[Resenha] Acerto de Contas


Sinopse: O que leva um homem bom a se tornar um assassino? Numa cidadezinha no interior do Mississippi, Pete Banning era considerado herói da Segunda Guerra, além de fazendeiro próspero, marido apaixonado, pai devotado e membro fiel da Igreja Metodista. Até que, numa manhã de outono, ele entrou calmamente na igreja e matou o reverendo Dexter Bell com três tiros.
Por que Pete fez isso? Essa pergunta iria pairar por anos sobre a cidade.

Como se o assassinato a sangue-frio já não fosse chocante o suficiente, era ainda mais desconcertante saber que Pete não tinha absolutamente nada a declarar sobre o crime. Nenhuma explicação, nenhuma motivação, nada que os advogados pudessem argumentar em sua defesa.

Os advogados tentam de tudo para salvar Pete de uma sentença que irá condená-lo à cadeira elétrica. Mas ele não tem medo da morte e está disposto a levar suas razões para o túmulo.

O que achei? Acerto de Contas é um livro de suspense jurídico e drama histórico em um só. Ele se divide em três partes: o assassinato e julgamento de Pete Banning; a jornada de Pete durante a Segunda Guerra Mundial e os eventos posteriores ao julgamento e suas consequências.

John Grisham mantém o suspense do motivo do crime até o final do livro. Na primeira parte, Pete se declara culpado, nega qualquer tipo de ajuda para o seu caso e não oferece nenhum motivo sobre o porquê matou o reverendo da cidade, mesmo correndo o risco de ser condenado à morte.

A segunda parte do livro pode ser um pouco entediante à primeira vista, mas dá mais profundidade ao personagem de Pete Banning em relação ao trauma de guerra, embora não tenha uma relação direta com o crime cometido por ele.

A história se passa no sul dos EUA no pós-guerra e os costumes conservadores da época, as aparências, tradição, honra e o racismo presentes naquela sociedade servem de pano de fundo para a história.

Na terceira parte, vemos as consequências dos atos de Pete, intrigas e como a família dele foi afetada. Sentimos até um certo alívio com desfecho da história, após passarmos o livro inteiro pensando em várias teorias do motivo do crime e porque Pete preferia morrer à falar da razão de ter matado o reverendo à sangue frio.

No geral, o livro é bom. O autor detalha muito bem os acontecimentos, a época em que a história se passa e o contexto social e histórico. Apesar de ter alguns momentos em que a história se arrasta, a leitura é fluída e vale a pena. 

Escrito por Michelle Araújo Silva

 


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