[News] Coletivo Estopô Balaio apresenta A Cidade dos Rios Invisíveis nos trens da CPTM e o transforma em livro e audiolivro
“Neste percurso é preciso
olhar além, para mergulhar nas imagens evocadas pela cidade e pela alma do
navegador”. Poético e realista, o espetáculo A Cidade dos Rios Invisíveis, do
Coletivo Estopô Balaio, traz para a capital paulista, de 12 de abril a 9 de junho
de 2019, histórias, anseios e vivências de muitos que atravessam a cidade por
meio dos trens da CPTM com destino ao Jardim Romano. Com apoio da 1ª Edição do
Prêmio Cleyde Yáconis, a temporada marca a 100ª apresentação do espetáculo, que
também será transposto para o formato de livro e audiolivro, com data de
lançamento a ser confirmada.
As apresentações que acontecem na linha 12 - Safira da CPTM
fazem um convite aos viajantes a embarcar numa viagem teatral da vida real. O
percurso, que parte sempre da estação do Brás, às 14h, às sextas, sábados e
domingos, segue pelas ruas do bairro Jardim Romano até o córrego Três Pontes,
um braço do rio Tietê. Os ingressos serão vendidos exclusivamente pelo site do
coletivo (www.coletivoestopobalaio.com.br)
e seguem a modalidade Ingresso Consciente, ou seja, o público define
quanto irá pagar no momento da compra. O valor da passagem de trem não está
incluso na experiência. O ponto de
encontro é o Espaço Cultural da Estação Brás. Com duração de 3h30, o espetáculo
se finda sob o pôr-do-sol às margens do rio. A bilheteria será revertida para
as atividades de formação artística do coletivo no Jardim Romano.
A viagem teatral se inicia nos vagões do trem, onde os
passageiros munidos por fones de ouvido e MP3, observam as paisagens através
das janelas. Ao desembarcar, as intervenções artísticas - dança de rua, rap e
performances - se entrelaçam com o cenário cotidiano dos moradores do bairro
Jardim Romano e com as histórias dos grafites e das enchentes que assolaram o
bairro. O público vivencia uma apresentação real, lúdica e única.
Criado pelo Coletivo Estopô Balaio, A cidade dos Rios Invisíveis
é a última parte da Trilogia das Águas, que desde 2012 narra histórias de
enchentes vividas pelos moradores desse bairro. As outras peças da sequência
são Daqui a Pouco o Peixe Pula e O Que Sobrou do Rio.
Histórico do Estopô Balaio
O Estopô Balaio é um coletivo de artistas formado em 2011 na
cidade de São Paulo que conta em sua maioria com a participação de artistas
migrantes. É por esta condição de vida, a de um ser migrante, que nos reunimos
no desejo de aferir um olhar sobre a nossa prática artística encontrando como
estrangeiros a distância necessária para enxergar o olhar de destino de nossos
desejos.
A distância geográfica de nossas lembranças e paisagens nos
levaram a uma tentativa inútil na busca por pertencimento à capital paulista.
Era preciso reinventá-la para poder praticá-la. Na busca pelo lugar perdido de
nossa memória seguimos para fora e à medida que nos distanciávamos de um tipo
de cidade localizada em seu centro geográfico, fomos nos aproximando de outras
cidades, de outros modos de vida e de novos compartilhamentos. O cinturão
periférico da cidade no seu vetor leste nos revelou um pedaço daquilo que tinha
ficado para trás. Havia um Nordeste em São Paulo que estava escondido das
grandes avenidas e dos prédios altos do centro paulistano.
Jardim Romano é um pedaço do cinturão periférico que guarda
lembranças alijadas da construção histórica da cidade-império. Os edifícios que
arranham o céu ajudam a esconder e afastar um contingente populacional que não
consegue se inserir nos apartamentos construídos em novos condomínios.
A memória partilhada nos quatro anos de residência artística no
Jardim Romano são as nossas de estrangeiros de um lugar distante e a destes
pequenos deuses alagados de uma cidade submersa pelo esquecimento. O encontro
com o bairro se deu num processo de identificação, pois a maioria de seus
moradores são também migrantes nordestinos que fincaram suas histórias de vida
nos rincões da capital paulista. O alagamento do Jardim Romano era real,
oriundo da expansão desordenada da cidade, o nosso era simbólico, originário da
distância e saudade daquilo que deixamos para trás. Falar do outro e deixá-lo
falar por nós tornou-se o percurso daquilo que começamos a fazer, criar arte a
partir da necessidade de inventar a vida.
Ficha Técnica
A Cidade dos Rios Invisíveis
Ideia Original, Roteiro Dramatúrgico e Direção Geral: João
Batista Júnior
Dramaturgia: Ana Carolina Marinho, João Batista Júnior e Juão
Nyn
Colaboração Dramatúrgica: Elenco
Produção: Ana Carolina Marinho e João Batista Júnior
Assistente de produção: Wemerson Nunes
Elenco: Adrielle Rezende, Ana Carolina Marinho, Anna Zêpa, Bruno
Fuziwara, Carol Piñeiro, Keli Andrade e Júlio Lorosh.
Dança de rua: Bia Ferreira, Mell Reis, Luan Pinheiro, Luiz
Filipe, Moisés Matos, Kayque Lezz.
Poetas: Emerson Alcalde, Debora Fiuza, Jacira Flores, Sérgio
Schiapin
Concepção de dispositivo sonoro: Carol Guimaris e Doutor Aeiuton
Sonoplastas: Jomo Faustino e Sabrina Teixeira
MCs: Dunstin Farias e Matheus Farias
Percussão: Josué Bob
Contra-regras: Ana Maria Marinho, Clayton Lima e David Costa.
Secretaria: Lisa Ferreira
Receptivo: Keli Andrade e Lisa Ferreira
Participação especial: Diane Oliveira e Vital de Carvalho
Araújo.
Trilha sonora Trem-Ato: Marko Concá
Figurino: João Batista Júnior
Artes visuais: Anna Zêpa, Paula Mendes, Clayton Lima, Daniel
Minchoni, Coletivo Estopô Balaio, Eveline Sin e moradores do Jardim Romano.
Canções: Ana Carolina Marinho, Diane Oliveira, Dunstin Farias,
João Batista Júnior, Matheus Farias, Juão Nyn e Marko Concá.
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto.
Designer Gráfico: Anderson Leão
Serviço
Datas: 12 de abril a 9 de junho de 2019 (Não haverá sessões nos
dias 10, 11 e 12 de maio). Sextas, sábados e domingos.
Horário: 14h (chegar com 30 min de antecedência)
Ponto de encontro: Espaço Cultural da Estação Brás
Ingressos: Ingresso Consciente (Pague o quanto puder). Os
ingressos serão vendidos exclusivamente pelo site do coletivo:
www.coletivoestopobalaio.com.br
Duração: 3h30m
Lotação: 60 pessoas
Recomendação de idade: A partir de 12 anos. Devido à
itinerância, a criança precisa estar sempre acompanhada de um adulto.
Recomendação: o espetáculo é itinerante, sujeito a mudanças em
caso de chuvas (levar guarda-chuva ou capa de chuva)
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