[Resenha] Bem-Vindo À Casa Dos Espíritos
Sinospe: Você é o nosso convidado de honra para ler o que poucos conseguem ver. Uma casa perdida no meio do nada parece ser um bom lugar para esconder os mais sombrios segredos. Principalmente quando se trata de uma casa invisível a olhos não autorizados por seu dono, o enigmático Andrew Ranulf.
Há muitas coisas que você deveria saber sobre Andrew. A mais importante de todas seria manter distância dele. Mas talvez você não consiga resistir à tentação de descobrir o que esse cara está evocando. Ele é um fenômeno que surge em todos os lugares onde Bem-vindo à Casa dos Espíritos é lançado. Não diga que não foi avisado.
Protagonista do livro de Christopher Buehlman, Andrew é um imigrante russo que guarda em casa uma perigosa relíquia da antiga União Soviética. Membro dos Alcoólicos Anônimos, há dez anos longe das garrafas, ele também é um bruxo famoso. Sua técnica de conversar com os mortos através de vídeos atrai muitos clientes. Por mais estranho que pareça, Andrew também tem sentimentos e possui uma dona para o seu gélido coração: uma sereia de carne, osso e escamas. Todo cuidado é pouco para não seguirmos seu canto até o fundo do lago.
Misturando antigas fábulas com uma narrativa moderna que encanta leitores em todo o mundo, Bem-vindo à Casa dos Espíritos é mais um lançamento para os destemidos leitores da DarkSide® Books em 2018. Andrew Pyper – autor de O Demonologista, outro best-seller da editora que surpreendeu o mercado brasileiro – é o primeiro a afirmar: “Bem-vindo à Casa dos Espíritos é ao mesmo tempo belo e aterrorizante, mágico e realista, literalmente maravilhoso".
O que eu achei?
E mais um livro da maravilhosa Darkside
Books foi lido. O da vez foi o “Bem-Vindo à Casa Dos Espírito”,
de Christopher Buehlman, e confesso... esperava muito, mas muito mais
desse livro, baseado no que foi prometido. Pra começar, não existe
uma casa de espíritos, mas a casa de um bruxo necromancer, que
conseguiu sobreviver e fugir do carcere de Baba Yaga, uma entidade do
folclore russo. Então aí já nos frustramos um pouco – ou pelo
menos eu – por ter esperado uma história com fantasmas e coisas do
tipo.
O livro tem uma escrita muito boa,
fluida e rápida, sem enrolar muito. Capítulos curtos, bastante
diálogos e apenas informações necessárias para você entender o
rumo de todas as coisas. Então, a leitura não foi assim tão
maçante, mas faltou um pouco mais de energia no decorrer da
história. Se em determinados momentos a história se mostrava
enérgica, cheia de promessas e uma construção interessante, o
próximo momento era de pura enrolação. Foi basicamente uma
experiencia de promessas que logo em seguidas não são cumpridas.
As personagens são excelentes, e mesmo
com todo esse mundo fantasioso de bruxos, magias, entidades e seres
do folclore russo rondando a história a todo o tempo, toda a
caracterização e ambientação da história fez questão imprimir
um realismo ímpar a narrativa. Pessoas com problemas reais,
situações cotidianas e coisas simples desse tipo fazem com que a
história não seja tão fantasiosa quanto as de alta fantasia e suas
magias multicoloridas.
O livro não chega a ser de todo o
ruim; sua escrita vagueai entre o leve drama ao sarcasmo bastante
ácido com facilidade, o que faz com que a leitura por vezes se torne
divertida e leve. Mas então falha em manter essa atmosfera durante
um longo tempo, inclusive na construção de suas personagens –
personagens, essas, que são ÓTIMAS! De verdade, mas tão mal
aproveitadas que chega a dar pena.
A escrita é interessante, e foi
construída de forma que me fez lembrar muito um roteiro de filme com
suas rubricas. Mas às vexes se torna confusa e desconexa –
principalmente no final, que foi bastante corrido, cheio de coisas
acontecendo ao mesmo tempo, mas que soube dar uma conclusão
satisfatória a cada personagem. A história em si é formada por
alguma bifurcações em seu rumo. Algo precisa ser feito, é feito,
então algo novo surge – isso é interessante. Ou seria, caso a
energia do livro não sumisse do nada. Acredito que a melhor maneira
de ler esse livro é sem expectativa nenhuma. Sem esperar grandes
feitos nem grandes momentos, pois assim os bons momentos que o livro
tem serão muito mais impactantes.
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