fé (com mais de 650.000 plays no Spotify) em parceria com
Gabriel O Pensador, em julho de 2018.
Gustavo Macacko por Aloysio Reis
Atenção Brasil de 2019! Feche os olhos por um segundo para as
tatuagens obscuras que nesse momento estão marcando sua pele morena. Pedimos
encarecidamente à nação que interrompa seu pesadelo medieval por alguns
momentos.
Aqui, nessas mal traçadas linhas, queremos anunciar o retorno de
um astro luminoso. Queremos falar da nova criação de um artista raro. Queremos
apresentar um poeta que está pronto para humanifestar-se através de sua
primeira trilogia de canções de 2019. Outras duas virão ao longo do ano, e ao
final, teremos em mãos o novo álbum de Gustavo Macacko.
Na verdade, Macacko está humanifestando-se desde que apareceu no
berçário da maternidade de São Simão (GO) onde, pela primeira vez, deu de cara
com o mundo estranho que escolheu pra viver. A obstinação de produzir arte
nova, entregando-se de corpo e alma no combate à mesmice, já estava no sangue.
Se o tempo é determinante para a definição de crenças e ritos,
nosso personagem mais uma vez rasgou a cartilha da linearidade. Nessa primeira
trilogia, Macacko define seu calendário afirmando no título da canção que
“Quando eu morrer ainda será agora”. Passado, presente e futuro são revolvidos
no caldeirão do poeta que flerta descaradamente com a eternidade.
Faz sentido, porque ainda é de “agora” a aparição de Macaco,
Chiquinho e o Cavalo (lançado em 2009) e Despontando para o Anonimato (lançado
em 2014). Macacko também humanifestou-se num “agora” mais recente, em parceria
com Gabriel O Pensador, ao transformar em poesia e canção uma situação
extremamente dolorosa em que se encontra um amigo, na belíssima canção/clipe
Passaporte para a Fé. Essa confusão de ontens, amanhãs e agoras não é minha. A
culpa é da atemporalidade da obra de Gustavo Macacko.
O macackismo humanifesta-se de forma absolutamente dramática em
Guerra e Festa, segundo ato dessa trilogia, ambientando no paraíso mais
maltratado do mundo: o Rio de Janeiro. A canção e o arranjo, com nostálgico som
de órgão tipo Hammond, mostram com requintes de crueldade o romantismo
atordoado de quem vive e ama dentro da cidade bipolar. Esses amantes são
personagens desorientados que não sabem se dançam ou enxugam as lágrimas, não
sabem se fazem amor ou se escondem das balas.
Gustavo Macacko mostra de saída as primeiras imagens de
Humanifesta no excelente vídeo clipe de Circo Lar. Esse é o primeiro single e a
tela onde o artista derrama suas tintas de cores mais berrantes. A arte
(representada pelo circo) enfrentando a repressão oficial que faz de nós um
enorme grupo de palhaços bêbados e apaixonados, olhando no espelho do camarim,
sonhando em recolher nossa lona e partir. Mas partir para onde? Essa terra é a
nossa terra. Tem a nossa cor, o nosso sangue e o nosso cheiro. Fica difícil.
Os ouvintes que quiserem, poderão ainda divertir-se na trilogia
identificando os sotaques e influências de Sérgio Sampaio, de Raul Seixas, de
Arnaldo Antunes e de outros cantadores. Esses gênios moram na alma de Macacko e
naturalmente encarnam no espírito de suas canções.
Não sei se Gustavo Macacko escolheu esse mundo para
humanifestar-se, mas tenho certeza de que agora a nova música popular
brasileira tem muito a agradecer pelo rock novo que ele traz para o nosso
cenário. Dentro do confuso ambiente de 2019, as canções Macacko que sempre
foram valiosas, tornaram-se absolutamente necessárias para nós. Tipo oxigênio.
Aloysio Reis é escritor, jornalista, compositor e atual Diretor
Geral da editora musical Sony/ATV no Brasil
Circo Lar (Gustavo Macacko/Tati Wuo/Tchong)
Homenagem ao Palhaço Espoletão (in memoriam)
Nunca pensei que teus olhos fosse tão traidores
Nunca pensei que teus olhos me causassem um dissabor
Nunca pensei que teus olhos desbotassem nossas cores
Olhos Negros
O seu olhar me faz envaidecer e sofrer
Faz parte dessa vida vida viver
A novidade está pra chegar
Nunca pensei que meu ego inflasse tão caridoso
Nunca pensei que o inferno se escondesse tanto assim
Nunca pensei que teus olhos transformassem o meu viver
Olhos Negros
O circo há de ser um bom lugar pra lembrar
Levantar minha lona e partir
Fazer sua tristeza sonhar
Domei leões no espelho do meu camarim
O palhaço toma mais no botequim
Temendo cegar os seus olhos negros
OUCA AQUI: Circo Lar
ASSISTA CLIPE: Circo Lar
Links
Passaporte para a Fé
Making Of Passaporte para a Fé
https://www.youtube.com/watch?v=JIqAAL2vt5U&t=343s
Versões Passaporte para a Fé
https://www.youtube.com/watch?v=HJAUMxNRQDE&t=14s
Despontando, o filme https://www.youtube.com/watch?v=APSC6k7Ca6Y
Macacko ao Vivo https://www.youtube.com/watch?v=q5IMKsRXHPk
@gustavomacacko.oficial
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