[News] ¨Chuva e cantoria na aldeia dos mortos¨ tem sessão especial seguida de debate em Niterói
“CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS”, de João Salaviza e
Renée Nader Messora, que estreia nos cinemas em 18 de abril, terá sessão
especial em Niterói, na própria quinta-feira (18), às 19h, no Centro de Artes
UFF - Universidade Federal Fluminense. Após a exibição, haverá debate com os
diretores do filme. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do cinema.
O longa fez sua estreia mundial na última edição do Festival de
Cannes, onde ganhou o Prêmio Especial do Júri da mostra Un Certain Regard.
Depois de percorrer mais de cinquenta festivais internacionais e obter 11
prêmios, chega ao circuito comercial brasileiro.
Rodado ao longo de nove meses na aldeia Pedra Branca (Terra
Indígena Krahô, no Tocantins), em negativo 16mm, o filme acompanha Ihjãc, um
jovem Krahô, que após um encontro com o espírito do seu falecido pai, se vê
obrigado a realizar sua festa de fim de luto. Rejeitando seu dever e com o
objetivo de escapar do processo de se transformar em xamã, ele foge para a
cidade, onde enfrentará a realidade de ser um indígena no Brasil
contemporâneo.
As filmagens foram precedidas por uma longa relação de Renée com
o povo Krahô, que se iniciou em 2009. Desde então, a diretora (também
fotógrafa do filme) trabalha com a comunidade, participando na mobilização do
coletivo de cinegrafistas indígenas Mentuwajê Guardiões da Cultura. O trabalho
do grupo é focado na utilização do audiovisual como instrumento para a
autodeterminação e o fortalecimento da identidade cultural. Em 2014, João
Salaviza conheceu os Krahô e, juntos durante longas estadias na aldeia,
começaram a imaginar o que viria a ser o filme.
“O filme é inspirado na história real de um desses jovens
cineastas indígenas, que em uma das nossas viagens à aldeia, começou a se
sentir fraco e assustado porque um pajé tinha jogado um feitiço nele. Se
ficasse na aldeia, ele achava que iria morrer, então fugiu para a cidade. Este
caso, que acompanhamos muito de perto, foi o disparador. Depois, com a nossa
convivência na aldeia, participando da rotina da comunidade, o filme começou a
ganhar novos contornos. Quando finalmente decidimos que Ihjãc seria o
protagonista, ele também trouxe todo o seu núcleo familiar, suas questões
cotidianas e sua maneira muito particular de se relacionar com o mundo. Então,
o filme foi se moldando, ancorado numa forte presença de elementos reais, do
dia a dia na aldeia, naquele núcleo familiar específico. Queríamos filmar a
intimidade daquela família”, lembra a diretora. Todo esse tempo partilhado com
os Krahô, levou os realizadores à convicção de que não seria possível fazer
esse filme com um modelo de produção convencional.
“O que mais aprendemos nessa relação com os Krahô foi a
respeitar o tempo das coisas. Você não pode controlar tudo. Na aldeia, nosso
filme era tão importante quanto lavar roupa, ir colher mandioca ou fazer
reunião no pátio. Não era especialmente importante para ninguém. Nós também
passamos a encarar o filme com esta perspectiva. O importante era justamente
estar ali, 100% presente, vivendo aqueles dias com aquelas pessoas e tentando
contribuir de alguma forma. Para isso, precisávamos de tempo”, finaliza Nader.
“CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS” é produzido por Ricardo
Alves Jr. e Thiago Macêdo Correia, da EntreFilmes (responsável pela produção
do longa Elon não Acredita na Morte), em coprodução com a portuguesa Karõ
Filmes e a Material Bruto, de São Paulo. O longa é distribuído no Brasil pela
Embaúba Filmes.
SERVIÇO
Sessão de “CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS”, seguida de
debate
Local: Centro de Artes UFF – Rua Miguel de Frias, 9
Data: 18 de abril (quinta-feira)
Horário: 19h
Preço: R$14,00 (inteira) / R$7,00 (meia)
Ingressos: devem ser adquiridos na bilheteria do cinema.
SOBRE OS DIRETORES
JOÃO SALAVIZA
Nascido em Lisboa em 1984. Formado na ESTC, em Lisboa, e na
Universidad del Cine, em Buenos Aires. Seu primeiro longa-metragem, MONTANHA,
teve estreia mundial na Semana da Crítica do Festival de Veneza, em 2015. Veio
na sequência de uma trilogia de curtas formada por RAFA (Berlinale Golden Bear
2012), ARENA (Palme d’Or no Festival de Cannes 2009) e CERRO NEGRO (Rotterdam
em 2012). Recentemente voltou ao Festival de Berlim com os curtas ALTAS CIDADES
DE OSSADAS e RUSSA (co-dirigido com Ricardo Alves Jr). CHUVA É CANTORIA NA
ALDEIA DOS MORTOS, co-dirigido com Renée Nader Messora, é seu segundo
longa-metragem.
RENÉE NADER MESSORA
Nascida em São Paulo, em 1979. Formada em Direção de Fotografia
pela Universidad del Cine, em Buenos Aires. Por 15 anos, trabalhou como
assistente de direção no Brasil, Argentina e Portugal. Em 2009, Renée Nader
Messora conheceu os Krahô e, desde então, ela trabalha com a comunidade,
contribuindo na organização de um coletivo de jovens cinegrafistas. O foco do
trabalho do grupo Mentuwajê Guardiões da Cultural é usar as ferramentas
audiovisuais para o fortalecimento da identidade cultural e a autodeterminação
da comunidade. CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS é seu primeiro
longa-metragem.
SOBRE A ENTREFILMES
EntreFilmes é uma produtora sediada em Belo Horizonte, criada
pelos cineastas Ricardo Alves Jr. e Pablo Lamar e pelo produtor Thiago Macêdo
Correia. Tendo realizado diversos curtas-metragens exibidos em importantes
festivais internacionais como: Berlim, Semana da Crítica do Festival de Cannes,
Festival de Locarno, Oberhausen, Rotterdam, Havana, BAFICI - Buenos Aires;
tendo obras também exibidas no Centre Pompidou, em Paris, e no Museo Rainha
Sofia, em Madrid. O primeiro longa da produtora é “Elon não Acredita na Morte”
(2017), que teve sua estreia na Ásia no Festival de Internacional de Cinema de
Macau, onde foi contemplado com o prêmio de Contribuição Artística e teve
estreia europeia no Festival de Rotterdam. “Chuva é a Cantoria na Aldeia dos
Mortos” (2018) foi o segundo longa-metragem produzido pela EntreFilmes, que
teve estreia mundial no Festival de Cannes na mostra Un Certain Regard.
SOBRE A EMBAÚBA FILMES
A Embaúba Filmes é uma nova distribuidora de cinema brasileiro,
sediada em Belo Horizonte. A empresa atua com a distribuição de filmes autorais
em todas as suas etapas, incluindo festivais de cinema, lançamentos no circuito
comercial, negociações e vendas no Brasil e no exterior. A empresa é dirigida
por Daniel Queiroz, que vem de uma experiência prévia de mais de 10 anos como
programador de cinema em salas (Cine Humberto Mauro e Cine 104) e festivais
(Festival Internacional de Curtas de BH, Festival de Brasília, Semana de
Cinema). A Embaúba possui em seu catálogo filmes como Arábia, de Affonso Uchôa
e João Dumans; Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes; Chuva É Cantoria
na Aldeia dos Mortos, de João Salaviza e Renée Nader Messara; Inaudito, de
Gregório Gananian; Os Sonâmbulos, de Tiago Mata Machado; e A Rainha Nzinga
Chegou, de Júnia Torres e Isabel Casimira.
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