[News] Exposição conta a história do Palácio Quitandinha, antigo hotel-cassino de Petrópolis/RJ
PETRÓPOLIS/RJ - O Festival Sesc de Inverno 2019 acabou, mas deixou um legado para a cidade de Petrópolis: a exposição Memória Quitandinha. A mostra permanente, inaugurada em julho durante o evento, na sala Dom Pedro do Palácio Quitandinha, conta a história desse antigo hotel-cassino, inaugurado em 1944, e que hoje abriga, além de apartamentos residenciais, um dos mais importantes centros culturais da Região Serrana: o Sesc Quitandinha. Fechado esta semana para desmontagem de estruturas do evento encerrado no domingo (28), o palácio e a mostra reabrem à visitação do público neste sábado (3/8).
Com curadoria do jornalista Flávio Menna Barreto Neves, a mostra apresenta 8 módulos expositivos, com 10 segmentos temáticos, onde estão objetos, informações e conteúdos audiovisuais de diferentes épocas, permitindo ao visitante uma viagem pela história desse que já foi considerado o maior centro internacional de turismo do Brasil. Erguido pelo ex-tropeiro e posterior magnata do jogo e do entretenimento do Brasil Joaquim Rolla, o empreendimento passou apenas dois anos como hotel-cassino. Em 1946, foi obrigado a encerrar sua principal fonte de receita depois de um decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra proibir os jogos de azar no Brasil.
A exposição, organizada de forma cronológica, começa mostrando o que havia naquela área da Zona Sul da Cidade Imperial antes do suntuoso palácio: uma fazenda de criação de gado. Segue apresentando o empreendedor Joaquim Rolla, dono de uma rede de cassinos, entre eles o da Urca, no Rio, e o processo de construção do palácio de 28 mil metros quadrados, com sua cúpula de 46,4 metros de diâmetro, maior que a da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O visitante pode ver fotos da construção, as plantas arquitetônicas e conhecer os profissionais que trabalharam no projeto – que além do palácio, incluía a urbanização do entorno.
Pratos e talheres de época impressos com o famoso “Q”, marca do empreendimento, também podem ser encontrados na exposição, assim como móveis projetados pela norte-americana Dorothy Draper, que assina a decoração do palácio, toda ela inspirada nos cenários hollywoodianos.
Um dos painéis da exposição é dedicado à decoradora norte-americana. Nele é possível assistir a um depoimento exclusivo para a exposição do vice-presidente da Dorothy Draper & Company, fundada por ela e sediada em Nova Iorque. Segundo Brinsley Matthews, o palácio “é um monumento nacional e o melhor e mais triunfante trabalho de Dorothy Draper”, constando como um dos destaques do portifólio da empresa.
Também há depoimentos de pessoas que vivenciaram o glamour do local, frequentado por chefes de estado, como os presidentes Henry Truman (EUA), Juan Domingo Perón (Argentina), Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, além de celebridades como Carmen Miranda, Oscarito, Virginia Lane, Orson Welles e Greta Garbo. A atriz Adelaide Chiozzo conta como foram as gravações de “É fogo na roupa”, filme rodado no palácio; o pianista Oceano de Menezes “Coruba” relata o seu trabalho de cicerone de grandes artistas pela cidade; e o radialista Santos Ribeiro recorda da Rádio Quitandinha (ZYP-23), que entrou no ar em 1951 e foi responsável pelo lançamento de diversos artistas, como o ator e cantor Bill Farr (1925-2010).
Imagens do fotógrafo húngaro naturalizado brasileiro Carlos Moskovic retratam a atmosfera de tranquilidade do entorno do lago artificial, em formato de mapa do Brasil, criado em frente ao palácio. As fotografias mostram turistas praticando atividades desportivas e banhistas aproveitando o sol no balneário criado com areia retirada às toneladas da praia de Copacabana.
Outro personagem relevante da época também ganhou um painel exclusivo: o figurinista Alceu Penna, também desenhista e ilustrador da revista O Cruzeiro. Seus traços podem ser vistos dentro do palácio, nos desenhos que estampam as paredes da Sala das Crianças, inspirados na fábula de Jean de La Fontaine. Em frente a um aparelho de rádio da época, o visitante pode ouvir a recriação de áudios da Rádio Quitandinha com músicas e boletim de notícias. Outros dois painéis tratam dos grandes eventos sediados no palácio, como conferências internacionais e concursos de Miss Brasil.
SERVIÇO
Exposição permanente “Memória Quitandinha”
Sesc Quitandinha: Rua Joaquim Rolla 2 – Quitandinha – Petrópolis/RJ
Visitação: De terças a domingos e feriados, das 9h30 às 17h
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (inteira). Moradores de Petrópolis e associados Sesc pagam R$ 2.
Com curadoria do jornalista Flávio Menna Barreto Neves, a mostra apresenta 8 módulos expositivos, com 10 segmentos temáticos, onde estão objetos, informações e conteúdos audiovisuais de diferentes épocas, permitindo ao visitante uma viagem pela história desse que já foi considerado o maior centro internacional de turismo do Brasil. Erguido pelo ex-tropeiro e posterior magnata do jogo e do entretenimento do Brasil Joaquim Rolla, o empreendimento passou apenas dois anos como hotel-cassino. Em 1946, foi obrigado a encerrar sua principal fonte de receita depois de um decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra proibir os jogos de azar no Brasil.
A exposição, organizada de forma cronológica, começa mostrando o que havia naquela área da Zona Sul da Cidade Imperial antes do suntuoso palácio: uma fazenda de criação de gado. Segue apresentando o empreendedor Joaquim Rolla, dono de uma rede de cassinos, entre eles o da Urca, no Rio, e o processo de construção do palácio de 28 mil metros quadrados, com sua cúpula de 46,4 metros de diâmetro, maior que a da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O visitante pode ver fotos da construção, as plantas arquitetônicas e conhecer os profissionais que trabalharam no projeto – que além do palácio, incluía a urbanização do entorno.
Pratos e talheres de época impressos com o famoso “Q”, marca do empreendimento, também podem ser encontrados na exposição, assim como móveis projetados pela norte-americana Dorothy Draper, que assina a decoração do palácio, toda ela inspirada nos cenários hollywoodianos.
Um dos painéis da exposição é dedicado à decoradora norte-americana. Nele é possível assistir a um depoimento exclusivo para a exposição do vice-presidente da Dorothy Draper & Company, fundada por ela e sediada em Nova Iorque. Segundo Brinsley Matthews, o palácio “é um monumento nacional e o melhor e mais triunfante trabalho de Dorothy Draper”, constando como um dos destaques do portifólio da empresa.
Também há depoimentos de pessoas que vivenciaram o glamour do local, frequentado por chefes de estado, como os presidentes Henry Truman (EUA), Juan Domingo Perón (Argentina), Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, além de celebridades como Carmen Miranda, Oscarito, Virginia Lane, Orson Welles e Greta Garbo. A atriz Adelaide Chiozzo conta como foram as gravações de “É fogo na roupa”, filme rodado no palácio; o pianista Oceano de Menezes “Coruba” relata o seu trabalho de cicerone de grandes artistas pela cidade; e o radialista Santos Ribeiro recorda da Rádio Quitandinha (ZYP-23), que entrou no ar em 1951 e foi responsável pelo lançamento de diversos artistas, como o ator e cantor Bill Farr (1925-2010).
Imagens do fotógrafo húngaro naturalizado brasileiro Carlos Moskovic retratam a atmosfera de tranquilidade do entorno do lago artificial, em formato de mapa do Brasil, criado em frente ao palácio. As fotografias mostram turistas praticando atividades desportivas e banhistas aproveitando o sol no balneário criado com areia retirada às toneladas da praia de Copacabana.
Outro personagem relevante da época também ganhou um painel exclusivo: o figurinista Alceu Penna, também desenhista e ilustrador da revista O Cruzeiro. Seus traços podem ser vistos dentro do palácio, nos desenhos que estampam as paredes da Sala das Crianças, inspirados na fábula de Jean de La Fontaine. Em frente a um aparelho de rádio da época, o visitante pode ouvir a recriação de áudios da Rádio Quitandinha com músicas e boletim de notícias. Outros dois painéis tratam dos grandes eventos sediados no palácio, como conferências internacionais e concursos de Miss Brasil.
SERVIÇO
Exposição permanente “Memória Quitandinha”
Sesc Quitandinha: Rua Joaquim Rolla 2 – Quitandinha – Petrópolis/RJ
Visitação: De terças a domingos e feriados, das 9h30 às 17h
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (inteira). Moradores de Petrópolis e associados Sesc pagam R$ 2.
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