[News] Espetáculo ¨As comadres¨ no SESC Ginástico. terá temporada prorrogada por mais duas semanas
RIO DE JANEIRO - ‘As
Comadres’ é um projeto que nasce marcado por encontros e reencontros. Após
quase 30 anos no Théâtre du Soleil, Juliana Carneiro da Cunha desejava retornar
aos palcos nacionais e trazer para cá toda a bagagem e o processo de criação da
lendária companhia francesa. Com o auxílio de Fabianna de Mello e Souza e Julia
Carrera, ela convidou Ariane Mnouchkine – fundadora e líder do grupo desde 1964
– para assumir a empreitada brasileira. O espetáculo, que estreou em 11 de
abril no Teatro Sesc Ginástico, terá sua temporada prorrogada por mais duas
semanas, até o dia 2 de junho.
A ideia inicial da
encenadora foi montar ‘As Comadres’, inspirada em ‘Les belle-soeurs’, peça do
dramaturgo canadense Michel Tremblay escrita em 1965 e considerada o primeiro
drama quebequense, pelo fato de o texto utilizar o joual, dialeto usado pela
classe trabalhadora da cidade. Após virar um ícone e ser traduzido em mais de
25 idiomas, ele chega ao Brasil na versão musical do diretor francês René
Richard Cyr. Desta maneira, o projeto marca a confluência de uma dramaturgia
canadense com encenação francesa e equipe brasileira.
‘A peça foi uma
bomba política, no sentido positivo. Ela revolucionou o teatro e a situação das
mulheres no Canadá. Tremblay escreveu um texto terrível e, no fundo,
extremamente feminista’, analisa Ariane, que escolheu o texto por acreditar em
sua correspondência com a situação brasileira atual.
A ação acompanha um
dia na vida de Germana, moradora de um bairro periférico que ganha um milhão de
selos premiados e reúne amigas e familiares para colar os selos e conversar.
Com o passar da tarde, diversas situações dramáticas se desenrolam e tem como
pano de fundo questões contemporâneas, como opressão, repressão e
desvalorização da mulher, além de falar sobre os desejos e frustrações da
classe média.
Ariane ressalta que
será fiel à concepção de Richard: ‘Quando vi em Paris, chorei de rir e também
chorei de verdade. Então, eu não tenho motivo para mexer nisso. Portanto,
seguiremos uma espécie de livro-modelo, como Brecht fazia com suas peças. Irei
remontar a peça tal como Tremblay e Richard a escreveram e encenaram’, conta a
diretora.
A versão nacional
ganhará um revezamento das atrizes nos papéis, nos moldes do que é feito nos
processos de criação do Théâtre du Soleil. Desta vez, a alternância seguirá
pelas apresentações.
‘Diferentes atrizes
atuam diferentes personagens, guardando suas particularidades, sem qualquer
tipo de hierarquização ou julgamento de valor. Ganham as atrizes que se
multiplicam em cena, ganha o público que assiste a diversas versões de um mesmo
espetáculo, ganha o teatro brasileiro que vê suas possibilidades ampliadas com
a passagem de Ariane Mnouchkine pelos palcos do país’, ressalta Julia Carrera,
atriz, tradutora e uma das produtoras da montagem.
‘Ariane potencializa
tudo isso porque o fazer teatral, para ela, é baseado na força do coletivo’,
completa Fabianna de Mello e Souza, que esteve no Soleil por mais de uma década
e também atua e produz o espetáculo. Também estão no elenco as atrizes
brasileiras Sirléa Aleixo e Thallyssiane Aleixo, mãe e filha, respectivamente.
Elas começaram a se enveredar nas artes cênicas no Sesc Paraty.
AS COMADRES
Temporada: 11 de
abril a 2 de junho
De quinta a sábado,
às 19h. Domingos, às 18h.
Sesc Ginástico (Av.
Graça Aranha, 187).
Ingressos a R$ 30 /
R$ 15 (meia) / R$ 7,50 (habilitado Sesc) Entrada solidária: 50% de desconto
mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, que será revertido para o
projeto Mesa Brasil.
Vendas na bilheteria
do teatro de terça a domingo, das 13h às 20h | Info.: (21) 2279-4027
Duração: 90 minutos
Classificação: 12
anos
Sinopse: Convidadas
por Germana para lhe ajudar a colar um milhão de selos e, assim ganhar tudo que é preciso para mobiliar sua
casa, Linda, Mariângela, Branca, Romilda, Lisa, Rosa, Ivete, Lisete, Angelina,
Teresa, Pietra, Gabriela, Olivina e Ginete são personagens que podem estar
reunidas neste momento na periferia de São Paulo, no subúrbio do Rio ou à
margem de qualquer grande cidade do mundo. Mulheres que trabalham, cuidam de
seus filhos e marido, que traem e são traídas, que rezam. São amigas, cunhadas
e vizinhas que, reunidas na cozinha, colando os selos falam dos seus sonhos e
dissabores, desejos e medos, anseios e frustrações.
FICHA TÉCNICA
Texto Original:
Michel Tremblay
Versão Musical
Original: René Richard Cyr
Músicas Originais:
Daniel Bélanger
Supervisão
Artística: Ariane Mnouchkine
Direção Musical:
Wladimir Pinheiro
Elenco: Ana
Achcar, Anna Paula
Secco, Ariane Hime,
Beth Lamas, Fabianna de Mello e
Souza, Flavia Santana,
Gabriela Carneiro da Cunha,
Gillian Villa, Iza Eirado,
Janaína Azevedo, Julia
Carrera, Julia Marini,
Juliana Carneiro da
Cunha, Laila Garin,
Leda Ribas, Lilian
Valeska, Maria Ceiça,
Sirléa Aleixo, Sonia Dumont
e Thallyssiane Aleixo.
Musicistas:
Catherine Henriques e Karina Neves
Tradução: Julia
Carrera
Figurino: Tiago
Ribeiro
Cenário: Mina
Quental
Iluminação: Hugo
Mercier
Preparação Vocal:
Sonia Dumont
Letras: Wladimir
Pinheiro e Sonia Dumont
Assistente de
Direção: Hélène Cinque e Tomaz Nogueira da Gama
Cenotécnico: André
Salles
Camareira: Ana
Flavia Massadas
Assessoria De
Imprensa: Factoria Comunicação
Projeto gráfico:
Bruno Dante
Fotógrafo: Guga
Melgar
Coordenação de
Produção: Ariane Mnouchkine, Fabiana De Mello E Souza, Julia Carrera e Juliana
Carneiro Da Cunha
Direção de Produção:
Bárbara Galvão, Carolina Bellardi e Fernanda Pascoal - Pagu Produções Culturais
Produtor executivo e
diretor de palco: Fernando Queiroz
Assistente de
produção: Luciano de Lima Pinto
Realização: FMS
Produções
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