[News] Produção brasileira de VR é selecionada para o Festival de Veneza
“A Linha”, experiência narrativa e interativa em realidade virtual da ARVORE Experiências Imersivas estreará mundialmente no 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza. Com a voz do ator Rodrigo Santoro, “A Linha” convida o público para uma imersão na São Paulo da década de 40, onde compartilharemos a história de Rosa e Pedro, dois bonecos de maquete que devem lidar com a rotina e o medo da mudança. Através da movimentação do corpo, a história conduz o usuário aos altos e baixos da história de amor dos dois personagens. “A Linha” permite assim que os usuários participem efetivamente da história de Rosa e Pedro, em uma peça singular de 13 minutos.
O diretor e sócio da ARVORE Ricardo Laganaro combina uma narrativa clássica com a fisicalidade e envolvimento emocional que a realidade virtual proporciona. Traz uma história universal sobre amor e medo de mudança para uma audiência global, propondo também uma nova cultura de engajamento com a realidade virtual para o grande público.
A obra disputa a premiação na importante mostra paralela com outras obras em realidade virtual. É a primeira vez que um título nacional entra nesta competição, que ganha cada vez mais espaço no evento italiano. A produção estará na Mostra competitiva, integrando um total de 26 obras do mundo todo. Concorrerá a dois prêmios: Melhor Experiência Interativa e Melhor Experiência em Realidade Virtual,
"A realidade virtual é uma oportunidade única de utilizar um novo meio de comunicação e criar a linguagem e os padrões dele junto com qualquer outro país do mundo. A barreira de entrada é muito pequena e todos os países estão começando ao mesmo tempo. No Brasil não podemos deixar esse momento passar e correr o risco de reproduzir o abismo que já existe em outras indústrias de entretenimento. Estar no Festival de Veneza comprova que podemos ser protagonistas desse momento, dessa revolução e contar a história do nosso jeito, com as nossas cores, com uma equipe brasileira", explica Ricardo Laganaro.
"Estamos honrados em estrear nosso trabalho no Festival de Veneza pela primeira vez como parte da seleção oficial", complementa Ricardo Justus, co-fundador e CEO da ARVORE. "A Linha’ representa a ênfase que colocamos na narrativa sempre avançando a linguagem e tecnologia dos meios imersivos".
Depois de grande impacto na edição da Biennale do ano passado, quando teve 30 filmes em competição, a Venice Virtual Reality (VVR), mostra dedicada aos filmes de realidade virtual, integra a seleção e competição oficial, ganhando cada vez mais relevância no evento. O Festival Internacional de Cinema de Veneza é o mais antigo e um dos principais festivais de cinema do mundo.
A experiência
Ao colocar o headset, imergimos em uma sala escura. Todas as interações replicam movimentos reais. As mão são capazes de segurar objetos, os lábios, de soprar.
No colo, temos um álbum empoeirado. Ao assoprar a poeira e virar suas páginas notamos: todas as fotografias foram retiradas, apenas descrições e espaços vazios preenchem as páginas. Uma voz nos alerta: “existem memórias que não cabem em uma foto”. Graças a uma chave que se materializa misteriosamente, podemos abrir uma porta que revela uma maquete de São Paulo nos anos 1940 - réplicas de prédios icônicos, automóveis em miniatura, um guarda de trânsito pontual, moradores pacatos. A rotina é a regra e nesta maquete tudo parece se repetir há milhares e milhares de ciclos. Pedro, o entregador de jornais, parece não se importar com a mesmice. Ao contrário, ele aprecia que o usuário manipule os controles da maquete e o ajude a cumprir sua rotina diária.
Em um momento, porém, seremos cúmplices de uma pequena transgressão: ajudar Pedro a retirar uma flor amarela de uma árvore em uma pracinha. Logo entendemos a quem a flor é destinada: Rosa, a florista. Rosa tem uma rotina espinhosa, como as flores que cultiva. Embora cultive flores vermelhas, amarelo é sua cor favorita e a flor entregue por Pedro parece ser a única quebra em seu dia à dia árduo. Rosa nem vê mais sentido em cultivar flores para a histórias de amor que não são dela, mas essa parece ser sua sina, o caminho para qual seu trilho sempre a leva. Ambos estão presos a engrenagens que os impedem de seguir seus próprios caminhos. Mas Pedro pode pedalar sua bicicleta graças a suas pernas articuladas e Rosa pode cultivar flores graças a seus braços articulados. Pedro promete para si mesmo que falará com Rosa, mas sabendo que sempre terá o ciclo seguinte, adia a declaração.
No ciclo seguinte, porém, não há mais flores amarelas. Pedro se desespera. Não sabe o que fazer. Tem medo que Rosa o esqueça, mas ainda não encontra coragem suficiente para se declarar. Até que Pedro nota: no topo da mais alta montanha há uma réstia de esperança, uma última flor amarela. Para alcançá-la, terá que fazer um desvio em seu caminho rotineiro. Para isso, conta com nossa ajuda, para manipular um mecanismo da maquete.
Ao pegar a flor, porém, Pedro se dá conta que sua bicicleta não foi feita para andar fora do trilho e acaba caindo até a parte de baixo da maquete. Nos vemos obrigados a abaixar e enfrentar o desconhecido com Pedro. Pouco a pouco, ele aprende a andar com as próprias pernas. Pela primeira vez, as nossas interações não passam pela maquete, nos relacionamos diretamente com Pedro, formando caminhos para que ele possa voltar para casa. O submundo da maquete é um lugar perigoso para um boneco em miniatura. Pedro se vê ameaçado por objetos pontiagudos e enferrujados ao ponto de ter que se livrar da flor para salvar sua própria vida e subir de volta para casa.
De volta à maquete, Pedro não tem uma bicicleta, mas sabe andar com as próprias pernas. Não leva mais uma flor amarela, mas está resoluto - falará com Rosa. Mas Rosa não está. Ele vê o mecanismo que antes guiava Rosa se movimentar sem a presença da amada florista.
Pedro se pergunta o que fazer até que vê uma flor amarela. E depois outra. E depois outra.
Ao seguir o caminho, se depara com um lindo campo de flores amarelas, mas não consegue ver além. Ajudamos Pedro mais uma vez, soprando as flores amarelas. Em meio a uma chuva de pétalas, Pedro reconhece Rosa. Ela conta que guardou todas as flores amarelas. Uma a uma.
Quando Pedro não trouxe uma flor, entendeu que era a sua vez de procurá-lo.
Rosa tem os braços articulados. Pedro, as pernas. Eles sobem em uma bicicleta e entendem - juntos, podem ir mais longe. Não precisam mais de um trilho e podem seguir a própria rota, inventar a própria rotina.
Pedro e Rosa precisam uma última vez de nossa ajuda. Com a ajuda de um disparador, tiramos uma foto deles para o álbum de recordações. Neste momento, somos transportados para o meio da maquete, onde podemos apreciar mais de perto o cenário da história de amor que acabamos de viver.
A LINHA
Título original: A Linha
Título em inglês: The Line
Experiência interativa em Realidade Virtual
VR 6 DOF
Duração aproximada: 13 minutos
Ano de produção: 2019
País de produção: Brasil
Diretor: Ricardo Laganaro
Produção: Arvore Immersive Experiences
Première mundial
Biennale Cinema 2019 | Venice Virtual Reality
SINOPSE
“A Linha” é uma experiência imersiva em realidade virtual sobre amor e rotina. Em São Paulo dos anos 40, Pedro e Rosa parecem perfeitos um para o outro. No entanto, para viver uma história de amor, precisarão superar importantes barreiras: as engrenagens de uma maquete que os levam a caminhos opostos, além do medo de assumir o sentimento. Ao manipular a maquete de miniaturas, o usuário é convidado a um mundo mágico. Graças a interações e ao movimento de seu corpo, sentirá os altos e baixos de uma história de amor.
RICARDO LAGANARO
Sócio e Chief StoryTelling Officer na ARVORE Experiências Imersivas, criou a experiência de entrada para o Museu do Amanhã, clipes e videos 360º com mais de 60 milhões de visualizações e dirigiu o doc em VR “Step to the Line”. O curta estreou no Festival de Tribeca 2017 e foi citado pela Revista Time como um dos 5 melhores conteúdos do ano para VR mobile. Em 2018, foi um dos criadores da instalação “Objects in Mirror AR Closer Than They Appear”, indicado na categoria “StoryScapes” em Tribeca. Já palestrou em eventos como SXSW, CCXP e na Assembléia Geral da ONU de 2017
O diretor e sócio da ARVORE Ricardo Laganaro combina uma narrativa clássica com a fisicalidade e envolvimento emocional que a realidade virtual proporciona. Traz uma história universal sobre amor e medo de mudança para uma audiência global, propondo também uma nova cultura de engajamento com a realidade virtual para o grande público.
A obra disputa a premiação na importante mostra paralela com outras obras em realidade virtual. É a primeira vez que um título nacional entra nesta competição, que ganha cada vez mais espaço no evento italiano. A produção estará na Mostra competitiva, integrando um total de 26 obras do mundo todo. Concorrerá a dois prêmios: Melhor Experiência Interativa e Melhor Experiência em Realidade Virtual,
"A realidade virtual é uma oportunidade única de utilizar um novo meio de comunicação e criar a linguagem e os padrões dele junto com qualquer outro país do mundo. A barreira de entrada é muito pequena e todos os países estão começando ao mesmo tempo. No Brasil não podemos deixar esse momento passar e correr o risco de reproduzir o abismo que já existe em outras indústrias de entretenimento. Estar no Festival de Veneza comprova que podemos ser protagonistas desse momento, dessa revolução e contar a história do nosso jeito, com as nossas cores, com uma equipe brasileira", explica Ricardo Laganaro.
"Estamos honrados em estrear nosso trabalho no Festival de Veneza pela primeira vez como parte da seleção oficial", complementa Ricardo Justus, co-fundador e CEO da ARVORE. "A Linha’ representa a ênfase que colocamos na narrativa sempre avançando a linguagem e tecnologia dos meios imersivos".
Depois de grande impacto na edição da Biennale do ano passado, quando teve 30 filmes em competição, a Venice Virtual Reality (VVR), mostra dedicada aos filmes de realidade virtual, integra a seleção e competição oficial, ganhando cada vez mais relevância no evento. O Festival Internacional de Cinema de Veneza é o mais antigo e um dos principais festivais de cinema do mundo.
A experiência
Ao colocar o headset, imergimos em uma sala escura. Todas as interações replicam movimentos reais. As mão são capazes de segurar objetos, os lábios, de soprar.
No colo, temos um álbum empoeirado. Ao assoprar a poeira e virar suas páginas notamos: todas as fotografias foram retiradas, apenas descrições e espaços vazios preenchem as páginas. Uma voz nos alerta: “existem memórias que não cabem em uma foto”. Graças a uma chave que se materializa misteriosamente, podemos abrir uma porta que revela uma maquete de São Paulo nos anos 1940 - réplicas de prédios icônicos, automóveis em miniatura, um guarda de trânsito pontual, moradores pacatos. A rotina é a regra e nesta maquete tudo parece se repetir há milhares e milhares de ciclos. Pedro, o entregador de jornais, parece não se importar com a mesmice. Ao contrário, ele aprecia que o usuário manipule os controles da maquete e o ajude a cumprir sua rotina diária.
Em um momento, porém, seremos cúmplices de uma pequena transgressão: ajudar Pedro a retirar uma flor amarela de uma árvore em uma pracinha. Logo entendemos a quem a flor é destinada: Rosa, a florista. Rosa tem uma rotina espinhosa, como as flores que cultiva. Embora cultive flores vermelhas, amarelo é sua cor favorita e a flor entregue por Pedro parece ser a única quebra em seu dia à dia árduo. Rosa nem vê mais sentido em cultivar flores para a histórias de amor que não são dela, mas essa parece ser sua sina, o caminho para qual seu trilho sempre a leva. Ambos estão presos a engrenagens que os impedem de seguir seus próprios caminhos. Mas Pedro pode pedalar sua bicicleta graças a suas pernas articuladas e Rosa pode cultivar flores graças a seus braços articulados. Pedro promete para si mesmo que falará com Rosa, mas sabendo que sempre terá o ciclo seguinte, adia a declaração.
No ciclo seguinte, porém, não há mais flores amarelas. Pedro se desespera. Não sabe o que fazer. Tem medo que Rosa o esqueça, mas ainda não encontra coragem suficiente para se declarar. Até que Pedro nota: no topo da mais alta montanha há uma réstia de esperança, uma última flor amarela. Para alcançá-la, terá que fazer um desvio em seu caminho rotineiro. Para isso, conta com nossa ajuda, para manipular um mecanismo da maquete.
Ao pegar a flor, porém, Pedro se dá conta que sua bicicleta não foi feita para andar fora do trilho e acaba caindo até a parte de baixo da maquete. Nos vemos obrigados a abaixar e enfrentar o desconhecido com Pedro. Pouco a pouco, ele aprende a andar com as próprias pernas. Pela primeira vez, as nossas interações não passam pela maquete, nos relacionamos diretamente com Pedro, formando caminhos para que ele possa voltar para casa. O submundo da maquete é um lugar perigoso para um boneco em miniatura. Pedro se vê ameaçado por objetos pontiagudos e enferrujados ao ponto de ter que se livrar da flor para salvar sua própria vida e subir de volta para casa.
De volta à maquete, Pedro não tem uma bicicleta, mas sabe andar com as próprias pernas. Não leva mais uma flor amarela, mas está resoluto - falará com Rosa. Mas Rosa não está. Ele vê o mecanismo que antes guiava Rosa se movimentar sem a presença da amada florista.
Pedro se pergunta o que fazer até que vê uma flor amarela. E depois outra. E depois outra.
Ao seguir o caminho, se depara com um lindo campo de flores amarelas, mas não consegue ver além. Ajudamos Pedro mais uma vez, soprando as flores amarelas. Em meio a uma chuva de pétalas, Pedro reconhece Rosa. Ela conta que guardou todas as flores amarelas. Uma a uma.
Quando Pedro não trouxe uma flor, entendeu que era a sua vez de procurá-lo.
Rosa tem os braços articulados. Pedro, as pernas. Eles sobem em uma bicicleta e entendem - juntos, podem ir mais longe. Não precisam mais de um trilho e podem seguir a própria rota, inventar a própria rotina.
Pedro e Rosa precisam uma última vez de nossa ajuda. Com a ajuda de um disparador, tiramos uma foto deles para o álbum de recordações. Neste momento, somos transportados para o meio da maquete, onde podemos apreciar mais de perto o cenário da história de amor que acabamos de viver.
A LINHA
Título original: A Linha
Título em inglês: The Line
Experiência interativa em Realidade Virtual
VR 6 DOF
Duração aproximada: 13 minutos
Ano de produção: 2019
País de produção: Brasil
Diretor: Ricardo Laganaro
Produção: Arvore Immersive Experiences
Première mundial
Biennale Cinema 2019 | Venice Virtual Reality
SINOPSE
“A Linha” é uma experiência imersiva em realidade virtual sobre amor e rotina. Em São Paulo dos anos 40, Pedro e Rosa parecem perfeitos um para o outro. No entanto, para viver uma história de amor, precisarão superar importantes barreiras: as engrenagens de uma maquete que os levam a caminhos opostos, além do medo de assumir o sentimento. Ao manipular a maquete de miniaturas, o usuário é convidado a um mundo mágico. Graças a interações e ao movimento de seu corpo, sentirá os altos e baixos de uma história de amor.
RICARDO LAGANARO
Sócio e Chief StoryTelling Officer na ARVORE Experiências Imersivas, criou a experiência de entrada para o Museu do Amanhã, clipes e videos 360º com mais de 60 milhões de visualizações e dirigiu o doc em VR “Step to the Line”. O curta estreou no Festival de Tribeca 2017 e foi citado pela Revista Time como um dos 5 melhores conteúdos do ano para VR mobile. Em 2018, foi um dos criadores da instalação “Objects in Mirror AR Closer Than They Appear”, indicado na categoria “StoryScapes” em Tribeca. Já palestrou em eventos como SXSW, CCXP e na Assembléia Geral da ONU de 2017
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