[Divulgação] Manipulação genética em seres humanos será rotina em 10 anos
E se você pudesse escolher a cor dos olhos do seu filho? Ou
mais: programá-lo para ser inteligente, ter uma saúde melhor e interferir em
seu comportamento? Parece até enredo de
ficção científica, mas especialistas em engenharia molecular afirmam que a edição
genética de seres humanos para fins terapêuticos deve se tornar cada vez mais
comum nos próximos 10 anos.
Em um primeiro momento, a manipulação genética deverá ocorrer
para tratamento ou até mesmo a cura de doenças em adultos, evoluindo para ações
em embriões. Para os estudiosos, o avanço da tecnologia dependerá de como a
sociedade reagirá às questões que envolvem esse tipo de intervenção.
Em uma análise futurística dos caminhos que a humanidade vem
seguindo, na obra O Silêncio dos Livros, escrita pelo promotor e doutor em
Ciências Jurídicas Fausto Panicacci, a prática já se tornou rotina na sociedade
apresentada na história. Em um cenário distópico, estudos no sistema carcerário
revelaram que todos os detentos violentos possuíam o que passou a ser chamado
de gene-C, o gene da criminalidade.
Como uma forma de evitar o erro genético, clínicas passaram a
projetar as futuras crianças. Por meio da inseminação artificial, os embriões
têm o código genético editado, podendo programar “filhos perfeitos”,
inteligentes, saudáveis e com um comportamento social impecável.
Ainda que a sociedade atual esteja longe de atingir essa
realidade, O Silêncio dos Livros convida os leitores a refletirem sobre os
paradoxos da condição humana e as questões éticas e técnicas que a prática da
manipulação genética propõe. Mais do que trazer respostas engessadas, a obra
incentiva a compreensão da diversidade e da complexidade do ser humano.
Sobre o autor: Fausto Luciano Panicacci é Doutor em Ciências
Jurídicas pela Universidade do Minho (Portugal). Formado em Direito (Largo São
Francisco, USP), estudou Fotografia, História do Cinema e História da Arte.
Além de O silêncio dos livros (romance), é autor de Naufrágios (coletânea de
contos e poemas), e de obra jurídica. Promotor de Justiça e escritor, foi
professor de pós-graduação no GVLaw da FGV/SP. Integra os grupos literários O
que restou e Library.
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