[Resenha] Pós F
Sinopse:
Em sua primeira obra de não ficção, Fernanda Young se insere no acalorado debate sobre o que significa ser homem e ser mulher hoje. Em textos autobiográficos, ela se revela como uma das tantas personagens femininas às quais deu voz, sempre independentes e a quem a inadequação é um sentimento intrínseco. E esse constante deslocamento faz com que Fernanda seja capaz de observar o feminino e o masculino em todas as suas potencialidades. É daí que surge o Pós-F, pós-feminismo e pós-Fernanda, um relato sincero sobre uma vida livre de estigmas calcada na sobrevivência definitiva do amor, no respeito inquestionável ao outro e na sustentação do próprio desejo. No livro, que é ilustrado com desenhos da autora, Fernanda oferece sua visão de mundo na tentativa de superar polarizações e construir algo maior, em que caibam todos os gêneros.
O que eu achei?
E vamos para uma resenha bem complicada, de um livro extremamente difícil de terminar – e de ler até o fim sem enlouquecer. Volta e meia acompanhava Fernanda Young em suas aparições e seus programas, e sempre gostei da postura dela, então quando ela lançou “Pós-F”, óbvio que me interessei – principalmente por tratar de feminismo... bem, era isso o que eu pensava.
A proposta do “Pós-F” é dar uma visão além das definições de “masculino” e “feminino”, além de “feminismo”, tudo de um ponto de vista analítico e amplo. Contudo, o livro peca do início ao fim. O primeiro capítulo até foi interessante e promissor, abordando alguns pontos que valeriam discutir. O segundo já começou a desandar drasticamente. E daí em diante foi ladeira abaixo. O livro aborda o feminismo de uma forma bem deturpada, e atrevo-me a dizer, sendo um desserviço a toda a causa e luta feminista.
Vários pontos são tratados nesse livro, desde o comportamento feminino ao comportamento masculino em relação a mulher, mas não é este o problema. No livro, o homem, em dados momentos é tratado como uma minoria – sim, ela diz isso -, visto que o feminismo parece generalizar os homens como todos sendo culpados, imundos e destrutivos. Neste momento surge o famoso grito de “mas nem todos”... um dos maiores pecados do livro.
Além disso há todo um capítulo extremamente transfóbico, onde, em suma, ela diz não entender como uma pessoa posso fazer uma operação de redesignação sexual sem antes experimentar todas as possibilidades de seu corpo – ou seja, se você tem um pênis, use-o antes de operar para saber como é a sensação. Dane-se os outros aspectos da sua vida, do seu psicológico... Vocês estão entendendo?
Mas o maior pecado desse livro está em um capítulo que se chama “Hoje Em Dia Tudo é Assédio”... Pense na atual sociedade, onde as mulheres lutam para existirem livremente, sem terem que se subjugar a ninguém, a nenhum homem mais especificamente; em que as mulheres têm medo de sair na rua sozinhas, de serem estupradas a cada esquina, de serem mortas... No que esse título vai ajudar? O que de bom esse capítulo tem a oferecer no atual cenário social? Todo o capítulo é um total erro existencial e crítico. A pauta está completamente errada, e mais parece um discurso de um homem tentando justificar seus atos sem querer jogar toda a culpa para si mesmo – ou para as tendencia do seu gênero.
Enfim, acredito que esse livro seja uma total perda de tempo, que não acrescenta em nada no movimento feminista e nem traz discussões uteis. Além de apertar em teclas que podem muito bem ser vistas como machistas, a autora exige da sociedade atual uma sofisticação comportamental e educacional que, aparentemente, nem ela possui – mas age como se seu discurso fosse um absoluto destruidor de paradigmas e divisor de águas.
Em suma, foi o pior livro que já li. Sem mais.
Em sua primeira obra de não ficção, Fernanda Young se insere no acalorado debate sobre o que significa ser homem e ser mulher hoje. Em textos autobiográficos, ela se revela como uma das tantas personagens femininas às quais deu voz, sempre independentes e a quem a inadequação é um sentimento intrínseco. E esse constante deslocamento faz com que Fernanda seja capaz de observar o feminino e o masculino em todas as suas potencialidades. É daí que surge o Pós-F, pós-feminismo e pós-Fernanda, um relato sincero sobre uma vida livre de estigmas calcada na sobrevivência definitiva do amor, no respeito inquestionável ao outro e na sustentação do próprio desejo. No livro, que é ilustrado com desenhos da autora, Fernanda oferece sua visão de mundo na tentativa de superar polarizações e construir algo maior, em que caibam todos os gêneros.
O que eu achei?
E vamos para uma resenha bem complicada, de um livro extremamente difícil de terminar – e de ler até o fim sem enlouquecer. Volta e meia acompanhava Fernanda Young em suas aparições e seus programas, e sempre gostei da postura dela, então quando ela lançou “Pós-F”, óbvio que me interessei – principalmente por tratar de feminismo... bem, era isso o que eu pensava.
A proposta do “Pós-F” é dar uma visão além das definições de “masculino” e “feminino”, além de “feminismo”, tudo de um ponto de vista analítico e amplo. Contudo, o livro peca do início ao fim. O primeiro capítulo até foi interessante e promissor, abordando alguns pontos que valeriam discutir. O segundo já começou a desandar drasticamente. E daí em diante foi ladeira abaixo. O livro aborda o feminismo de uma forma bem deturpada, e atrevo-me a dizer, sendo um desserviço a toda a causa e luta feminista.
Vários pontos são tratados nesse livro, desde o comportamento feminino ao comportamento masculino em relação a mulher, mas não é este o problema. No livro, o homem, em dados momentos é tratado como uma minoria – sim, ela diz isso -, visto que o feminismo parece generalizar os homens como todos sendo culpados, imundos e destrutivos. Neste momento surge o famoso grito de “mas nem todos”... um dos maiores pecados do livro.
Além disso há todo um capítulo extremamente transfóbico, onde, em suma, ela diz não entender como uma pessoa posso fazer uma operação de redesignação sexual sem antes experimentar todas as possibilidades de seu corpo – ou seja, se você tem um pênis, use-o antes de operar para saber como é a sensação. Dane-se os outros aspectos da sua vida, do seu psicológico... Vocês estão entendendo?
Mas o maior pecado desse livro está em um capítulo que se chama “Hoje Em Dia Tudo é Assédio”... Pense na atual sociedade, onde as mulheres lutam para existirem livremente, sem terem que se subjugar a ninguém, a nenhum homem mais especificamente; em que as mulheres têm medo de sair na rua sozinhas, de serem estupradas a cada esquina, de serem mortas... No que esse título vai ajudar? O que de bom esse capítulo tem a oferecer no atual cenário social? Todo o capítulo é um total erro existencial e crítico. A pauta está completamente errada, e mais parece um discurso de um homem tentando justificar seus atos sem querer jogar toda a culpa para si mesmo – ou para as tendencia do seu gênero.
Enfim, acredito que esse livro seja uma total perda de tempo, que não acrescenta em nada no movimento feminista e nem traz discussões uteis. Além de apertar em teclas que podem muito bem ser vistas como machistas, a autora exige da sociedade atual uma sofisticação comportamental e educacional que, aparentemente, nem ela possui – mas age como se seu discurso fosse um absoluto destruidor de paradigmas e divisor de águas.
Em suma, foi o pior livro que já li. Sem mais.
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