[Divulgação] Santa Dulce dos Pobres: Caridade ativa ou devocionismo estéril ?
No dia 13 de outubro, a igreja católica oficializou a canonização de Irmã Dulce, santa genuinamente brasileira, de origem em Baiana. O sacerdote, filósofo e teólogo Frei William Silva, em sua coluna no site Filosofia de Vida, refletiu sobre os significados e implicações práticas que o reconhecimento dela como Santa traz aos devotos.
Frei William Silva definiu Irmã Dulce como uma “gigante na hora de exercer o amor ao próximo”, devido aos traços de empatia que a faziam enxergar pessoas para as quais ninguém olhava. “Ela nos ensinou que a caridade muitas vezes consiste no esquecer de si mesmo para ir ao encontro do outro mais necessitado. Não foi uma foi uma mística aos moldes da idade média ou moderna, não levitava quando estava em oração, pelo contrário, era uma mulher comum, sem nada que a tornasse diferente de outras pessoas de seu tempo, exceto seu testemunho heróico de caridade, pelo qual às vezes sofreu incompreensões e injustiças”, analisa.
Frei William aponta que a santa não foi uma mulher de piedade simplória, mas uma pessoa ativa, que tinham noção da realidade em que estava inserida e das pessoas por quem rezava. “Certamente foi uma mulher de uma extrema sensibilidade, capaz de sentir como sua a dor daqueles que sofriam, de tocar o Cristo naqueles que podemos chamar de os novos crucificados de nossos tempos”.
Para ele, a dádiva de Dulce é a característica de ter sido genuinamente humana, tendo vivido as mesmas emoções e dilemas de pessoas comuns: era enérgica, brigava, insistia com as pessoas, e se irritava quando seus objetivos não eram alcançados, ou quando não era compreendida. “Amor, ternura e bondade se conjugavam com seu temperamento forte, bravo. Se não fosse esta agressividade sadia, seria impossível fazer todo o trabalho que fez, seria impossível se entregar de corpo e alma nesta missão de amor caritativo”, aponta.
O teólogo admite que há um desconhecimento da população quanto a quem e foi e o que fez Irmã Dulce e teme que por isso, sua imagem seja algo de um devocionismo muitas vezes cego, como forma de querer fechar os olhos para tudo o que ela realmente quis nos ensinar com a sua vida.
“Querem transformar Santa Dulce em milagreira, e isto se expressa nas muitas imagens que são comercializadas, bem como fotos, fitinhas… para favorecer o comércio, e nem sempre a verdadeira devoção. Quando a igreja propõe uma pessoa como santa, significa que é uma pessoa que nos ensinou algo com sua vida, que é uma pessoa que podemos também imitar no seguimento de Jesus, pois sua vida nos diz algo Dele”, argumenta.
Isso se traduz como um problema, pois a caridade não se encerra nela mesma, sendo na verdade uma extensão da caridade de Cristo a quem ela se espalhou por amor aos pobres. “Ela nos ensina valores que estão caindo no esquecimento: compaixão, empatia, amor ao próximo, altruísmo, gratuidade”, aponta.
Santa Dulce demonstra a devoção de um território sagrado, que deve segundo ele deve ser venerado com a mesma piedade com que se reverencia as realidades da religião, pois oferece um amor afetivo e efetivo, que não se reduz ao território dos sentimentos, mas se torna visível por meio da prática de aliviar as angústias dos que sofrem.
“Que seu gesto profético nos anime a amar aqueles que ninguém ama, e que nossa compaixão seja sincera, encarnada nas angústias e lamentos de nosso século. Que aprendamos dela a ver Cristo nos que padecem os mais diversos tipos de sofrimento, e com eles descobrir que toda cruz esconde uma promessa de ressurreição, que enquanto houver bondade, ainda há esperança de um mundo melhor. E se faltar a bondade no mundo, tenhamos nós a coragem de ser a bondade que falta”, escreveu.
Frei William Silva definiu Irmã Dulce como uma “gigante na hora de exercer o amor ao próximo”, devido aos traços de empatia que a faziam enxergar pessoas para as quais ninguém olhava. “Ela nos ensinou que a caridade muitas vezes consiste no esquecer de si mesmo para ir ao encontro do outro mais necessitado. Não foi uma foi uma mística aos moldes da idade média ou moderna, não levitava quando estava em oração, pelo contrário, era uma mulher comum, sem nada que a tornasse diferente de outras pessoas de seu tempo, exceto seu testemunho heróico de caridade, pelo qual às vezes sofreu incompreensões e injustiças”, analisa.
Frei William aponta que a santa não foi uma mulher de piedade simplória, mas uma pessoa ativa, que tinham noção da realidade em que estava inserida e das pessoas por quem rezava. “Certamente foi uma mulher de uma extrema sensibilidade, capaz de sentir como sua a dor daqueles que sofriam, de tocar o Cristo naqueles que podemos chamar de os novos crucificados de nossos tempos”.
Para ele, a dádiva de Dulce é a característica de ter sido genuinamente humana, tendo vivido as mesmas emoções e dilemas de pessoas comuns: era enérgica, brigava, insistia com as pessoas, e se irritava quando seus objetivos não eram alcançados, ou quando não era compreendida. “Amor, ternura e bondade se conjugavam com seu temperamento forte, bravo. Se não fosse esta agressividade sadia, seria impossível fazer todo o trabalho que fez, seria impossível se entregar de corpo e alma nesta missão de amor caritativo”, aponta.
O teólogo admite que há um desconhecimento da população quanto a quem e foi e o que fez Irmã Dulce e teme que por isso, sua imagem seja algo de um devocionismo muitas vezes cego, como forma de querer fechar os olhos para tudo o que ela realmente quis nos ensinar com a sua vida.
“Querem transformar Santa Dulce em milagreira, e isto se expressa nas muitas imagens que são comercializadas, bem como fotos, fitinhas… para favorecer o comércio, e nem sempre a verdadeira devoção. Quando a igreja propõe uma pessoa como santa, significa que é uma pessoa que nos ensinou algo com sua vida, que é uma pessoa que podemos também imitar no seguimento de Jesus, pois sua vida nos diz algo Dele”, argumenta.
Isso se traduz como um problema, pois a caridade não se encerra nela mesma, sendo na verdade uma extensão da caridade de Cristo a quem ela se espalhou por amor aos pobres. “Ela nos ensina valores que estão caindo no esquecimento: compaixão, empatia, amor ao próximo, altruísmo, gratuidade”, aponta.
Santa Dulce demonstra a devoção de um território sagrado, que deve segundo ele deve ser venerado com a mesma piedade com que se reverencia as realidades da religião, pois oferece um amor afetivo e efetivo, que não se reduz ao território dos sentimentos, mas se torna visível por meio da prática de aliviar as angústias dos que sofrem.
“Que seu gesto profético nos anime a amar aqueles que ninguém ama, e que nossa compaixão seja sincera, encarnada nas angústias e lamentos de nosso século. Que aprendamos dela a ver Cristo nos que padecem os mais diversos tipos de sofrimento, e com eles descobrir que toda cruz esconde uma promessa de ressurreição, que enquanto houver bondade, ainda há esperança de um mundo melhor. E se faltar a bondade no mundo, tenhamos nós a coragem de ser a bondade que falta”, escreveu.
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