[News] A Febre, longa de ficção de estreia de Maya Da-Rin, é selecionado para o 72° Festival de Locarno
A Febre, longa de ficção de estreia de
Maya Da-Rin, terá sua première mundial no 72° Festival de Locarno, um dos principais festivais de
cinema autoral do mundo, que acontece de 7 a 17 de agosto, na Suíça. O filme
será exibido na mostra competitiva Concorso
Internazionale.
A trama narra a história do
indígena Justino, de 45 anos, que trabalha como vigilante em um porto de cargas
e vive em uma casa na periferia de Manaus. Desde a morte da sua esposa, sua
principal companhia é a filha Vanessa, que está de partida para estudar Medicina,
em Brasília. Sob o sol escaldante e as chuvas tropicais, Justino se esforça
para se manter concentrado no trabalho, quando de repente, é tomado por uma
febre forte. Enquanto isso, na televisão, fala-se de um animal selvagem à
espreita no bairro.
“Inspirado
em histórias reais, o roteiro é centrado na relação entre um pai e uma filha,
entre uma geração que carrega a espiritualidade de seu povo e os jovens
indígenas criados na cidade”, diz Maya Da-Rin.
Maya Da-Rin é uma cineasta e
artista visual brasileira. Graduada na Le Fresnoy (França), tem mestrado em
Cinema e História da Arte na Sorbonne Nouvelle e participou de oficinas de
cinema na Escola de Cinema de Cuba. Já teve trabalhos exibidos em Locarno, DOK
Leipizig e no MoMa. Seu documentário Terras
(2010), também distribuído pela Vitrine, foi selecionado para mais de 40
festivais de cinema e seu projeto de longa-metragem. A
Febre, participou da Cinéfondation, La Fabrique des Cinémas du Monde e
TorinoFilmLab. No Brasil, A
Febre será distribuído pela Vitrine Filmes, ainda sem previsão de data
para o lançamento.
SINOPSE
Manaus é uma cidade industrial
cercada pela floresta amazônica. Justino, um indígena Desana de 45 anos,
trabalha como vigia no porto de cargas. Desde a morte de sua esposa, sua
principal companhia é sua filha mais nova com quem vive em uma casa modesta na
periferia. Enfermeira em um posto de saúde, Vanessa é aceita para estudar
medicina em Brasília e terá que viajar em breve.
Entre a opressão da cidade e a
distância de sua aldeia, Justino já não pode suportar uma existência sem lugar.
Com o passar dos dias, ele é tomado por uma febre forte. Durante a noite, uma
criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter
acordado no trabalho. Mas logo a rotina tediosa do porto é quebrada pela
chegada de um novo vigia. Enquanto isso, a visita de seu irmão faz Justino
rememorar a vida na aldeia, de onde partiu vinte anos atrás.
FICHA TÉCNICA
Direção: Maya Da-Rin
Roteiro: Maya Da-Rin, Miguel
Seabra Lopes, Pedro Cesarino
Produtores: Maya Da-Rin,
Leonardo Mecchi, Juliette Lepoutre
Co-produtores: Pierre Menahem,
Janine Jackowski, Jonas Dornbach
Empresas Produtoras: Tamanduá
Vermelho, Enquadramento Produções (Brasil)
Empresas Coprodutoras: Still
Moving (França), Komplizen Film (Alemanha)
Produtor Executivo: Leonardo
Mecchi
Assistente de Direção: Milena
Times
Diretora de Fotografia: Bárbara
Alvarez
Som: Felippe Schultz Mussel,
Breno Furtado, Romain Ozanne
Mixagem: Emmanuel Croset
Direção de Arte: Ana Paula
Cardoso
Figurino: Joana Gatis
Maquiagem: Helena d’Araújo
Edição: Karen Akerman
ELENCO
Regis Myrupu como Justino
Rosa Peixoto como Vanessa
Johnatan Sodré como Everton
Kaisaro Jussara Brito como
Jalmira
Edmildo Vaz Pimentel como André
Anunciata Teles Soares como
Marta
Lourinelson Wladmir como
Wanderlei
FILMOGRAFIA
DA DIRETORA
- Camuflagem [Camouflage],
vídeo-instalação, 2013, 6’
- Horizonte de Eventos [Event
Horizon], vídeo-instalação, 2012, 45’
- Version Française [French
Version], curta-metragem, 2011, 19’
- Terras [Lands], documentário,
2009, 70’
- Margem (Margin),
documentário, 2006, 54’
- E Agora José? (The
World Tilts to Here, 2002, 27’)
SOBRE
A TAMANDUÁ VERMELHO:
Depois de terminar a
formação em Cinema e Artes Visuais no Le Fresnoy, Maya Da-Rin decidiu criar a
sua própria empresa, trazendo a bordo os documentários “Terras” (que estreou no
Festival de Locarno e foi exibido em mais de 40 festivais ao redor do mundo,
ganhando nove prêmios diferentes) e “Margem” (exibido em festivais como
Toulouse, Havana e Uruguai).
Tamanduá Vermelho inicia suas
atividades produzindo o longa-metragem “A Febre”, um projeto selecionado para a
residência da Cinefondation e para o encontro de coprodução La Fabrique (ambos
organizados pelo Festival de Cannes), além dos programas Script & Pitch e
FrameWork, do TorinoFilmLab. Ganhou ainda o fundo de desenvolvimento Hubert
Bals Fund (do Festival de Rotterdam). O projeto também contou com o apoio do
Fundo Setorial do Audiovisual, da ANCINE, do Aide aux Cinémas du Monde, do CNC,
e do World Cinema Fund, do Festival de Berlim, para sua produção, além do fundo
Île-de-France, para sua finalização. O filme terá agora sua estreia mundial no
Concorso internazionale do Festival de Locarno. Além disso, a empresa atualmente
também desenvolve o próximo longa-metragem de Maya Da-Rin, em fase de escrita.
SOBRE
A ENQUADRAMENTO PRODUÇÕES:
Enquadramento Produções é uma
produtora cultural, com sede em São Paulo, que atua no desenvolvimento e
produção de projetos de curtas e longas metragens, selecionados para
importantes festivais nacionais e internacionais, como Cannes, Locarno,
Rotterdam, Viennale, FidMarseille, BAFICI, Brasília, Tiradentes e Gramado.
Entre suas mais recentes
produções estão "Los Silencios", de Beatriz Seigner, coprodução
Brasil/França/Colômbia (Festival de Cannes - Quinzena dos Realizadores);
"A Febre", de Maya Da-Rin, coprodução Brasil/França/Alemanha
(Festival de Locarno - Concorso Internazionale); e "Mormaço", de
Marina Meliande (Festival de Rotterdam - Tiger Competition).
Encontra-se ainda em
finalização do longa-metragem "A Morte Habita à Noite", de Eduardo
Morotó. Seu sócio-diretor, Leonardo Mecchi, foi ainda produtor executivo de
longas como "Obra", de Gregório Graziosi (Melhor Filme pela Crítica e
Melhor Fotografia no Festival do Rio), "Super Nada", de Rubens Rewald
(Melhor Filme e Prêmio Especial do Júri na mostra Novos Rumos do Festival do
Rio) e "Quebradeiras", de Evaldo Mocarzel (Melhor Documentário no
Festival de Toulouse, França; Melhor Direção, Fotografia e Som no Festival de
Brasília). Foi também produtor associado do documentário "O Processo",
de Maria Augusta Ramos (Festival de Berlim).
A VITRINE
FILMES
Em nove anos,
a Vitrine Filmes distribuiu mais de 140 filmes. Entre seus maiores sucessos
estão "Aquarius" e "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça
Filho e "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro. Mais
recentemente a distribuidora lançou "Divinas Divas", dirigido por
Leandra Leal, o documentário mais visto de 2017 e "O Processo", de
Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos
da história do cinema nacional. Entre os lançamentos de 2019 estão “Divino
Amor”, dirigido por Gabriel Mascaro, e "Bacurau”, novo filme do diretor
Kleber Mendonça Filho em parceria com Juliano Dornelles. Além disso a Vitrine
Filmes segue com a quinta edição da Sessão Vitrine, projeto de distribuição
coletiva de filmes, que durante o ano todo irá lançar longas nacionais em
diversas cidades do Brasil.
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